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Filipe Toledo conquista o seu primeiro título mundial em Trestles

Brasil continua no topo do surfe mundial com conquista inédita de Toledo

Thais May Carvalho
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e mestranda de Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo, sou colaboradora do Torcedores.com desde 2020. Escrevo sobre diversas modalidades, com foco mais voltado para futebol americano, beisebol, surfe, tênis, futebol, hóquei no gelo e basquete.

Pela segunda vez em dois anos, a WSL Finals foi decidida por dois brasileiros na categoria masculina. Na tarde de quinta-feira (08), o local de Ubatuba, Filipe Toledo, foi o grande campeão nas ondas de Trestles, na Califórnia. Ele bateu Ítalo Ferreira, de Baía Formosa, para conquistar seu primeiro título mundial. Assim, Filipinho se tornou o quarto brasileiro a ser o campeão da WSL, junto com Gabriel Medina, Adriano de Souza e o próprio Ítalo.

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Em 2021, Ferreira e Toledo tinham se enfrentado na semi da WSL Finals, com Filipe levando a melhor. No entanto, ele perdeu a decisão para Medina, que conquistou seu tricampeonato. Mas este ano foi diferente, pois Filipe Toledo chegou como o primeiro colocado do ranking e mostrou confiança ao surfar nas ondas no quintal da sua casa, já que ele mora em San Clemente há alguns anos.

Após ser carregado até o pódio, o brasileiro, que está há nove anos no tour, disse como seu conhecimento da onda foi fundamental para a vitória e agradeceu especialmente ao pai, que é seu treinador. Na praia, muito emocionado, ele falou sobre o que estava sentindo no momento: “É um sentimento que eu obviamente nunca senti antes. É um alívio depois de tantos anos de trabalho, sacrificando muito minha família – você sabe quão difícil é deixar seus filhos. […] O título mundial era um dos objetivos mais importantes da minha vida”. Filipe terminou dedicando o título à família e ao Brasil.

COMO FORAM AS BATERIAS DA FINAL

Logo nos primeiros minutos da primeira bateria, as diferentes estratégias dos brasileiros ficaram claras: Ítalo buscou os aéreos na esquerda, o que funcionou para ele nos rounds anteriores. Já Filipe apostou nas suas fortes rasgadas para a direita, algo que está acostumado a fazer nessas ondas. Com seus voos, Ferreira conseguiu um 6.00 e um 4.83, enquanto Toledo teve como suas duas melhores notas um 7.50 e um 7.63. Como a estratégia nas esquerdas não deu os resultados esperados, Ítalo foi para as manobras de backhand na direita no terço final da bateria, e assim tirou suas melhores notas: um 8.00 e um 6.97, mas elas não foram suficientes para a virada.

O segundo round começou da mesma forma que o primeiro, com Toledo fazendo rasgadas na direita e Ferreira indo para os aéreos na esquerda. Isso rendeu um par de notas cinco para o local de Ubatuba e nada acima do um ponto para o surfista de Baía Formosa. Na segunda metade da bateria, Ítalo buscou uma direita para fazer manobras, conquistando 6.33, mas foi Filipe que, na onda de trás, conseguiu uma combinação mais sólida, com fortes manobras e longos floaters, o que lhe rendeu 7.83. Com cinco minutos restantes, os dois dividiram uma onda. Ítalo Ferreira fez sua melhor nota, um 8.67, conectando dois bons aéreos com duas manobras na esquerda. Enquanto isso, Filipe Toledo manteve sua estratégia de manobras de borda para tirar 8.67. Dessa forma, Filipinho conquistou seu primeiro título mundial.

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RESULTADOS DE FILIPE TOLEDO EM 2022

2022 foi o melhor ano de Filipe Toledo no tour. Apesar de ter começado devagar no Havaí, com dois nonos em Pipeline e em Sunset, ele engatou duas finais em sequência, com um vice em Portugal e uma vitória em Bells. Em Margaret River, Toledo parou outra vez nas oitavas, mas se classificou com tranquilidade para a segunda metade do ano.

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Com a camisa amarela na maior parte da temporada, Filipe chegou a mais uma final, dessa vez em El Salvador, mas acabou perdendo para Ethan Ewing. Porém, em Saquarema ele mostrou seu domínio em águas brasileiras conquistando seu quarto título no país. Em J-Bay, Toledo ficou mais uma vez na nona colocação, e então ele fechou o ano no Tahiti com seu pior resultado, caindo logo no round de eliminação, mas com uma vaga garantida no top 5.

BATERIAS DA WSL FINALS

Os cinco surfistas que se classificaram para a grande final da WSL foram Kanoa Igarashi (Japão), Ítalo Ferreira (Brasil), Ethan Ewing (Austrália), Jack Robinson (Austrália) e Filipe Toledo (Brasil). Neste formato, que existe desde o campeonato de 2021, os atletas com menor ranking se enfrentaram em baterias eliminatórias até o confronto melhor de três na final contra o número 1 do mundo.

Bateria 1: Ítalo Ferreira 13.37 x Kanoa Igarashi 11.83

Bateria 2: Ethan Ewing 11.83 x Ítalo Ferreira 13.10

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Bateria 3: Jack Robinson 13.30 x Ítalo Ferreira 16.10

Bateria final 1: Filipe Toledo 15.13 x Ítalo Ferreira 14.97

Bateria final 2: Filipe Toledo 16.50 x Ítalo Ferreira 14.93