Home Vôlei De virada, Estados Unidos vence o Brasil e conquista o tri da Liga das Nações de vôlei feminino

De virada, Estados Unidos vence o Brasil e conquista o tri da Liga das Nações de vôlei feminino

Em jogo muito parelho, norte-americanas vencem as brasileiras pela segunda final consecutiva e consolidam-se como as únicas campeãs das três edições da Liga das Nações

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Pela terceira edição da Liga das Nações (VNL) de vôlei, Estados Unidos vence o Brasil e fatura o tricampeonato. Repetindo a final de 2019, as norte-americanas novamente venceram as brasileiras. Naquela ocasião, o placar foi de 3 a 2. Desta vez, por 3 sets a 1 (26/28, 25/23, 25/23 e 25/21), o país manteve o 100% de aproveitamento de títulos na VNL. Disputada no sistema de bolha em Rimini, na Itália, a competição foi a última oficial antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no qual a programação do vôlei feminino inicia-se no dia 24 de julho.

Bartsch-Hackley foi a maior pontuadora da partida, com 22. Jordyn Poulter foi muito bem na distribuição e no bloqueio. A levantadora marcou cinco e foi a destaque dos Estados Unidos no quesito. As opostas Jordan Thompson e Andrea Drews anotaram 16 e 12 pontos respectivamente.

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Gabi Guimarães, com 18, além de Tandara e Carol, ambas anotando 17, foram as destaques do Brasil. Dos 17 acertos de Carol, oito foram em bloqueio.

Como prêmio pela conquista do título, a seleção norte-americana embolsará 1 milhão de dólares (cerca de 4.955.300,00 milhões de reais). O Brasil irá faturar 500 mil dólares (aproximadamente 2.477.750,00 milhões de reais).

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Pela disputa do terceiro lugar, a Turquia levou a melhor e aplicou 3 sets a 0 sobre o Japão. Parciais de 25/16, 25/16 e 25/17. A seleção turca terá premiação de 300.000,00 mil dólares (por volta de 1.486.110,00 milhão de reais) e a japonesa levará 150 mil dólares (em torno de 742.875,00 mil reais).

A Liga das Nações substitui o antigo Grand Prix, disputado anualmente de 1993 a 2017. Unificando os troféus do antigo certame, onde o país obtém seis conquistas, os Estados Unidos agora possuem nove títulos e são o segundo país mais vitorioso. O Brasil permanece como maior campeão, com 12 títulos, todos pelo Grand Prix.

O JOGO

1º SET

A partida começou eletrizante. Logo no segundo ponto houve um longo rali, aproveitado pela seleção norte-americana. Após a desvantagem de 3 a 0, o Brasil pontuou pela primeira vez em um bloqueio da central Carol e “entrou no jogo”. A levantadora Macris acionou bastante a própria Carol e a oposta Tandara, que se destacaram e ajudaram a seleção a virar o set em 10 a 9. Com dificuldade na linha de passe devido ao bom serviço do quadro brasileiro, os Estados Unidos viram seu aproveitamento no ataque diminuir.

Após o tempo técnico no 16º ponto do set, foi a vez das norte-americanas se recuperarem. A ponteira Bartsch-Hackley entrou bem no serviço e dificultou o sistema defensivo do Brasil. Jordan Thompson, oposta, ajudou a equipe a se sustentar no jogo e tirar uma diferença de quatro pontos. Muito equilibrada, a parcial chegou à igualdade em 24. Após um lance polêmico em que a seleção americana fecharia o set em um bloqueio, José Roberto Guimarães pediu desafio.

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O treinador enxergou um toque na rede das adversárias, que passou despercebido pela arbitragem. Após a revisão em vídeo, foi constatada a infração e o ponto, que seria norte-americano, virou brasileiro. Em um bloqueio simples de Tandara, que pegou o fundo de quadra americano desguarnecido, o Brasil retomou a frente em 26 a 25. Com um ataque para fora de Bartsch-Hackley, a parcial teve seu fim em 28/26 para o Brasil.

Tandara foi a maior pontuadora brasileira do set, com 8. As ponteiras Gabi Guimarães e Fernanda Garay também tiveram bom desempenho, anotando quatro pontos. Pelo lado das norte-americanas, Jordan Thompson carregou a pontuação, com nove acertos e Bartsch-Hackley ajudou com mais seis.

2º SET

A exemplo do primeiro set, logo no segundo ponto houve outro grande rali com direito a defesa com o pé direito de Gabi Guimarães para manter a bola em jogo. Jordan Thompson recompensou o esforço defensivo brasileiro e errou seu ataque, deixando o placar em 2 a 0. No entanto, logo as adversárias tomaram a frente da parcial.

A vantagem norte-americana durou até o 12º ponto, onde houve o empate. Bartsch-Hackley atacou para fora e o Brasil passou a frente pela primeira vez desde o início do set, 13 a 12. Com muito equilíbrio, nenhuma equipe conseguia se desgarrar no placar até a reta final, onde os Estados Unidos passou a frente, anotando 22 a 20. José Roberto Guimarães fez a inversão de 5-1.

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A oposta Rosamaria e a levantadora Dani Lins entraram no lugar de Tandara e Macris. Rosamaria diminuiu a vantagem. Porém, no ponto seguinte, apesar de duas espetaculares defesas de Fernanda Garay, a seleção norte-americana fez 23 a 22 em um ataque diagonal de Jordan Larson e não deu mais chance para o Brasil. Surpreendendo a defesa brasileira com uma bola de segunda, a levantadora Jordyn Poulter fechou o set para os Estados Unidos em 25/23.

Repetindo a parcial inicial, novamente Bartsch-Hackley e Jordan Thompson se sobressaíram pelo lado norte-americano. Desta vez, Bartsch-Hackley anotou oito pontos, enquanto Thompson contribuiu com cinco. Gabi Guimarães marcou cinco pontos. A central Carol Gattaz e a ponteira Fernanda Garay fizeram mais quatro cada.

3º SET

A dificuldade de pontuar devido a consistência defensiva desconcentrou momentaneamente as adversárias e o Brasil abriu 11 a 8. O bloqueio estava bem postado, com destaque para Carol, com dois pontos no quesito. Entretanto, os Estados Unidos cresceu na parcial, reequilibrou e passou a frente, aproveitando os erros de ataque da seleção brasileira.

Ao empate de 12 a 12, outra polêmica. A arbitragem marcou invasão de Macris. José Roberto Guimarães desafiou a marcação convicto de que houve invasão das norte-americanas. Porém, a organização mostrou a imagem de desafio de rede embaixo e manteve o ponto para os Estados Unidos, o que deixou o banco brasileiro muito irritado.

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Já as jogadoras em quadra não se desconcentraram. Se mantiveram na disputa e o jogo permanecia parelho. Camila Brait protagonizou uma defesa incrível em uma bola quase perdida. De ‘peixinho’ e com a mão trocada, possibilitou novo ataque para o Brasil, que retomou a frente em 19 a 18 com Gabi Guimarães explorando o bloqueio adversário. Carol continuava se destacando no bloqueio. Entretanto, o feitiço virou contra a feiticeira. O Brasil, com Gabi Guimarães, parou no bloqueio e os Estados Unidos passou a frente no jogo. 25 a 23 e virada para 2 sets a 1.

Bartsch-Hackley pontuou cinco vezes e, junto da boa atuação da levantadora Jordyn Poulter, foram as destaques da parcial. Pelo lado brasileiro, Gabi Guimarães e Carol guardaram seis pontos.

4º SET

Tandara e Carol começaram muito bem e ajudaram o Brasil a abrir vantagem. Chamou a atenção também o alto aproveitamento de Carol Gattaz. À sua característica, realizando a jogada “china” com Macris, marcou seu décimo ponto e o sétimo brasileiro da parcial, registrando 73% de aproveitamento nos ataques até aquele momento. O placar marcou 8 a 4 até a parada técnica.

As norte-americanas cortaram a diferença após dois erros consecutivos de Tandara, diminuindo para 10 a 9. Carol Gattaz aliviou a situação com um bloqueio, 12 a 10. As seleções passaram a trocar pontos. Porém, após a parada técnica do 16º ponto, os Estados Unidos voltou melhor, quebrando o passe da defesa brasileira. No ataque, Andrea Drews comandava as ações. No empate em 17, a oposta havia anotado sete pontos.

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Num apagão, o Brasil sofreu a virada, viu as rivais tomarem a dianteira e deslanchar de vez. Com dois bloqueios consecutivos, os Estados Unidos abriu 23 a 19 e encaminhou a vitória. Em uma largadinha, Fernanda Garay até tentou ensaiar uma reação para o Brasil, mas já era tarde.

Bartsch-Hackley explorou o bloqueio, finalizou o set em 25 a 21 e o jogo em 3 sets a 1 para os Estados Unidos, que conquistou o tricampeonato em três edições realizadas da Liga das Nações, tendo 100% de aproveitamento.

Andrea Drews foi a destaque absoluta do set, com incríveis dez pontos.

 

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CAMPANHA

Pela primeira fase, 16 seleções disputaram quatro vagas para as semifinais e todas se enfrentaram em turno único, perfazendo 15 jogos para cada. Os Estados Unidos somou 14 vitórias e apenas uma derrota, classificando-se em primeiro lugar. Na semifinal, superou a Turquia por 3 sets a 0. Pela final, vitória de 3 sets a 1 para cima do Brasil.

Confira todos os jogos dos Estados Unidos:

Primeira rodada

25/05 – Estados Unidos 3 x 0 República Dominicana – (25/20, 25/21 e 25/12)

26/05 – Estados Unidos 3 x 0 Canadá – (26/24, 25/15 e 25/10)

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27/05 – Estados Unidos 3 x 1 Brasil – (25/17/, 25/19, 23/25/e 25/22)

Segunda rodada

31/05 – Estados Unidos 3 x 0 Sérvia – (25/20, 25/16 e 25/12)

01/06 – Estados Unidos 3 x 0 Holanda – (25/22, 25/15 e 25/18)

02/06 – Estados Unidos 3 x 0 Tailândia – (25/17, 25/14 e 25/16)

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Terceira rodada

06/06 – Estados Unidos 3 x 0 Alemanha – (25/23, 25/13 e 25/13)

07/06 – Estados Unidos 3 x 0 Coréia do Sul – (25/16, 25/12 e 25/15)

08/06 – Estados Unidos 3 x 1 Itália – (25/18, 25/21, 20/25 e 25/16)

Quarta rodada

12/06 – Estados Unidos 3 x 0 Bélgica– (25/09, 26/24 e 25/20)

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13/06 – Estados Unidos 3 x 0 Japão – (25/23, 26/24 e 25/20)

14/06 – Estados Unidos 3 x 1 Turquia – (25/21, 23/25, 25/15 e 25/14)

Quinta rodada

18/06 – Estados Unidos 3 x 0 Polônia – (29/27, 29/27 e 25/14)

19/06 – Estados Unidos 3 x 0 Rússia – (25/21, 25/27, 25/23 e 25/15)

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20/06 – Estados Unidos 0 x 3 China – (10/25, 20/25 e 15/25)

Semifinal

24/06 – Estados Unidos 3 x 0 Turquia – (25/21, 25/23, 29/20)

Final

25/06 – Estados Unidos 3 x 1 Brasil – (26/28, 25/23, 25/23 e 25/21)

 

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