Em nota oficial publicada nesta segunda-feira (6), a CBF falou sobre os problemas da suspensão do confronto entre Brasil e Argentina, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Segundo a entidade, os argentinos foram informados sobre irregularidades na escalação de jogadores que atuam na Premier League, que não poderiam participar do jogo e nem sequer viajar por conta da pandemia do novo coronavírus.
A CBF explicou sua participação em reunião com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e AFA, além de afirmar que “cumpriu rigorosamente seu papel institucional como entidade anfitriã do jogo, informando todos os envolvidos no jogo a respeito das leis sanitárias em vigor no país em ofício enviado”. A entidade deixou claro que todos foram informados sobre as leis.
Ademais, foi esclarecido que “nesta reunião, os representantes da Seleção Argentina foram informados de que havia uma irregularidade no ingresso dos jogadores, que eles deveriam ficar em quarentena e receberam a orientação das autoridades para solicitarem, junto aos órgãos competentes, a autorização especial para que os jogadores tivessem sua situação regularizada”.
A partida, que era para ter sido realizada no domingo (5) às 16h (de Brasília), foi suspensa e a delegação argentina retornou para Buenos Aires no mesmo dia. Os quatro jogadores irregulares já foram liberados para voltar aos seus clubes na Inglaterra. Trata-se do goleiro Emiliano Martínez e o meia Buendia (ambos do Aston Villa), e o zagueiro Romero e o meio-campista Lo Celso (os dois do Tottenham).
Confira a nota divulgada pela CBF na íntegra:
Em relação à reunião ocorrida na tarde de sábado, 4 de setembro, no Hotel Marriot, onde estava hospedada a delegação da Seleção Argentina, a CBF esclarece:
- A CBF enviou representação à referida reunião como ouvinte, atendendo a pedido da Vigilância de Saúde do Estado de São Paulo, onde estiveram reunidos representantes do referido órgão, do Ministério da Saúde, da Anvisa, da Conmebol e da Associação Argentina de Futebol (AFA).
- A CBF esteve representada pelo Dr. Roberto Nishimura, Coordenador Operacional da Comissão Médica Especial, não tendo havido, de sua parte, nenhuma interferência em relação a aspectos administrativos ou sanitários. Essa reunião se encerrou por volta das 18h.
- Por entender não se tratar de assunto de sua atribuição, em nenhum momento houve qualquer manifestação por parte do representante da CBF às autoridades quanto à questão sanitária dos quatro atletas argentinos, seja no sentido de liberar ou de vetar sua participação no jogo.
- Nesta reunião, os representantes da Seleção Argentina foram informados de que havia uma irregularidade no ingresso dos jogadores, que eles deveriam ficar em quarentena e receberam a orientação das autoridades para solicitarem, junto aos órgãos competentes, a autorização especial para que os jogadores tivessem sua situação regularizada. Tratou-se de uma discussão técnica entre Anvisa, Ministério da Saúde e Associação Argentina.
- Após a reunião, quando solicitada a presença dos atletas, os agentes da Vigilância de Saúde foram informados que os jogadores haviam saído para o treinamento, descumprindo orientação passada durante a reunião. O órgão informou o descumprimento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e ao Ministério da Saúde, responsáveis pela análise do pedido de excepcionalidade encaminhado pela CONMEBOL em nome da AFA.
- Todos esses passos estão descritos detalhadamente pela Anvisa em nota oficial publicada no domingo, 5, e atualizada nesta segunda-feira, 6, conforme íntegra ao final desta.
- Já no domingo, 5, esse pedido teve resposta oficial negativa, por parte do Ministério da Saúde à CONMEBOL, tendo sido notificada a Seleção Argentina, diretamente na NeoQuímica Arena, com tempo suficiente para adotar os procedimentos necessários.
- Quanto à informação que circulou sobre a presença do Diretor de Competições da CBF, Manoel Flores, no hotel da delegação argentina, a CBF informa que de fato ele esteve no hotel no sábado, por volta das 15h, unicamente para falar sobre detalhes operacionais do jogo com o atachê (membro da equipe de organização da partida) que acompanhou a Seleção da Argentina, permanecendo no local por cerca de 15 minutos e não tendo tratado de nenhum assunto relativo aos jogadores argentinos. Visitar o hotel da delegação visitante é rotina habitual em toda operação de jogo.
A CBF reitera que defende a implementação dos mais rigorosos protocolos sanitários e os cumpre na sua integralidade, tanto no território nacional quanto em países em que a Seleção Brasileira atua como visitante.
A CBF destaca ainda que em nenhum momento, por meio do Presidente interino, Ednaldo Rodrigues, ou de seus dirigentes, interferiu em qualquer ponto relativo ao protocolo sanitário estabelecido pelas autoridades brasileiras para a entrada de pessoas no país. O papel da CBF foi sempre na tentativa de promover o entendimento entre as entidades envolvidas para que os protocolos sanitários pudessem ser cumpridos a contento e o jogo fosse realizado.
LEIA TAMBÉM

