O britânico Martin Donnelly sofreu um dos acidentes mais terríveis da história da Fórmula 1, em um distante 28 de setembro de 1990. Na ocasião, o piloto buscava melhorar a sua marca no primeiro dia de classificação para o GP da Espanha, que era realizado no circuito de Jerez de la Frontera.
Donnelly perdeu o controle de sua Lotus-Lamborghini e se chocou com grande intensidade na curva Ferrari, um dos poucos pontos de alta do circuito espanhol. Com o impacto, o bólido se despedaçou e o piloto foi atirado para fora do cockpit.
Ao perceber a gravidade do incidente, o brasileiro Nelson Piquet atravessou a sua Benetton no meio da pista para evitar que outros carros passassem pelo local. O então médico da categoria, Dr. Sid Watkins, ressuscitou o piloto que sofreu uma parada cardíaca no asfalto. Donnelly foi levado entre a vida e a morte para o centro médico do circuito.
O britânico sofreu traumatismo craniano e inúmeras fraturas nas duas pernas, na clavícula direita, na tíbia, na fíbula e no fêmur. O impacto também causou danos nos pulmões e no pescoço. Ao ter a condição estabilizada, o piloto da Lotus foi transferido para o Hospital Virgen del Roccio de Sevilha, onde ficou em coma por sete semanas.
O retorno de Martin Donnelly
Recuperado, Martin Donnelly manteve a sua imagem associada ao automobilismo. O britânico testou uma Jordan em 1993 e pilotou o carro que quase o matou no festival de Goodwood. As condições físicas não permitiram um retorno à Fórmula 1 e desta forma, Donnelly disputou algumas categorias de carros de turismo e atuou como comissário convidado em algumas etapas da F-1.
No ano de 2019, o piloto passou por outra provação ao sofrer um acidente em uma corrida beneficente de motos na Irlanda. Martin, que na ocasião tinha 55 anos, correu o risco de ter a sua perna esquerda amputada devido a uma infecção após uma cirurgia. Vale lembrar, que o membro já tinha sido afetado em 1990.
Em dificuldades financeiras, o piloto contou com o apoio de alguns amigos durante o tratamento entre estes, Johnny Herbert, que fez uma vaquinha. O também britânico foi o substituto de Donnelly na Lotus em 1990.
Recuperado, Martin Donnelly não lamentou o acidente e o tratamento médico ao qual foi submetido. A corrida de exibição tinha uma causa nobre: angariar fundos para crianças em tratamento contra o câncer.
