Brasileirão Série A tem uma “verdadeira legião estrangeira”, com mais de 80 profissionais atuando no Brasil
Entre jogadores e técnicos, primeira divisão do Campeonato Brasileiro tem 90 profissionais estrangeiros atuando no país
A cada ano que passa, jogadores de outras nacionalidades vem ganhando cada vez mais espaço nos clubes do Brasil, principalmente na primeira divisão. Hoje temos 78 atletas de outra nacionalidades atuando em 19 dos 20 clubes do Brasileirão Série A. A única exceção é o Goiás.
Já fora dos gramados, temos seis técnicos estrangeiros, com destaque para Abel Ferreira e Vítor Pereira, respectivamente no Palmeiras e Corinthians, que lideram o campeonato.
Esse crescimento é motivado principalmente pelo Real hoje estar mais forte que moedas de outros países sul-americanos, como explicou Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo.
“Observo que os futebolistas sul-americanos almejam atuar no Brasil, por conta dos salários melhores, estrutura de alto nível, forte qualidade de enfrentamento e estádios de ponta. No continente, o Brasil costuma concorrer com as equipes mexicanas pelas melhores promessas. Atualmente, essa disputa ficou ainda mais difícil, uma vez que os times dos Estados Unidos estão investindo muito dinheiro na janela de transferências”.
Lista de jogadores / técnicos por clube
Athletico: 6
David Terans – URU
Nicolás Hernández – COL
Bryan Garcia – EQU
Tomás Cuello – ARG
Orejuela – COL
Agustín Canobbio – URU
Internacional: 4
Fabrício Bustos – ARG
Gabriel Mercado – ARG
Johnny – EUA
Carlos de Pena – URU
São Paulo: 6
Andrés Colorado – COL
Robert Arboleda – EQU
Emiliano Rigoni – ARG
Jonathan Calleri – ARG
Gabriel Neves – URU
Giuliano Galoppo – ARG
Atlético-MG: 6
Junior Alonso – PAR
Nacho Fernández – ARG
Matiás Zaracho – ARG
Eduardo Vargas – CHI
Cristian Pavón – ARG
Ramón Martínez – PAR
Fortaleza: 6 + técnico
Valentín Depietri – ARG
Silvio Romero – ARG
Bryan Ceballos – COL
Anthony Landázuri – EQU
Emanuel Brítez – ARG
Rómulo Otero – VEN
Técnico: Juan Pablo Vojvoda – ARG
Red Bull Bragantino: 5
Leonardo Realpe – EQU
Kevin Lomónaco – ARG
José Hurtado – EQU
Emiliano Martínez – URU
Jan Hurtado – VEN
Palmeiras: 7 + técnico
Gustavo Gómez – PAR
Benjamín Kuscevic – CHI
Joaquín Piquerez – URU
Eduard Atuesta – COL
Miguel Merentiel – URU
“Flaco” Lopez – ARG
Iván Angulo – COL
Técnico: Abel Ferreira – POR
América-MG: 4
Germán Conti – ARG
Raul Cáceres – PAR
Juan Pablo Ramirez – COL
Bénitez – ARG
Santos: 4
Carlos Sánchez – URU
Rodrigo Fernández – URU
Bryan Angulo – EQU
Jhojan Julio – EQU
Juventude: 2
Isidro Pitta – PAR
Óscar Ruiz – PAR
Cuiabá: 3 + técnico
Juan Ojeda – PAR
Christian Rivas – VEN
Kelvin Osorio- COL
Técnico: António Oliveira – POR
Botafogo: 4 + técnico
Gatito Fernández – PAR
Joel Carli – ARG
Renzo Saravia – ARG
Cuesta – ARG
Técnico: Luís Castro – POR
Fluminense: 4
Germán Cano – ARG
Mário Pineida – EQU
Jhon Arias – COL
Michel Araújo – URU
Flamengo: 3
Giorgian de Arrascaeta – URU
Richard Ríos – COL
Arturo Vidal – CHI
Coritiba: 5 + técnico
Adrian Martínez – ARG
Guillermo de los Santos – URU
Matías Galarza – PAR
Pablo Garcia – URU
Hernán Pérez – PAR
Técnico: Gustavo Morínigo – PAR
Atlético-GO: 1
Diego Churín – ARG
Avaí: 1
Paolo Guerrero – PERU
Corinthians: 5 + técnico
Rafael Ramos – POR
Víctor Cantillo – COL
Bruno Méndez – URU
Fabián Balbuena – PAR
Fausto Vera – ARG
Técnico: Vítor Pereira – POR
Ceará: 2
Stiven Mendoza – COL
Jhon Vásquez – COL
Quantidade de estrangeiros no Brasileirão Série A por país
A Argentina é o país que mais contribui com a lista acima, com 21 profissionais. Em seguida aparecem Uruguai (14), Colômbia (13), Equador (8), Portugal (5), Chile (3), Venezuela (3), Peru e Estados Unidos (1).
Os cinco portugueses ocupam cargos de técnico no Brasil e a lista poderia ser maior se Paulo Sousa não tivesse sido demitido do Flamengo. Também podemos citar Fábian Bustos, que deixou recentemente o Santos.
Além disso, com a janela de transferências aberta, não será surpresa se a lista de nomes aumentar, principalmente em relação a novos atletas do exterior.
Limite de estrangeiros no futebol brasileiro
Um lado importante é que nas competições nacionais existe o limite de até cinco atletas de fora do país na lista de relacionados para o jogo, entre titulares e jogadores no banco de reservas. Isso se aplica inclusive em competições nacionais, com a Copa do Brasil e Brasileirão Série A.
Por outro lado, essa restrição não existe nas competições continentais, como Copa Libertadores e Sul-Americana.
Diferença de gestão
Alguns dirigentes já têm bem claro a opção deter em seu elenco profissionais estrangeiros, sejam jogadores ou membros da comissão técnica. Abaixo temos duas declarações de dirigentes do Brasileirão Série A.
“Atualmente, o elenco do Internacional conta com atletas de três países diferentes. O Colorado sempre recebeu bem os jogadores vindos de nações vizinhas e creio que isso não aconteça apenas por razões econômicas, mas pela evolução técnica e o retorno que isso pode gerar dentro e fora das quatro linhas”, afirma Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, é outro que fala sobre a contratação de técnicos estrangeiros: “Logo no momento em que o Vojvoda começou a treinar o Fortaleza, já vimos que se tratava de um método diferente do que estávamos habituados. Os atletas se sentiram bastante confortáveis e elogiaram a intensidade dos treinamentos. Em 2021, conseguimos estabelecer um estilo de jogo agressivo, mesmo com um grupo menos estrelado e diante de grandes equipes do esporte brasileiro”.
Adaptação de profissionais de fora ao futebol brasileiro
A questão do idioma, diferenças de clima, calendário e cultura são fatores que não podem ser ignorados.
“É fundamental que haja um acompanhamento próximo ao técnico estrangeiro e a comissão técnica para que a equipe fique tranquila e consiga implementar o seu trabalho. Habitualmente, o treinador chega no Brasil com os seus próprios auxiliares e é imprescindível que todos esses profissionais sejam bem atendidos para que possam se adaptar rapidamente”, afirma Júnior Chávare, diretor de futebol, que trabalhou com o técnico argentino Diego Dabove, temporada passada, no Bahia.
Você agora é um comentarista esportivo. É capaz de escrever de forma séria a situação do seu time na tabela ao fim do turno? 💬
— Brasileirão Assaí (@Brasileirao) July 26, 2022
Chegou o seu momento. Quero ver quem manda bem. Quem sabe não ganha um RT… #CampeonatoDoBrasileiro 🇧🇷 pic.twitter.com/OutnPTQ3cf

