Home Outros Esportes Crônica: Temos de relembrar o que é um Quarterback

Crônica: Temos de relembrar o que é um Quarterback

O vício do fã do esporte em estatísticas e números nos fez esquecer qual o principal ingrediente de um Quarterback: a liderança

Pedro Oliveira
Pedro Oliveira é criador de conteúdo, torcedor do Houston Texans e do Cruzeiro Esporte Clube - porque desgraça pouca é bobagem -, e cronista em nosso portal.

O ano era 2000. A NFL se encaminhava para mais um draft – você lembra qual foi a pick #1? Nem eu. Na penúltima seleção de todo o draft, um menino franzino de Michigan era selecionado: Thomas Edward Patrick “Tom” Brady Jr. E o resto, como sabemos, é história.

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Poucas pessoas racionalizam isso – porque não faz sentido humano dizer algo assim – mas o verdadeiro fato é que, tecnicamente falando, Tom Brady não é um Quarterback tão absurdo assim. Porém, ele é mestre em uma coisa: fazer o básico da melhor forma possível. Isso é algo que Brady faz questão de deixar claro, falando sobre inclusive em seu livro, onde explica seu método de como ele está há 20 anos na liga em alto nível. A única razão que Brady tem marcas tão absurdas é justamente por isso: ele trabalha há tanto tempo que é impossível não bater tantos recordes.

Mas se isso é verdade, porque Garopollo, um atleta criado no mesmo módulo que Brady fez se tornar padrão em New England, não é tão bom quanto seu mestre? A resposta é simples: estamos sofrendo uma escassez de Quarterbacks líderes nos times.

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Um vício chamado estatística

Muitos de nós – ditos fãs do esporte – somos viciados em uma droga maldita chamada estatísticas. Somos aficcionados em saber quantos passes fulano acertou ou quantos TDs ele marcou e até mesmo comparamos vitórias entre Quarterbacks – nos esquecendo que isso não é uma estatística de QB, e sim do time -, e nos esquecemos que antes de mais nada, o Quarterback é o líder do time. E estamos sofrendo uma escassez disso nos campos da NFL.

A perseguição constante pelo atleta com os melhores números e técnicas mais absurdas possíveis fez com que os times – e o fã do esporte se esqueçam de que não adianta de absolutamente nada você ter um atleta popstar liderando seu time se em campo ele for um capenga que não sabe se impor em seu próprio time.

E exemplos dessa trágica verdade não faltam na liga. Baker Mayfield, prospecto de primeiro round na liga, entrou nela com números absurdos vindo de Oklahoma e demorou quase que cinco anos para assumir seu posto como líder no Cleveland Browns. Além disso, temos também trágicos exemplos como Sam Darnold e o próprio Jimmy Garopollo, que em primetime demonstrou ao vivo
e em cores que não chega nem perto de ser um líder como seu mestre, Tom Brady, foi.

O que esperar da Liga?

Enquanto ficamos sedentos por passes “mágicos” como Mahomes lançava ou técnicas impressionantes como as de Lamar Jackson correndo, atletas fazendo o básico com maestria se multiplicam na Liga e anulam talentos mal trabalhados por seus detentores. O resultado disso não é algo previsível, ao passo de que os atletas ainda podem despertar e voltar ao básico de suas funções – Kirk Cousins, Garopollo e cia, estou olhando para vocês. A nós, resta sentar e assistir o espetáculo: seja dos atletas ascendendo ao seu posto como líder ou dos mesmos decaindo à lama da forma mais caótica possível.

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Aguarde cenas do próximo capítulo.

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