Home Extracampo Jogador do Flamengo ganha força junto à direção por falta de estrutura no clube

Jogador do Flamengo ganha força junto à direção por falta de estrutura no clube

Rubro-Negro não buscou profissionalização em diversas áreas e problemas internos passam a aparecer

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

O Flamengo tem passado por uma crise externa no futebol, envolvendo o técnico Paulo Sousa, as declarações de Jorge Jesus, e os resultados recentes, ruins. Mas também tem problemas internos que se tornaram uma crise no clube. O jornal o Globo revelou problemas no departamento de recursos humanos do clube, que fizeram até mesmo com que um jogador ganhasse força junto à direção.

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Segundo O Globo, enquanto funcionários conhecidos do clube, como Maurício Souza, para o Athletico Paranaense, e Fábio Mathias, para o Red Bull Bragantino, saíam, o departamento passou a zelar pela manutenção e bem-estar dos jogadores que conquistaram títulos recentes com o clube. Aumentos de salários e renovações das lideranças do elenco se tornaram comuns e Diego Ribas se aproximou dos principais diretores.

“A preocupação do departamento passou a ser o bem estar dos atletas campeões. Vários renovaram, tiveram aumentos, e as lideranças passaram a ter mais força junto à direção, sobretudo Diego Ribas. O clube ensaiou uma hegemonia que nunca se confirmou, pois não se preocupou com a transição de modelos e nem em deixar um legado com identidade própria”, publicou o jornal o Globo, que logo seguiu.

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“Ano após ano, troca técnicos e contrata e vende jogadores, enquanto a comissão permanente não é qualificada na mesma proporção. Sem força, Tannure não conseguiu reestruturar o departamento médico com nomes que gostaria, e se alia a Paulo Sousa na nova reformulação. Apesar de gerente, restou-lhe só a figura do médico, que precisou lidar com interesses de todos os lados.”

Problema no RH é latente e presidente tem que tomar decisões no Flamengo

Ainda segundo a publicação do periódico, o clube não tem uma política de cargos e salários. Poucas pessoas são realmente profissionais de suas áreas no Flamengo, fazendo com que haja uma concentração de poder no clube. Marcos Braz, vice de futebol, e Bruno Spindel, diretor, ganharam poderes nas negociações do clube no mercado. Não há gerência ou direção técnica, ficando apenas o cargo a Juan e Fabinho que não tem grandes funções.

“O Flamengo não tem uma política de cargos e salários nem no futebol nem em outras áreas. Isso se deve à estrutura tímida do departamento de recursos humanos. Gerente do RH, Roberta Tannure, que não tem parentesco com o médico, foi alçada ao posto após trabalhos como advogada trabalhista no próprio clube. Não há um diretor do setor, e a gerência é subordinada ao diretor corporativo Billy Alves. A explicação para essa hierarquia tão vertical é concentrar as decisões no diretor financeiro, Fernando Neto, no CEO Reinaldo Belotti e também no presidente Rodolfo Landim, que tem menos obstáculos para nomear profissionais com um maior alinhamento à gestão.”

Com isso, todo o profissionalismo na questão financeira do Flamengo, que tirou o clube de dívidas que pareciam impagáveis, e levou a um dos mais poderosos do país, não se estendeu para outras áreas.

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