Home Futebol Boa atuação coletiva do Vasco contra a Ponte Preta reacende a esperança por dias melhores

Boa atuação coletiva do Vasco contra a Ponte Preta reacende a esperança por dias melhores

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Lisca e destaca a atuação dos volantes Andrey e Caio Lopes no jogo deste domingo (29)

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

O grande trunfo do Vasco na boa vitória sobre a Ponte Preta foi a maneira como a equipe se comportou em cada situação apresentada na partida deste domingo (29), em São Januário. Compactação defensiva, jogadores mais ligados e concentrados, organização e muita intensidade nas tramas ofensivas. Atuação bem diferente daquelas que eu e você vimos nas derrotas para Remo, Londrina e Operário e em outros jogos do Trem Bala da Colina na Série B. A semana livre de treinos acabou sendo importantíssima para que Lisca Doido implementasse mais seus conceitos e encontrasse a formação que (pelo menos até o momento) vem se mostrando a mais adequada para encaixar os talentos que têm à disposição no elenco do Vasco. Vale destacar aqui o crescimento de produção de Andrey e a grande atuação de Caio Lopes na proteção da zaga e na distribuição dos passes no meio-campo. É o tipo de vitória que realmente dá certa esperança por dias melhores.

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É óbvio que a equipe ainda não joga o futebol que o torcedor do Vasco espera. Os primeiros minutos da partida deste domingo (29) foram marcados pela hesitação no combate e por uma certa insegurança (natural) de uma equipe que tentava se adaptar a uma nova maneira de jogar o velho e rude esporte bretão. Tanto que a Ponte Preta aproveitou os espaços entre as linhas do escrete de Lisca e quase abriu o placar em chutes de Moisés e Marcos Júnior. Mas o Vasco mantinha a concentração e executava bem os movimentos do 4-1-4-1 proposto pelo seu treinador. E o mais interessante era a movimentação dos jogadores quando a equipe de São Januário recuperava a posse da bola. Zeca se juntava a Caio Lopes no meio-campo, Léo Jabá e Gabriel Pec abriam o campo e a dupla formada por Marquinhos Gabriel e Andrey ajudava a empurrar a defesa da Ponte Preta para trás. Em números, um 3-2-5 bem nítido.

Lisca apostou num 4-1-4-1 de muita movimentação com Andrey e Marquinhos por dentro, Caio Lopes protegendo a dupla de zaga e ganhando a companhia de Zeca quando o Vasco recuperava a posse da bola. Léo Jabá e Gabriel Pec eram os alas de um 3-2-5 bem nítido. Foto: Reprodução / TV Globo / GE

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A Ponte Preta se desmanchou quando Léo Jabá acionou Cano na entrada da área e este tocou de primeira para Marquinhos Gabriel colocar a bola na cabeça de Andrey no lance do primeiro gol do Vasco na partida deste domingo (29). Ainda que a Macaca tenha ocupado o campo de ataque e criado chances no final do primeiro tempo, o escrete comandado por Lisca se mostrava muito mais organizado e muito mais concentrado em cada movimento dentro de campo. Cano não balançou as redes, mas abria espaços na frente e permitia que Léo Jabá, Gabriel Pec, Marquinhos Gabriel e Andrey atacassem as costas da última linha adversária. Léo Matos parecia mais seguro do lado direito e Leandro Castán foi importante para dar confiança ao jovem Miranda no miolo de zaga. Ainda que o jogo não estivesse completamente controlado, a atuação coletica do Vasco provava que o período sem jogos fez muito bem aos jogadores.

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O Vasco apresentava muito mais volume de jogo e muito mais organização na hora de atacar. Ainda que a equipe comandada por Lisca Doido tenha se mostrado um pouco afobada e tenha forçado a barra em ligações diretas buscando Germán Cano no comando de ataque. O segundo tempo foi marcado pela queda abrupta de produção da Ponte Preta de Gilson Kleina e pelo amplo domínio territorial, técnico e tático do Trem Bala da Colina. O lance do gol do jovem Caio Lopes ilustra bem essa superioridade do Vasco. Gabriel Pec corta para o meio e passa para Léo Matos. O lateral vê Cano, Léo Jabá e Andrey entrando na área e abrindo o espaço onde Caio Lopes vai receber o passe, ajeitar o corpo e acertar o ângulo do goleiro Ivan em belo chute de fora da área (com um leve desvio em Marcos Júnior antes da bola estufar as redes). Depois de muito tempo, o Trem Bala da Colina voltava a ter consistência.

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Léo Matos recebe de Gabriel Pec, vê Cano, Léo Jabá e Andrey empurrando a zaga da Ponte Preta para trás. O lateral-direito passa para Caio Lopes (que ataca o espaço destacado na imagem) no lance que originou o segundo gol do Vasco sobre a Ponte Preta. Foto: Reprodução / TV Globo / GE

E antes que este colunista esqueça, precisamos falar de Caio Lopes. O jovem volante mostrou bastante desenvoltura jogando na frente da zaga no 4-1-4-1 de Lisca e como um volante passador de extrema qualidade. Com isso, Andrey era mais “infiltrador” do que distribuidor de passes no meio-campo (embora também cumprisse essa função quando era necessário). E dentro do que se via da partida, é muito difícil não ressaltar a importância dos volantes vascaínos na vitória deste domingo (29). Com os dois cumprindo bem suas funções em campo, o escrete comandado por Lisca Doido melhorou muito seu desempenho ofensivo. Os movimentos estavam muito mais coordenados, os espaços que surgiam na defesa da Ponte Preta eram muito bem aproveitados e isso potencializava bastante o talento individual do elenco do Vasco. Principalmente Cano, Gabriel Pec, Andrey, Marquinhos Gabriel e (principalmente) Caio Lopes.

Por mais que a campanha do Vasco no Campeonato Brasileiro da Série B ainda esteja bem longe daquela que o torcedor espera, é preciso dizer que a atuação da equipe comandada por Lisca devolve sim uma ponta de esperança de que dias melhores vão chegar lá pelos lados de São Januário. Ao que tudo indica, Lisca encontrou a formação ideal para sua equipe nessa vitória sobre a Ponte Preta. Andrey subiu de produção jogando alinhado à Marquinhos Gabriel, Léo Jabá (mesmo jogando uma rotação abaixo dos demais) foi importante no balanço defensivo e Zeca esteve muito bem atuando como “lateral-armador” junto de Caio Lopes na inversão para o 3-2-5. A equipe ainda precisa de ajustes na cobertura dos laterais e na recomposição defensiva, é verdade. Mas a melhor notícia do jogo deste domingo é, sem dúvida, a mudança de postura e a concentração dos jogadores na boa vitória sobre a Macaca neste domingo (29).

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As próximas partidas serão fundamentais para que Lisca consolide de uma vez a formação e essa maneira do Vasco jogar e encarar seus adversários. E nem é preciso dizer que o nível de exigência irá aumentar nas próximas rodadas e na medida em que a equipe vá se aproximando do G4. É claro que as oscilações vão acontecer e que o desempenho pode não ser exatamente o esperado. Mas a mudança no aspecto mental notada na tarde deste domingo (29) também mostrou que o Trem Bala da Colina voltou a ser competitivo. E isso é excelente.

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