Home Futebol Justiça pode obrigar CBF a colocar jogador com número 24 na final da Copa América

Justiça pode obrigar CBF a colocar jogador com número 24 na final da Copa América

Seleção brasileira não tem atleta com a camisa 24, sendo que do 23 (Ederson) pula para o 25 (Douglas Luiz)

Mário André Monteiro
Jornalista com passagens por Portal iG, Fox Sports e Osasco Audax. Atualmente editor na Jovem Pan News e no Alemanha FC (http://www.alemanhafc.com.br). No Twitter: @alemao_mario e no Instagram: @marioalemao

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pode ser obrigada a colocar o volante Douglas Luiz com a camisa de número 24 na final da Copa América entre Brasil e Argentina, no sábado. O atleta usa a camisa 25.

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De acordo com informações do site “Esporte News Mundo”, um pedido foi protocolado na Justiça e um veredito pode ser dado até a data do jogo.

Além disso, a entidade poderá pagar uma multa de R$ 460 mil caso não cumpra com a determinação. Este valor seria revertido em projetos sociais LGBTQIA+.

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A seleção brasileira é a única da Copa América que não tem um atleta com o número 24. Do camisa 23, que é o goleiro Ederson, a numeração pula para o 25, que é Douglas Luiz.

A camisa 24 é um tabu no futebol brasileiro, já que o número remete, de forma pejorativa, a uma pessoa homossexual.

Na Justiça

Já são três ações judiciais neste sentido. A primeira foi protocolada pelo Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT, na 10ª Vara Cível da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

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Nesse caso, a CBF explicou que Douglas Luiz não usou o número 24 “em razão de sua posição (meio-campista) e por mera liberalidade optou-se pelo número 25”.

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O segundo processo solicitava que, na semifinal diante do Peru, a CBF já fosse obrigada a colocar algum dos jogadores com a camisa 24. Entretanto, não houve tempo de a Justiça analisar o pedido liminar e a seleção brasileira não usou esse número.

Os argumentos

Além da CBF, o volante Douglas Luiz também foi colocado como réu da Ação Civil Pública, agora ajuizada

“Forçoso concluir que o jogador Douglas ou qualquer outro que compõe a seleção saberia afirmar a simbologia histórica construída sobre o número 24, tornando inconteste que o mesmo diga que é somente uma escolha deliberada, sem razão de fundo”, detalhou a organização LGBT em seu pedido liminar.

“O argumento de que o número 25 se ajusta mais a um meio-campista do que o 24, não se sustenta, pois o número dele deveria ser 28 em diante, pois os anteriores a este, seriam todos da defesa”, diz o relatório da defesa.

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“Entre as demais nove seleções da Copa América, num universo de 10, o número 24 é usado por: 4 meio campistas, 2 atacantes e 3 defensores. A simples dimensão do caso em si obriga a CBF a trocar a camisa 25 pela 24, ou seja, fazer o jogador Douglas Luiz vestir a camisa, ressaltando e podendo então deixar mais claro que não há omissão por parte da Requerida”.

O Grupo Arco-Íris cita que a ausência do número 24, relacionado de forma preconceituosa ao animal veado no jogo do bicho, “ofende imensamente a comunidade LGBTQI+”.

“Assim, entende-se que a não utilização da camisa de número 24 na seleção brasileira, pelos motivos histórico-culturais anteriormente expostos, é uma alusão e ou referência que ofende imensamente a comunidade LGBTQIA+”, diz o processo.

“Cabendo a busca pela obtenção de explicações em juízo. O interesse jurídico para agir em juízo por meio de ação civil pública com obrigação de fazer objetiva que se determine a mudança da camisa frente a proveito futuro próximo, na medida em que a Copa América ocorre em vigência”.

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