A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está perto de divulgar um substituto para o técnico Tite, que deixou a Seleção Brasileira após eliminação para a Croácia, nas quartas de final da Copa do Mundo.
Em busca de um treinador experiente, a entidade analisa possíveis alternativas no mercado brasileiro e internacional. Entre os nomes cogitados está o do italiano Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid. Uma possível contratação de um estrangeiro seria um fato inédito na seleção brasileira e esta alternativa não está agradando a outros profissionais que comandaram o escrete nacional.
Opinião dos técnicos
Carlos Alberto Parreira teve três passagens pela seleção (1983, 1991-1994 e 2003-2006) e garantiu o tetracampeonato para o Brasil na Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos. Para o treinador, existem boas alternativas no cenário nacional.
“Essa história não é nova. Fui indicado para ser treinador da seleção brasileira em três oportunidades, depois acompanhei outros treinadores indicados. No meu modo de ver, tem que ser um treinador brasileiro. Quando você considerar que não tem ninguém em condições em dirigir a seleção brasileira, o que eu acho que não é o caso, você pode até pensar num estrangeiro. É complicado, a seleção brasileira nunca teve treinador estrangeiro, mas um dia isso pode mudar. Sempre se fala em estrangeiros, eu acho que eles podem até aportar algumas coisas, mas eu não vejo a necessidade da seleção brasileira ser dirigida por um técnico estrangeiro. Tem que ser alguém que conheça a nossa cultura, que convive no nosso ambiente. Sou favorável que a CBF encontre um nome brasileiro” afirmou em publicação do portal UOL.
Técnico do Brasil no final da década de 1980, Sebastião Lazaroni também não concorda com a posssibilidade de um estrangeiro assumir o comando do escrete canarinho. O ex-técnico foi campeão da Copa América em 1989 e eliminado da Copa do Mundo de 1990, quando a Argentina venceu o Brasil, por 1 a 0, nas oitavas de final.
“Acho importante respeitar as conquistas, respeitar a cultura e características do futebol brasileiro. Temos que dar valor a essa escola de treinadores brasileiros. Sou partidário de que a experiência, a bagagem e o conhecimento são fatores importantes para a possibilidade de dar a continuidade dessa história vitoriosa do futebol brasileiro. Sempre o Brasil se caracterizou e foi notório nas conquistas em cima de treinadores brasileiros, comissão técnica brasileira, acho que o Brasil é referência para todo o mundo” declarou.
Por fim, Emerson Leão treinou a Seleção Brasileira entre os anos de 2000 e 2001. Para o treinador, um possível comando estrangeiro desprestigia todo o trabalho que é realizado em clubes do país.
“Seria uma calamidade se isso acontecesse para o futebol brasileiro, o desprestígio para toda a classe, então eu acho que deveria tomar partido. A seleção brasileira está desfeita. O presidente da CBF tem de ter pessoas capacitadas ao lado dele para não fazer coisa errada ou mais coisa errada do que já fizeram. Acho que a seleção brasileira não deve ter treinador estrangeiro. Não precisamos de treinador estrangeiro porque o que nós ganhamos até agora só foi com treinador brasileiro. Já treinei em outros lugares, outros países, eu não estou contra o treinador estrangeiro, estou defendendo o treinador brasileiro”, disparou.

