Tem sido um desafio daqueles ser atacante do Fluminense ultimamente. Não que o setor de criação seja necessariamente abaixo da média, ou que os jogadores mais ofensivos sejam muito sacrificados no esquema do técnico Marcão. Mas o fato é que eles não têm produzido.
Ao fim do jogo contra o Juventude, na última quarta-feira (17) — uma derrota por 1 a 0 no estádio Alfredo Jaconi —, os homens de frente chegaram a uma expressiva marca negativa: só fizeram gols em uma das últimas 11 partidas do Tricolor no Brasileirão.
O confronto em questão foi a grande vitória sobre o Flamengo, por 3 a 1, em que o jovem atacante John Kennedy, em uma de suas primeiras partidas como titular, balançou as redes rubro-negras duas vezes. O outro tento foi anotado pelo centroavante Abel Hernández, num golaço que acertou o ângulo.
Desde então, e em algumas partidas anteriores, os tentos foram marcados pelo zagueiro David Braz (contra o Sport), pelo volante Yago Felipe (diante do Palmeiras) e pelo zagueiro Zé Ivaldo, contra (no 1 x 0 sobre o Athletico-PR). Nas outras seis derrotas e um empate no período, o time sequer furou a defesa adversária.
Para além de uma possível má-fase dos atacantes, uma explicação possível é a alteração de esquema por Marcão. Na maior parte desses 11 jogos, o Fluminense atuou com um trio de frente, mas munido por um trio de volantes, rodando entre André, Martinelli, Yago Felipe e Nonato. Ainda que tenham suas qualidades, os homens de meio são mais defensivos e articuladores, o que pode ter gerado menores oportunidades claras ao pessoal da frente.
Outra tese é a ausência de Fred. O centroavante e ídolo do Flu não participou de cinco das 11 partidas. Além do inesgotável faro de gol, ele exerce um papel de liderança moral e técnica, inclusive atuando muitas vezes como um pivô, levemente recuado, arrumando jogadas para os pontas.
Seja qual for a explicação, os atacantes tricolores estão devendo. E precisam pagar o quanto antes, se o time carioca pretende se classificar para a Copa Libertadores de 2022.
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