Heptacampeão e considerado um dos melhores pilotos da história da Fórmula 1, Michael Schumacher teve uma estreia pitoresca, em um distante 25 de agosto de 1991. Você sabe como o alemão chegou na Fórmula 1?
Nos bastidores, estava o agente germânico Wili Weber, que tinha notado o talento de Schumacher na Fórmula Ford 1600. Desta forma, o empresário passou a gerenciar a carreira de Michael e o contratou para correr em sua equipe de Fórmula 3, a WTS Motorsport.
“Schumi” também foi beneficiado pela Mercedes, que tinha uma equipe júnior para provas de endurance, comandada por Jochen Neerpasch. Este projeto, que revelou outros nomes como Karl Wendlinger e Heinz-Harald Frentzen, tinha como objetivo ser um celeiro para jovens pilotos germânicos que buscavam a Fórmula 1 e foi assim, que Michael Schumacher começou a se destacar. O alemão pilotou um protótipo Sauber-Mercedes C11 e teve o ex-Fórmula 1, Jochen Mass, como companheiro no Mundial de Carros Esportivos.
Após disputar as 24 horas de Le Mans, Schumacher correu em uma etapa da Fórmula 3000 no Japão e conquistou o segundo lugar. O bom resultado garantiu dois convites para estrear na F-1, porém Wili Weber recusou propostas da Tyrrell e Footwork.
Oportunidade na Jordan
O piloto da Jordan, Bertrand Gachot, foi preso no dia 15 de agosto de 1991, após uma briga com um taxista em Londres. O atleta optou em se defender com um spray de pimenta e o episódio custou uma pena de detenção de 18 meses para Gachot. Surgia uma oportunidade para Michael Schumacher, na principal categoria do automobilismo mundial.
O agente Wili Weber entrou em contato com o dono do time, Eddie Jordan, e afirmou que tinha o piloto certo para substituir Gachot no Grande Prêmio da Bélgica.
Para garantir a vaga de Schumacher, o empresário mentiu e afirmou que o novato tinha amplo conhecimento do circuito de Spa Francorchamps, o que convenceu o time, que cedeu espaço para o piloto alemão. Schumacher chegou à Jordan com uma boa quantia em dinheiro, tudo financiado pela Mercedes.
No cockpit
O primeiro contato do alemão com um Fórmula 1 aconteceu uma semana antes do GP da Bélgica. Michael, então com 22 anos, testou a Jordan no clássico autódromo de Silverstone, na Inglaterra. Apesar da recomendação para poupar o carro, que seria o mesmo utilizado em Spa, Schumacher buscou o limite e fez uma sequência de voltas rápidas.
O encontro com o circuito belga aconteceu na semana do Grande Prêmio e para conhecer a pista, o jovem alemão optou em dar duas voltas de bicicleta no circuito. Michael surpreendeu nos treinos livres e recusou um contrato de três anos com a equipe irlandesa, alegando que queria conversar após a corrida.
Na sexta-feira, o alemão ficou meio segundo atrás do companheiro Andrea de Cesaris, porém no treino classificatório de sábado, Schumacher marcou o sétimo tempo e o italiano ficou com a décima primeira posição.
Apesar do bom momento com o carro de Eddie Jordan, Michael encontrou um obstáculo no domingo: a embreagem, que encerrou a sua corrida na primeira volta.
Schumacher ganha emprego de brasileiro na Benetton
Entusiasmado, Eddie Jordan marcou mais uma sessão de treinos com Michael Schumacher após a corrida e o intuito era o de assinar um contrato, porém o alemão não compareceu. A equipe irlandesa recebeu a justificava através do corpo jurídico que administrava a carreira de “Schumi”.
Em paralelo, Schumacher negociava o seu contrato com a Benetton, que queria o fenômeno no time. Desta forma, Flavio Briatore e Tom Walkinshaw demitiram o brasileiro Roberto Pupo Moreno, que substituiu o alemão e Gachot na Jordan por duas corridas.
Michael Schumacher estreou na Benetton na etapa seguinte à Bélgica, que aconteceu em Monza na Itália. Durante o final de semana, o alemão andou na frente do seu companheiro, o tricampeão Nelson Piquet.
Enquanto o brasileiro completava 200 grandes prêmios na categoria, Michael Schumacher chegava na quinta posição e marcava os seus primeiros pontos na Fórmula 1.

