Home Futebol Brasileirão Série C e D: times eliminados ficam sem jogar e acumulam prejuízo

Brasileirão Série C e D: times eliminados ficam sem jogar e acumulam prejuízo

Total de jogos na temporada 2022 do futebol brasileiro varia de clube para clube a depender da categoria do Brasileirão

Octávio Almeida Jr
Jornalista graduado pela Universidade da Amazônia (UNAMA), 29 anos. Repórter de campo pela Rádio Unama FM em duas finais de Campeonato Paraense (anos 2016 e 2017). Repórter no site Torcedores.com desde 2018.

O calendário do futebol brasileiro é alvo de críticas, ano após ano, pelo excesso de jogos para os principais times. Equipes como Flamengo e São Paulo vão ultrapassar a barreira de 70 partidas ao fim de 2022.

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Por outro lado, clubes tradicionais e de torcidas grandiosas como Remo, Santa Cruz e Paraná sequer vão chegar aos 40 jogos.

Isso porque eles integram categorias inferiores do Brasileirão e já foram eliminados das respectivas divisões que atuam.

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Restou a eles, portanto, dispensar os jogadores que contrataram e reduzir, drasticamente, o total de colaboradores que integram o departamento de futebol.

De acordo com o economista Pedro Neves, a desigualdade de jogos impacta na economia local onde cada agremiação é sediada.

“Empregos de transporte, restaurantes, hotelaria. São alguns dos setores econômicos afetados pela ausência de jogos. Além dos trabalhadores informais, que também são afetados pela falta de calendário”, declarou Neves, em entrevista ao site Globo Esporte.

Paraná e Santa Cruz voltarão a disputar um jogo oficial apenas em 2023. A expectativa é a mesma em relação ao Clube do Remo.

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No entanto, o time azulino tem uma possível participação na recém-anunciada Copa Verde.

O torneio está previsto para ocorrer no fim deste ano, mas calendário e times participantes ainda não foram confirmados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“Esses times ficam afastados por meses e perdem até 80% da receita, que vem de patrocínio, de anunciantes, da renda da torcida e da venda de material esportivo”, acrescentou Neves.

De acordo com o advogado especialista em direito desportivo Alan Rodrigo, a diferença de calendário também acarreta prejuízos sociais.

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“Os atletas ficam um período sem uma renda salarial, o que por sua vez acaba tendo uma repercussão social nas vidas dos atletas e de alguns funcionários de clubes, prejudicando a continuidade de trabalho, sua preparação física e, em muitos casos, desistindo do futebol e buscando trabalho em outras áreas”, declarou.

Alan Rodrigo também defendeu que as Séries C e D do Brasileirão tenham mais jogos.

A ideia é proporcionar aos clubes um calendário com jogos até dezembro, além da chance para torcedores irem ao estádio mais vezes e, portanto, garantirem mais rendas aos clubes.

“A Série D, ao invés de mata-mata, poderia ser por pontos corridos, o que traria mais investimentos para os clubes e mais tempo de contrato para atletas, além de trazer mais equidade para equipes mais regulares”, argumentou Rodrigo.

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