Home Automobilismo F1: ex-funcionário da Aston Martin denuncia racismo e homofobia na equipe

F1: ex-funcionário da Aston Martin denuncia racismo e homofobia na equipe

Após polêmica envolvendo Nelson Piquet e Lewis Hamilton, um novo caso de preconceito atinge a Aston Martin; saiba mais

Bruno Bravo Duarte
Bruno Bravo Duarte é um jornalista que atua como editor, redator e repórter há mais de dez anos. Formado em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá em 2004, teve passagens por EQI Investimentos, Naspistas.com, Jornal Povo, Jornal do Rock e Niterói TV. Atualmente no Torcedores.com

Em entrevista à Sky News, um ex-funcionário da Aston Martin fez sérias denúncias sobre supostos abusos na equipe. Aidan Louw, de 25 anos, diz ter sido vítima de racismo e de homofobia dentro do time de Lawrence Stroll.

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Sul-africano, o ex-funcionário da Aston Martin trabalhava como laminador e contribuía na construção de peças para os carros da equipe. De acordo com Louw, as ofensas começaram no primeiro dia de trabalho, em fevereiro, quando ele se juntou ao time como contratado de uma empresa terceirizada.

“Antes mesmo de entrar no meu ambiente de trabalho, me disseram: ‘Olha, se você tem um problema com a forma como falamos aqui, é apenas como falamos” declarou à Sky News.

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Aidan atuava na sede da equipe, localizada ao lado do circuito de Silverstone, na Inglaterra. De acordo com o rapaz, as ofensas eram comuns e aconteciam todos os dias.

“Eu não era chamado de Aidy ou qualquer coisa assim. Eu era chamado de nomes racialmente ofensivos. Foi só depois que eu finalmente processei o que estava acontecendo.” explicou.

A nacionalidade sul-africana também foi motivo de críticas por parte de alguns funcionários da Aston Martin. Louwn explicou que existia um certo apartheid dentro do time. Vale lembrar, que este movimento estimulou o preconceito racial na África do Sul, ao separar brancos de negros em ambientes públicos.

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Homofobia na Aston Martin

Além dos ataques raciais, o jovem afirmou que sofreu homofobia após revelar um relacionamento gay na juventude.

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“Revelei a alguém que tive um namorado na adolescência e pronto, naquela fração de segundo tudo mudou. Assim que eles descobriram sobre essa informação, eles estavam tentando me derrubar como homem, como indivíduo e humano”, disse ele.

A denúncia acontece em meio a uma série de polêmicas relacionadas ao preconceito na Fórmula 1. O tricampeão Nelson Piquet foi acusado de racismo e homofobia contra o heptacampeão Lewis Hamilton e o jovem Juri Vips foi demitido da Red Bull após mensagens racistas na internet.

Posicionamento da equipe

A Aston Martin F1 negou as acusações de Aidan e informou que o contrato foi rompido devido ao mal desempenho do funcionário, que não mantinha uma rotina pontual no ambiente de trabalho. Em comunicado, a equipe informou:

 “A AMR e seu fornecedor operam uma política de tolerância zero em relação ao racismo, homofobia e todos os tipos de discriminação.”

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“Nós lidamos com qualquer alegação desse comportamento inaceitável com seriedade, incluindo investigar minuciosamente tais alegações e punir qualquer indivíduo que esteja aquém de nossos padrões.”

“Neste caso, o queixoso foi acreditado com razão, suas queixas foram imediatamente atendidas e as sanções apropriadas foram impostas de acordo com nossa política de tolerância zero. Estamos em discussões contínuas com ele.”

Ainda de acordo com a escuderia, os funcionários que foram citados nos abusos foram demitidos.

Sobre Aidan Louw

Aidan ingressou jovem no mundo do automobilismo, aos 16 anos. Atuou como faxineiro no circuito de Silverstone, onde recolhia copos descartáveis e limpava banheiros. O sul-africano trabalhou também na cadeia de suprimentos da Fórmula 1 e fez parte de equipes como Williams, Alpine e McLaren, onde teve um excelente convívio com os funcionários.

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“Até esse ponto, eu senti que isso era honestamente tudo o que eu deveria fazer”, disse ele. “Eu não quero ser visto como uma vítima, isso não é quem eu sou, mas o fato é que esse abuso não é certo, não sou apenas eu que sou a vítima, é minha comunidade, minha comunidade é a vítima.” lamentou.

A Fórmula 1 ainda não se pronunciou sobre o caso.

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