Home Vôlei “Geração de Ouro” do vôlei brasileiro completa 30 anos; veja como foi a memorável conquista

“Geração de Ouro” do vôlei brasileiro completa 30 anos; veja como foi a memorável conquista

Inicialmente, equipe comandada por José Roberto Guimarães não era apontada nem como postulante a medalhas e surpreendeu ao faturar o título

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Há 30 anos, exatamente no dia 9 de agosto de 1992, a seleção masculina de vôlei conquistava a primeira medalha de ouro olímpica da história não somente da modalidade, como também dos esportes coletivos do Brasil. Amauri, Carlão, Douglas, Giovane Gávio, Janelson, Jorge Edson, Marcelo Negrão, Maurício, Pampa, Paulão, Talmo e Tande compuseram o elenco responsável pela inédita façanha sob o comando do icônico José Roberto Guimarães, único brasileiro tricampeão da maior competição esportiva do planeta.

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A equipe que viajou a Barcelona é a única dentre as três campeãs olímpicas do naipe masculino com 100% aproveitamento. Venceu todos os oito jogos realizados. A consagração definitiva veio após triunfo por 3 sets a 0 sobre a Holanda, no ginásio Palau Sant Jordi.

Fazendo uma alusão à maior seleção de basquete da história, o ‘Dream Team’ dos Estados Unidos que também competiu em Barcelona, o pai de Tande, naquele domingo, declarou empolgado ao programa Fantástico: “Assim como os Estados Unidos tinham o ‘Dream Team’, do Brasil vocês são nosso ‘Dream Team’”.

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Na edição do dia 10 de agosto, o jornal O Globo também estampou a frase na capa de seu caderno de esportes: “O nosso ‘Dream Team’”.

Antes de rememorar a proeza, vale salientar sobre a principal diferença do sistema de pontuação da época para com o modelo atual. Antigamente, havia a famosa “vantagem”. Ou seja, para valer a marcação de um ponto, a equipe deveria fazer dois consecutivos sem deixar o adversário quebrar a sequência. Caso o time que iria realizar o saque marcasse logo na sequência de seu lance, somaria o ponto sem a necessidade da vantagem.

Isso posto, conheça – ou relembre – como foi a trajetória deste histórico título que iniciou a mudança de patamar da seleção brasileira no mundo do voleibol.

Ano novo, técnico novo

O ano olímpico iniciou com mudanças. Devido ao desempenho abaixo do esperado na temporada anterior, o técnico Josenildo Carvalho foi desligado do comando da seleção. A CBV (Confederação Brasileira de vôlei), presidida por Carlos Arthur Nuzman, surpreendeu e anunciou José Roberto Guimarães para o cargo. O jovem de 37 anos, que faria aniversário durante os Jogos Olímpicos, já havia sido auxiliar de Bebeto de Freitas na seleção masculina entre 1989 e 1990 e desde 1988 trabalhava como técnico em clubes femininos, passando, posteriormente, pelas seleções de base do gênero. Conduziu as meninas das categorias infanto e juvenil ao vice-campeonato mundial, em 1991.

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Pairava no ar a desconfiança dos jogadores com a atribuição de um cargo tão importante a um inexperiente técnico na categoria masculina. Portanto, para este novo desafio o trabalho seria redobrado. Além de conquistar o respeito dos atletas, José Roberto também teria a incumbência de encaixar o coletivo em pouco tempo visando o desempenho nos Jogos Olímpicos. A Liga Mundial seria a única chance para poder implantar sua metodologia.

Testando variações táticas e perdendo alguns atletas por lesão, o técnico teve dificuldades no início, mas o time alcançou a segunda fase daquela competição. Ainda que a probabilidade de classificação para as semifinais fossem remotas, houve um ponto de virada considerado fundamental para o decorrer da preparação olímpica.

O Brasil venceu Cuba por duas vezes e quebrou um tabu de oito anos consecutivos de derrotas para os carrascos caribenhos. Este resultado elevou a confiança da comissão técnica e jogadores. Agora, todos vislumbravam possibilidades de, ao menos, chegar às semifinais em Barcelona.

Definição da lista rumo à Barcelona

Antes de embarcar rumo à Catalunha, a comissão técnica precisou realizar o temido corte. Inicialmente, 18 nomes fizeram parte da Liga Mundial. Ao final do torneio o número fora reduzido para 14 jogadores. No entanto, para os Jogos Olímpicos, somente 12 poderiam integrar o elenco.

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Desta vez sobrou para Claudinei e Kid. Este último viria a ser cortado novamente na edição seguinte, em Atlanta-1996, mas participou futuramente em Sidney-2000.

Cacá Bizzocchi também foi outra baixa. O então auxiliar técnico foi avisado pela CBV que não embarcaria a somente três dias da viagem.

A comissão técnica foi formada por José Roberto Guimarães, o chefe da delegação de vôlei Sami Mehlinsky, o assistente técnico Marcos Miranda, preparador físico Júlio César Lanzelotti, fisioterapeuta Dr. Matias e o médico Dr. Sérgio Xavier.

Por fim, definiu-se a lista dos convocados:

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Levantadores: Maurício e Talmo

Oposto: Marcelo Negrão

Pontas (ponteiros): Giovane Gávio, Tande, Pampa, Jorge Edson e Janelson

Meios de rede (centrais): Carlão, Paulão, Amauri e Douglas Chiarotti

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Aportando em solo catalão, a delegação ficou hospedada junto a atletas brasileiros de outras modalidades. Ainda assim conseguiram ficar em dois quartos, com oito integrantes entre atletas e comissão técnica, de frente para o outro, o que facilitou a comunicação e todo o processo para o cumprimento das atividades rotineiras.

A estreia

Chegou a hora da verdade. Toda a preparação, principalmente na parte psicológica, seria posta em prova. O jogo de abertura sempre é um dos mais tensos e carregados de pressão da competição, pois é esperado por todo o ciclo de quatro anos. Iniciar com derrota pode complicar a situação em torneios de tiro curto.

O Brasil foi sorteado no “grupo da morte”, o B, junto de Cuba, Holanda, CEI (Comunidade dos Estados Independentes), Coréia do Sul e Argélia.

A Coréia do Sul, que havia vencido os confrontos diretos na fase de grupos pelas duas últimas edições olímpicas (Seul-1988 e Los Angeles-1984), foi a adversária da estreia no dia 26 de julho. O bom time asiático equilibrou e dificultou bastante as ações nos dois sets iniciais, mas foi presa fácil no terceiro. Desta vez, o retrospecto negativo foi afastado com a vitória brasileira por 3 sets a 0 (15/13, 16/14 e 15/7) em 1h38, para alívio de José Roberto Guimarães. Emocionado, o técnico foi cumprimentar sua esposa nas arquibancadas chorando, aliviado.

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Engatando a segunda

Competindo sob bandeira neutra, a CEI representava um conglomerado de países dissolvidos pela recente extinção da União Soviética. Portanto, herdou grandes atletas de todas estas nações em diversas modalidades. Era esperado um duelo forte, talvez até em cinco sets.

A seleção brasileira iniciou bem e atropelou nos dois primeiros sets. Perdeu o terceiro e esteve em vias de ver o adversário forçar a quinta parcial. Contudo, após estar perdendo por 14/11, protagonizou uma incrível reação, virando para 16/14. Assim, venceu o set e o jogo por 3 a 1, com parciais de 15/6, 15/7, 9/15 e 16/14 em 2h08.

Prévia da futura decisão

O adversário da terceira rodada era um dos candidatos a medalha e possuía um time com média acima dos 2 metros de altura. Destaque para a estrela Ron Zwerver.

Apresentando novamente seu exuberante voleibol, com variações e velocidade para dificultar a marcação de bloqueio holandês, a destemida equipe verde e amarela levou apenas 1h22 para aplicar um tranquilo 3 sets a 0, com 15/11, 15/9 e 15/4 no placar.

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Vitória em ritmo caribenho e consolidação da liderança

Brasil e Cuba estavam invictos até o momento e vencer o duelo encaminharia a classificação como líder do grupo. A seleção caribenha, outra forte concorrente direta por medalha, tinha excelentes jogadores como Joel Despaigne e o levantador Raúl Diago. Além, claro, de sua tradicional catimba para irritar os oponentes.

Todo esse poderio, entretanto, não foi páreo para a boa fase do quadro brasileiro, que dominou o rival. A única dificuldade aconteceu na derrota da terceira parcial. Por 3 sets a 1 (15/6, 15/8, 12/15 e 15/8) em 1h46, a vitória deu ainda mais confiança ao elenco. O clima de euforia tomava conta do vestiário.

Amauri, o mais experiente do elenco, conversou com Carlão e Pampa propondo uma reunião somente entre os jogadores, sem a participação de membros da comissão técnica. A intenção era frear toda aquela empolgação momentânea e pedir foco para o restante do torneio, além do cuidado com o aumento do assédio da imprensa.

Na rodada seguinte, José Roberto deu mais rodagem à Pampa, Amauri, Talmo e Jorge Edson. Triunfo protocolar sobre a fraca Argélia em apenas 1h22. 3 a 0, em parciais de 15/8, 15/13 e 15/9.

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Primeiro lugar garantido com 100% de aproveitamento.

Sayonara, Japão

Quarto colocado da outra chave, o Japão apareceu no caminho pelas quartas de final. A seleção brasileira enfrentou resistência e sofreu no primeiro e terceiro sets, mas nada que tirasse a vitória por 3 a 0 (15/12, 15/5 e 15/12) em 1h37 e a vaga na semifinal.

Para quem passou por recentes mudanças no comando e era muito pouco cotado nos prognósticos iniciais, chegar neste patamar já era um bom resultado. Se perguntassem para qualquer membro da delegação, o plano inicial era este, estar entre os quatro. Porém, no cenário atual, todos vislumbravam as reais possibilidades de título ou de medalha.

Na visão de Seiji Oko, técnico do selecionado japonês, a equipe de Zé Roberto Guimarães estava numa ótima fase e era a principal candidata ao ouro.

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Exorcizando o fantasma

Pela frente, o rival medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 1984 e que eliminou o Brasil nas semifinais de Seul-1988 e do Campeonato Mundial de 1986: Estados Unidos.

Vencer esta semifinal significaria avançar à decisão e exorcizar o fantasma norte-americano das principais competições. Nas duas últimas partidas entre ambos, pela Liga Mundial, houve uma vitória para cada lado. Isso demonstrou que sim, era possível vencê-los.

Entretanto, um susto ligou o alerta logo no primeiro set: 15/12 para os bicampeões olímpicos. Será que o filme das últimas eliminações se repetiria? Teria o Brasil forças para, desta vez, reverter a situação?

Maurício estava bem marcado e sentia-se chateado, com dificuldades para achar soluções. Em um dos pedidos de tempo conversou com Zé Roberto. O técnico, também levantador em sua época de atleta, pegou Mauricio pelo braço, olhou em seus olhos e pediu calmamente para descentralizar o jogo e chamar mais as jogadas pelas pontas. O número 6 voltou mais tranquilo, seguiu as orientações e os atacantes corresponderam.

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A partir dali tudo fluiu. Em 1h59, com parciais de 12/15, 15/8, 15/9 e 15/12, o Brasil enfim despachou os Estados Unidos e garantiu o passaporte rumo à final.

A surpresa de José Roberto e a lição de Amauri

Na véspera do jogo mais importante de suas carreiras, todos imaginavam que o treinamento seria mais intenso, mas as atividades se encerraram em apenas 45 minutos, para surpresa geral. Observador, Zé Roberto afirmou que já tinha visto o que precisava e exaltou sua confiança no time. Disse, ainda, ser necessário um tempo maior para descanso, visto que este seria o oitavo jogo em 15 dias.

Chegamos ao tão aguardado 9 de agosto, dia da final. No vestiário havia recados do time feminino desejando boa sorte aos rapazes. Zé Roberto conversou com o elenco e expôs seu orgulho não somente pela campanha, como também pela postura de seus jogadores. Sua única exigência foi para que todos mantivessem a vibração e deixassem tudo de si em quadra.

Pouco depois, Amauri pediu a palavra. O único remanescente da “Geração de Prata” relatou o quão difícil foi ver a chance da medalha de ouro escapar estando ali tão próximo. Alertou seus atuais companheiros sobre o que passou em 1984, onde alguns jogadores estavam deslumbrados e não entraram focados o suficiente, imaginando que poderiam repetir tranquilamente o desempenho de quando venceram os norte-americanos na primeira fase. O central corroborou o pedido do técnico para o time entrar concentrado ao máximo.

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Hoje não, hoje não… Hoje sim, hoje sim

A irregular Holanda da primeira fase, dona de duas vitórias e três derrotas, se transformou nos momentos decisivos. Eliminou a Itália, principal favorita ao ouro, por 3 a 2 nas quartas de final e despachou Cuba por 3 a 0 na semifinal. A recuperação do nível de confiança foi tamanha que o técnico Arie Selinger declarou na véspera da final que sua equipe não perderia para os brasileiros por duas vezes no mesmo torneio. Pois é, parece que alguém queimou a língua no final da história…

Passado os protocolos de apresentação, ambas as seleções adentraram em quadra com a promessa de um jogo parelho, decidido nos detalhes. Do primeiro set ao 8/8 do segundo, a disputa seguiu tal prognóstico. Ninguém se desgarrava do placar.

Já pelo terceiro, a Holanda chegou a abrir 5/1. Entretanto, como nas duas parciais anteriores, sofreu com o ímpeto brasileiro e seu estilo de jogo veloz e voraz. Abalados psicologicamente, passaram também a cometer mais erros. A partir daquele momento, a equipe europeia não anotou mais nenhum ponto na partida.

O jovem Marcelo Negrão, de apenas 19 anos, foi o responsável por dar números finais à decisão. Negrão ajeitou as mangas de sua brilhante camisa amarela, pegou a bola, quicou por quatro vezes e lançou-a para o alto. O oposto saltou e soltou uma bomba que causou inúmeros efeitos colaterais, demolindo a recepção e as chances de reação dos holandeses, fazendo a torcida brasileira explodir em festa no ginásio Palau Sant Jordi.

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Ponto do set, do jogo e da medalha de ouro inédita para o Brasil! A partida, que durou apenas 1h32 e teve parciais de 15/12, 15/8 e 15/5, coroou uma campanha invicta e magnífica, com oito vitórias e apenas três sets perdidos durante a competição.

Torcedores invadem a quadra para comemorar a conquista da “Geração de Ouro

Os jogadores se espalharam em quadra sem saber para onde correr. Maurício tinha em direção seu irmão na arquibancada. E de lá saíram torcedores aos montes, invadindo a quadra para celebrar a conquista. Antes mesmo da premiação houve uma volta olímpica com todos juntos. Outra cena emblemática mostra um emocionado rapaz caminhando de joelhos exibindo a bandeira nacional em suas costas.

José Roberto, em entrevista à Fátima Bernardes, dedicou o ouro para os atletas de outras modalidades e para o povo brasileiro. Após a ida aos vestiários para trajar os agasalhos, todos retornaram para a cerimônia.

A bandeira brasileira foi hasteada no topo e suas cores receberam o tom dourado reluzente das medalhas no peito dos 12 grandes nomes deste feito histórico. Todos os membros da comissão técnica subiram ao pódio a pedido dos jogadores para tirar a foto e mostrar a importância de cada um naquele momento ímpar para o vôlei e para o esporte brasileiro.

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A vice-campeã Holanda viria a mudar a cor de sua medalha para o ouro já na edição seguinte, em Atlanta-1996. A base do título olímpico foi formada Ron Zwerver, Peter Blangé, Henk-Jan Held, Olof van der Meulen e Jan Posthuma, remanescentes desta prata.

Ídolos do esporte nacional

Passada toda a festa junto dos torcedores em quadra, a equipe retornou à Vila Olímpica. E lá comemoraram de forma simples, num restaurante fast food. Já aqui no Brasil, todos eram ansiosamente aguardados. Havia aglomeração desde a madrugada no Aeroporto Internacional de Guarulhos para recepcionar os campeões. O desembarque ocorreu às 7h da manhã do dia 11 de agosto. Entretanto, os populares levaram uma finta digna de Maurício no levantamento e não conseguiram prestar suas homenagens à delegação, que saiu do lado oposto.

Batedores da polícia acompanharam o ônibus até o quartel. De lá, todos embarcariam para o desfile aberto no carro do Corpo de Bombeiros. Cacá Bizzocchi, auxiliar cortado às vésperas da viagem, foi convidado e subiu ao carro para participar das festividades. Somente Paulão ficou de fora, pois já havia marcado o retorno à sua cidade, Gravataí, no Rio Grande do Sul.

Parte da população paulistana acompanhou o cortejo que tinha como destino o Ginásio do Ibirapuera, onde havia outros milhares de torcedores ávidos para homenagearem, merecidamente, os campeões olímpicos.

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O estilo de jogo “revolucionário”

Marcelo Negrão foi eleito MVP e melhor atacante dos Jogos Olímpicos. Maurício foi escolhido como o melhor levantador.

Mas, como destaque, podemos eleger o coletivo. José Roberto e sua comissão técnica quebraram padrões com suas inovações táticas. Explica-se: o modelo de formação tática mais utilizado no vôlei é o 5×1, composto por cinco atacantes, sendo um oposto, dois ponteiros e dois centrais 9ou meios de rede), além de um levantador. Esta seleção de 1992, no papel, seguiria à risca essa ordem.

Maurício era o levantador. Tande e Giovane atuavam como pontas e Paulão era o central, ou, na época, chamado meio de rede. Já Marcelo Negrão, o oposto, atuou como elemento surpresa pelo meio de rede em vários momentos dos jogos. E Carlão, que era desta posição, ganhou mais liberdade. Além de sua função, ora se deslocava pelas pontas, ora atacava bolas saltando pelo meio-fundo.

Essa versatilidade dos atletas, bem explorada pela comissão técnica, proporcionou mais velocidade no ataque. A troca de posições confundia a formação do bloqueio adversário. Os técnicos e jogadores tiveram dificuldades para ler os movimentos e tentar marcar o imprevisível ataque brasileiro.

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Tal abordagem tática aliada à dedicação, alta qualidade e ao foco da equipe brindaram o mundo do voleibol com belas atuações que culminaram no título olímpico.