Para Abel Braga, seu último trabalho no Internacional é página virada na carreira. Feliz no comando do Lugano, da Suíça, o treinador se sentiu à vontade para comentar sobre a campanha colorada no Brasileirão 2020, e até criticar a demissão de Miguel Angel Ramírez, seu sucessor.
Em entrevista ao programa “Seleção SporTV”, nesta quinta-feira (1), “Abelão” disse que faltou tempo ao espanhol no Inter. “Eu acho que, por tudo aquilo que foi dito, tinha que ser dado um tempo maior. Foi colocado que o objetivo maior era se mudar a forma de jogar, era trabalhar com jogadores jovens”, criticou.
“Aí vem um resultado que não agrada, uma adaptação que ainda não tinha sido legal, ou mesmo uma falta de afinidade de ideias entre o que o treinador quer o que o jogador está acostumado a fazer. Eu mesmo cheguei no Inter, perdi o primeiro jogo para o América, perdi o segundo jogo dois dias depois, mas depois começou. E tivemos aquela sequencia de 14 jogos sem perder, 9 vitorias consecutivas. Acho o seguinte: se você trouxe o treinador para um determinado objetivo, isso ficou provado, e, lamentavelmente, o futebol brasileiro não se tem projeto”, completou o treinador.
A fala mostrou um Abel Braga ainda um pouco magoado com sua saída do time gaúcho. Além de vice-campeão brasileiro com o Internacional, o técnico lançou garotos da base que hoje são peças importantes do elenco, ou que engordaram o caixa do clube: “Isso aí (o trabalho com jovens), graças a Deus eu fui muito feliz, porque tá aí o Praxedes, que foi vendido por não sei quantos milhões euros, o Caio Vidal, que voltou a jogar bem”, analisou.
Abel Braga cita “xará” do Palmeiras para explicar ida à Suíça
Apesar da mágoa, o treinador diz estar muito feliz em seu novo clube. E até citou o trabalho de Abel Ferreira no Palmeiras para justificar sua ida à Suíça:
“Fazer isso que, por exemplo, o Palmeiras fez, não dá. A gente tem que tentar entender. Como o meu xará (Abel Ferreira), falou, o Palmeiras fez 6 jogos em 15 dias, isso é desumano. Isso, aqui, não tem. Eu já sei que dia 20 eu vou pro Brasil para passar o Natal, o Revellion, e vou voltar dia 4 ou 5”, explicou o comandante.
LEIA MAIS
Abel explica ida para a Suíça: “pessoal aqui não atravessa fora da faixa”
Presidente do Grêmio afirma: “Não tem mais espaço para derrota”
Abel Ferreira diz que não mandou Palmeiras recuar contra o Internacional