Home Futebol 7 jogadores conhecidos que deram relatos recentes chocantes de racismo no futebol

7 jogadores conhecidos que deram relatos recentes chocantes de racismo no futebol

Casos vem desde sempre e relatos citados são apenas de 2019 e 2020

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

O racismo no futebol é algo a ser combatido e a discussão recente tem dado voz aos negros do esporte para exporem o preconceito que sofreram em suas carreiras e nunca revelaram.

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Veja abaixo 7 declarações recentes de jogadores negros que relataram racismo sofrido em campo:

Ewerthon

“Eu sofri, foi na Espanha. Eu tive um problema com um jogador do Málaga. Dentro de campo, ele me chamou de macaco filha da p…”, disse o jogador, que passou por Palmeiras e Corinthians, sobre um jogo em que defendia o Zaragoza. A declaração foi ao Fox Sports em junho de 2020.

“Depois do jogo acabei querendo chegar às vias de fato, que é uma coisa muito ruim e feia. Eu, dentro da Espanha, tive um bom trabalho, sempre joguei e fiz gols. Nos jogos fora, eu sempre fui agredido com insulto racista.”

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Marcelo Benevenuto
“Eu estava marcando ele, colado mesmo, marcando junto. Sem bater nem nada. Primeiro ele fez uma falta que me jogou no chão. Logo depois ele me xingou várias vezes. “Preto de merda, preto de merda. Nossa senhora, na moral, respirei fundo, me controlando. Fiquei esperando jogar contra ele (de novo), mas ele saiu do Vasco”, disse ao Canal do TF, no Youtube, em junho de 2020.

“É o único cara escroto que eu já joguei contra, foi ele. E não fiz nada com ele. Nem tinha falado nada com ninguém, tentei ignorar. Mas cheguei em casa e pensei: “se no próximo jogo com o Vasco ele estiver, eu vou ser expulso.”

Diego Mauricio
“Eu passei uma situação bem complicada na Rússia, logo que cheguei. Jovem, saindo do Rio de Janeiro, fui para lá e foi uma situação que fiquei muito triste. Fui no mercado e, quando cheguei lá, vi um segurança, uma pessoa me encarando olho a olho, praticamente colada em mim. E eu pensei: “será que está acontecendo alguma coisa?”. Peguei os meus mantimentos, eu estava andando e ele me seguindo. Cheguei no caixa, fui pagar, e ele me olhou igual, me viu pagando, me senti muito constrangido e ele continuou me seguindo até o final para sair do mercado e foi me acompanhando praticamente até o meu carro”, revelou o jogador revelado pelo Flamengo e que atualmente está no CSA.

“Também passei no Brasil, deve ter um ano e pouco. Eu e minha esposa estávamos num posto de gasolina, parei para abastecer o carro, e na hora que paramos e eu abaixei o vidro, passou uma polícia na minha frente. Me levou para um lado e minha esposa para outro e chegou um policial falando para mim: “o que você está fazendo com esse carro? O que você está fazendo com essa mulher? – minha esposa, no caso, branca -? Você sequestrou ela? Você a assaltou?”. Falei que era a minha esposa, mas ele não acreditou…no final, de tanto eu falar que não, que não estava com nada. Me perguntou o que eu fazia e eu disse que era jogador de futebol. Então ele disse: “então por ser jogador de futebol você pode estar com uma mulher assim, um carro assim?”. Fiquei muito triste. Não existem só jogadores de futebol, existem médicos negros, modelos negras, atrizes negras, em várias funções existem vários negros. Foi algo que me deixou bastante chateado.”

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Gil
“A mesma coisa de sempre…”, disse Gil após vitória do Corinthians sobre o Montevideo Wanderers, no Uruguai, pela Copa Sul-Americana 2019.

Nas imagens da partida é possível ver Gil pedindo respeito e o árbitro Eber Aquino não pune nenhum dos atletas da equipe adversária.

Pablo Dyego
“Teve um episódio agora que aconteceu no Uruguai, que eu sofri racismo, eu e alguns companheiros que também ali estavam. Infelizmente essa é a realidade que a gente vive hoje em dia, em um mundo tão moderno”, disse a promessa do Fluminense ao site Saudações Tricolores em 2019 sobre o racismo sofrido.

“Eu sofri no ano passado, em um jogo contra o Defensor pela Sul-Americana. Cara ficou provocando o tempo todo. Me chamou do que vocês sabem. Eu fiz um gol e fiz um coração para ele para provocar. É uma coisa que não tem como controlar. Chamaram o Pablo de macaco lá no treino após o jogo, ele entrou muito triste no vestiário. É algo que a gente não espera. Quero que essas coisas parem. Estamos em 2019. Isso nos incomoda demais”, explicou Digão em coletiva poucos dias depois, já que Pablo não quis seguir com o assunto.

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Jefferson
“Na convocação da sub-20 (para o Mundial da categoria em 2003) estava decretado quem seriam os goleiros, eu, o Fernando Henrique (Fluminense) e o Fabiano (Internacional). Quando saiu a convocação para o Mundial, eu estava certo que meu nome estaria lá, e para minha surpresa não estava. Um mês atrás estava tudo certo”, disse Jefferson ao Resenha ESPN em 2019. Por sorte, a competição foi adiada pela guerra no Iraque – seria disputada nos Emirados Árabes.

“Faltando um mês para a competição eu nem estava esperando. Recebi uma ligação do (Marcos) Paquetá (treinador da sub-20). ‘E aí, está preparado para voltar? A gente ia te convocar lá atrás, só que a gente foi barrado porque não poderia convocar golerios negros. Tinha uma pessoa que falou que não poderia convocar. Essa pessoa saiu e agora podemos.”

Edílson
“Já sofri, mas aquela época não tinha tanta repercussão. Me lembro que fui jogar na Itália e estava no vestiário eu e o Amaral. Nos arrumamos rápido e íamos aquecer no campo. Foi com o Palmeiras, era uma excursão na Itália. Fomos antes de todo mundo para brincar, bater bola. Quando de repente entramos e a torcida começou a fazer barulho de macaco”, disse o ex-atacante durante o Donos da Bola, programa da Band no qual é comentarista, sobre o caso de racismo sofrido em 1993.

“O Amaral perguntou: ‘é para mim?’ Eu falei: ‘É para mim também então, é para nós dois’. Não tinha tanta repercussão. As pessoas não… (Fez uma pausa) Eu acho um absurdo. O mundo em que vivemos, infelizmente isso acontece no Brasil também, aconteceu na Espanha (cita o caso de Daniel Alves). Acho isso uma podridão (…) O que aconteceu nos Estados Unidos, o rapaz ser morto dizendo que estava sendo sufocado… Não é a primeira vez. Lamentável no mundo em que vivemos hoje.”

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Outros jogadores têm denunciado o racismo no futebol há anos, como Daniel Alves, Tinga, entre outros. Os listados foram de casos de relatos de menos de um ano e em grandes canais de imprensa.

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