Home Automobilismo Fórmula 1: Entenda a polêmica que faz a Alemanha não ter GP no calendário de corridas

Fórmula 1: Entenda a polêmica que faz a Alemanha não ter GP no calendário de corridas

Alemanha vai para o segundo ano seguido sem ter uma corrida de Fórmula 1. Organizadores explicam o motivo

Mário André Monteiro
Jornalista com passagens por Portal iG, Fox Sports e Osasco Audax. Atualmente editor na Jovem Pan News e no Alemanha FC (http://www.alemanhafc.com.br). No Twitter: @alemao_mario e no Instagram: @marioalemao

A Alemanha sempre teve tradição na Fórmula 1 com grandes pilotos, como Michael Schumacher, Sebastian Vettel, Nico Rosberg, Heinz-Harald Frentzen e Nick Heidfeld, entre outros nomes. Porém, o país não terá Grande Prêmio na temporada 2022.

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O país também não recebeu corrida em 2021 – o último GP foi em 2020. E a Alemanha possui dois circuitos históricos, que são Hockenheim e Nürburgring.

Mas por qual motivo os alemães vão para o segundo ano consecutivo sem receber uma corrida de Fórmula 1?

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“Quando se fala em casamento, a parceria deve estar em pé de igualdade. E ambos os parceiros devem se sentir confortáveis. Obviamente, esse não é o caso”, disse Jorn Teske, diretor administrativo do autódromo de Hockenheim, ao “Bild”.

“Não se trata de sensibilidade ou que algo não combina com a noiva pouco antes do casamento”, complementou Ingo Böder, responsável por Nürburgring.

As declarações dos dois dirigentes dos circuitos alemães se referem às condições financeiras que a Fórmula 1 impõe aos organizadores. “Não se trata de diferenças mínimas de valores, mas há grandes lacunas financeiras”, disse Böder.

Fórmula 1 x Alemanha x Dinheiro

A taxa de inscrição para organizar uma corrida de Fórmula 1, por exemplo, está na casa dos 20 milhões de euros. Além disso, há um valor também na casa dos milhões de euros para todas as outras despesas, desde a limpeza do estacionamento até a parte comercial.

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De acordo com Teske e Böder, a receita da venda de ingressos cobre apenas metade dos gastos. “Não estamos procurando lucrar com uma corrida de Fórmula 1. Bastaria apenas cobrir todos os nossos custos para não termos prejuízo”, explicou o diretor de Hockenheim.

Para ambos, em países como Arábia Saudita, Bahrein ou Catar, a lucratividade não é um problema. Os dirigentes que estão no poder arcam facilmente com os custos de construção da pista, realização da corrida ou taxa de inscrição.

“Não é competição. Porque financeiramente não jogamos em pé de igualdade. Não quero dizer que nos sentimos impotentes. Mas você está comparando maçãs com laranjas”, disse Böder, de Nürburgring.

Nas corridas europeias, os estados ou municípios também ajudam financeiramente. Às vezes um grande patrocinador financia parte dos custos. “Não posso dizer por quanto tempo o apoio financeiro do setor público continuará fluindo nos outros países europeus. Estou surpreso que ainda esteja indo bem”, completou Teske.

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Apesar de todo esse imbróglio financeiro, existem conversar para que a Alemanha tenha um Grande Prêmio na temporada 2023. A Fórmula 1 estuda dar um desconto no valor de circuitos mais tradicionais da categoria.