Com dificuldades para fazer o Brasil render diante da Venezuela nesta quinta-feira, fora de casa, pelas Eliminatórias, o técnico Tite recorreu ao banco de reservas da Seleção quando perdia por 1×0 e apostou no estreante Raphinha, do Leeds United. E a escolha pelo atacante se mostrou correta, já que o gaúcho de Porto Alegre de 24 anos entrou e participou dos três gols da virada, com duas assistências.
Raphinha, atacante canhoto com estilo de dribles e arrancadas, tem uma história no futebol que certamente frustraria gremistas e colorados. No início de sua jornada na bola, tentou teste no Grêmio e foi barrado. E o mesmo ocorreu no Inter, algo que, segundo um amigo da família, se deu por seu porte físico não ser o ideal pretendido pelos clubes:
“Sou do Sul e sei como as coisas funcionam. Lá, para você vingar, tem de ser forte e grande. Muitos treinadores têm preconceito. Acham que futebol é vigor físico, porrada e com isso os moleques maiores têm mais oportunidades. Ele sempre foi mirradinho, mas era tinhoso. Com nove anos, já jogava contra meninos de 13, 14. E, se deixasse dominar, ele passava mesmo. Só paravam com falta”, disse Clayton Padilha, em entrevista ao jornal Estadão.
Se mantendo em atividade no futebol de várzea até 2014, o atacante foi buscado pelo Audax-SP antes de ir para o Imbituba, de Santa Catarina e na sequência ao Avaí. Mas sua carreira profissional foi construída na Europa. O primeiro destino foi Portugal, onde passou por Vitória de Guimarães e Sporting. Depois, Rennes da França até, no ano passado, chegar ao Leeds.
Em sua última temporada na Premier League, Raphinha fez seis gols e deu nove assistências em 30 jogos. Na atual edição, conta com três gols em sete jogos.
Nova promessa da Seleção espera ter cavado vaga
Depois do grande desempenho nesta quinta-feira, Raphinha espera ter convencido Tite que merece mais oportunidades:
“O Tite pediu para que eu fizesse aquilo que eu faço no Leeds, aquilo que me trouxe para a Seleção. Acredito que não desapontei nem ele, nem meus companheiros e nem o torcedor brasileiro”, disse Raphinha, antes de completar
“É sempre bom fazer um bom jogo e colocar a responsabilidade para cima do treinador. Respeitando meus companheiros, é claro, que é o Everton do outro lado. Acredito que é uma dúvida boa para ele, mas estou aí para mostrar meu trabalho. Agora, é com ele”.
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