Quem acompanhou o confronto entre Inglaterra e Irã, percebeu que na hora da execução do ino nacional, a atenção do mundo inteiro estava em Sardar Azmoun. O atacante de 27 anos, que joga na Alemanha, se arriscou a fazer um protesto que foi apenas possível porque não mora mais no seu país natal, confira.
Protesto de Sardar Azmoun na Copa do Mundo 2022
Atualmente, o jogador de 27 anos defende o Bayern Leverkusen da Alemanha, e foi convocado porque é essencial para o técnico Carlos Queiroz. Caso dependesse do governo do Irã, jamais estaria no time nacional. Acontece que, este atleta costuma se posicionar abertamente contra o regime totalitário do seu país.
A onda de protestos que tem como um dos seus líderes Azmoun surge após a morte suspeita de Mahma Amini, uma jovem de 22 anos em 16 de setembro. Segundo informações, estava sob custódia da polícia moral do país, sob a alegação de usar incorretamente seu hijab, o véu obrigatório, e faleceu após ter sido agredida na prisão. Porém, a nota oficial da morte estabelece ataque cardíaco.
Os protestos contra o regime e pedindo mais direitos para as mulheres começaram no Irã, e o número de mortes ultrapassa 320 pessoas, segundo agências internacionais dos Direitos Humanos. Porém, Azmoun protesta contra o regime há meses, e era dúvida de convocação por medo das represálias.
No amistoso contra Senegal na Áustria, que acabou em um empate, Sardar Azmoun se posicionou contra o regime e disse: “pelas regras da seleção, somos proibidos de falar até o período de treinamento acabar, mas não posso ficar quieto. Se for expulso da seleção nacional por isso, este sacrifício não vale nem um único fio de cabelo na cabeça de uma mulher iraniana. Vocês deveriam se envergonhar pela facilidade com que matam pessoas. Viva as mulheres do Irã!”
Movimentos sociais no Irã
O protesto de Azmoun se junta também a milhares de levantamentos no Irã, onde os grupos se manifestam em regiões de todo o país pedindo do fim do regime totalitário que governa o local há mais de 43 anos. Assim como Azmoun, Elnaz Rekabi, atleta de escalada, participou de um evento na Coreia do Sul sem usar o hijab.
Por outro lado, Mehdi Taremi, jogador do Porto e da Seleção de Irã, também se manifestou em apoio aos protestantes, assim como Hossein Hosseini, goleiro do time. Estes nomes se juntam a milhares de iranianos que fazem frente contra o regime autoritário.

