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Ex-Palmeiras, Leandro Pereira vem se “aventurando” no Japão desde 2019. Logo de cara, ele acertou com o Matsumoto Yamaga e lidou com uma situação incômoda. Por conta da metodologia diferente em relação ao Brasil, o técnico do brasileiro na época, Yasuharu Sorimachi, não ficou convencido com seu futebol. Sendo assim, ele acabou indo para o banco de reservas por não cumprir as funções táticas exigidas pelo comandante.
Neste cenário, o treinador foi bastante sincero com Leandro Pereira. Em sua visão, o centroavante da equipe precisaria, de forma prioritária, fechar os espaços, motivo pelo qual os gols marcados ficavam em segundo plano.
“Eu cheguei no Matsumoto, um time novo, tinha acabado de subir pela primeira vez para o futebol japonês. E foi uma adaptação difícil, não foi fácil não. Porque aqui o futebol é um estilo totalmente diferente, os treinadores aqui são totalmente diferentes. E eu tive a “oportunidade” de pegar um treinador no Matsumoto que era um cara muito difícil, era um cara muito complicado de trabalhar. Não em sentido de ser uma má pessoa, mas de trabalho, de futebol, mesmo. Porque o futebol aqui é muito dinâmico, os noventa minutos. Para você ter noção, meu GPS aqui eu faço 10 km por jogo. Pô, para um centroavante fazer isso, eu ficava surpreso.“, iniciou o ex-Palmeiras em entrevista à TV Torcedores.
“Nos primeiros jogos foi difícil. E esse treinador era um treinador que exigia muito isso. E eu não era habituado a fazer esse tipo de jogo. Aí eu lembro que ele não me colocava muito para jogar, quando colocava, colocava pouco tempo. Aí eu chamei ele para conversar depois do treino. Falei ‘olha só, eu vim pra cá para jogar, fazer o meu melhor, mas eu vejo que você não tá me dando oportunidade, o que tá acontecendo, o que eu tô fazendo de errado?’. Aí ele me respondeu ‘é que assim, aqui, o futebol é diferente, nós treinamos e trabalhamos de uma maneira diferente. Primeiro, você tem que marcar e fechar os volantes. O gol você faz depois. Então era um cara que eu tinha dificuldade de entender. Porque o gol pra ele meio que ficava em segundo plano. O que importava para ele era a função tática que eu cumpria. Ele achava que a função tática que eu cumpria seria suficiente e que a qualquer momento eu poderia fazer o gol. E era muito difícil, porque o nosso time era novo, não tinha muita qualidade, era complicado. Aí passou seis meses eu não me adaptei, não consegui jogar com ele. Nós jogávamos por uma mísera bola.”, completou.
Felizmente, a insatisfação de Leandro Pereira não durou muito tempo. No mesmo ano, o ex-Palmeiras trocou o Matsumoto pelo Sanfrecce Hiroshima, transferência que fez bem para o seu futebol e mostrou que seu antigo técnico tinha convicções equivocadas.
“Aí depois o diretor que me trouxe para o Matsumoto acabou saindo e foi para o Sanfrecce (Hiroshima). Um mês depois que eu cheguei ele sair. Aí passou seis meses que eu tava no Matsumoto e ele me levou para o Sanfrecce. Me convidou para ir para lá.Assim, aqui no Japão os caras tem muito respeito e prezam muito pela palavra. Então depois que ele me trouxe e viu que eu não consegui me adaptar, ele se sentiu “culpado” e na obrigação de me dar outra oportunidade. Ele falou ‘eu que te trouxe, não te trouxe para você ficar dessa forma, eu vi você no Brasil, sei que você é um bom jogador, te vi no Brasil, conheço como você joga. E você não conseguiu jogar lá porque o treinador é muito complicado. Não quer vir no Sanfrecce? O treinador aqui gosta de você, eu apresentei para ele’. Eu falei ‘obvio’.
Aí consegui ir bem nos meus primeiros seis meses. E no meu segundo ano que eu consegui ser quase artilheiro da J-League.”, contou o ex-Palmeiras que, atualmente, está no Gamba Osaka.
