A contratação de Leandro Campaz foi a novela mais longa e cara da temporada de 2021 do Grêmio. Como resultado, muita expectativa foi criada no entorno do jovem colombiano no seu desembarque em Porto Alegre. Contudo, se depender do técnico Felipão, ainda vai levar mais algum tempo para que o novo camisa 7 seja de fato uma peça importante para o time. E os discursos do treinador estão repercutindo nos bastidores do tricolor gaúcho.
Campaz é o meio-campista de articulação que há muito tempo era procurado pelos dirigentes tricolores. A compra dos seus direitos econômicos foi desgastante e a mais cara da história do clube: 4 milhões de dólares. Ainda assim, é o único dos três reforços do meio da temporada que não se afirmou. Nos últimos dois jogos, nem sequer foi aproveitado como alternativa aos titulares. De acordo com Felipão, Campaz precisará se adaptar melhor e aprender algumas questões antes de se tornar importante no elenco.
“Ele tem 21 anos e é muito novinho. Precisa se adaptar a uma série de coisas, ao Grêmio e a forma de jogar. Ele tem que introduzir algumas coisas na marcação que são essenciais nesse momento. Estamos aos poucos ensinando e mostrando. Vamos usando de acordo com o que pretendemos. Se ele não jogar na partida seguinte ou nas próximas duas ou três não tem problema. Ele não é contratado apenas para jogar. Nós iniciamos uma reformulação de elenco não só para este ano, mas quem sabe para dois, três ou dez anos. Então vamos com calma”, disse o treinador ao justificar.
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Discursos opostos
Ao se movimentar na janela de transferências, o Grêmio deixava claro o objetivo: reforços para o agora. Ciente da situação do clube já em agosto, os dirigentes deixavam transparecer que só investiriam em jogadores que pudessem dar respostas imediatas. Inclusive, várias das especulações envolvendo nomes conhecidos eram pesadas dessa maneira. Casos de Renato Augusto e Roger Guedes, por exemplo. No entendimento do departamento de futebol, Campaz chegaria para ser titular e sanar um dos problemas do treinador no meio-campo.
Nos microfones, a direção afirma que Felipão é responsável pela escalação e que confiam no trabalho do treinador. Segundo esse discurso, Campaz precisa de fato se ambientar a cidade e o processo pode não ser tão rápido por conta da juventude do atleta. Porém, nos bastidores, o discurso é diferente. Algumas pessoas mostram descontentamento e falta de entendimento sobre o real motivo. Questionados sobre problemas extra-campo ou de relacionamento, todas as fontes consultadas garantem não haver nada além do critério técnico. Para algumas pessoas importantes do dia a dia gremista, a concepção de time resguardado é o principal motivo que ceifa o espaço de Campaz. Enquanto a mentalidade for de proteção, o colombiano terá poucas oportunidades para que jogadores mais aplicados defensivamente possam atuar.
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