Home Futebol Vitória sobre o Internacional é o prêmio para a boa atuação coletiva do Grêmio; confira a análise

Vitória sobre o Internacional é o prêmio para a boa atuação coletiva do Grêmio; confira a análise

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca o GreNal 438 e analisa as escolhas de Renato Gaúcho e Mano Menezes

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Dentre as equipes da Série A, o Grêmio é a que possui o melhor aproveitamento nesse início de temporada (ver tweet do SofaScore mais abaixo). E talvez a grande notícia para o torcedor gremista seja a consistência mostrada pela equipe dentro de campo. A vitória sobre o Internacional de Mano Menezes no GreNal de número 438 também consolidou essa boa fase do Tricolor Gaúcho e também premiou mais uma boa atuação coletiva do time. É lógico que ainda não é possível afirmar que está tudo perfeito no escrete comandado por Renato Gaúcho. Mas a impressão que fica é a de que o Grêmio está no caminho certo para voltar a ser protagonista ou, pelo menos, recuperar o espírito vencedor de outros anos.

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É verdade que o Internacional começou a partida deste domingo (5) incomodando bastante com as descidas de Wanderson em cima de Fábio e Bruno Alves. Aos poucos, no entanto, o Tricolor Gaúcho foi tomando conta da partida e usando bem as trocas de posição no 4-2-3-1 preferido de Renato Gaúcho. Vina começou pelo lado esquerdo, mas não se fixava por ali. O mesmo com Bitello e Cristaldo. Ao mesmo tempo, os volantes Pepê e Carballo (substituto de Villasanti) também se apresentava no ataque com frequência ao lado dos laterais Fábio e Reinaldo. O Grêmio usava bem as triangulações e conseguia bagunçar bastante o 4-1-4-1 de um Internacional que sofreu com a falta de ideias e criatividade no meio.

O time do Grêmio trocava de posições e se movimentava bastante no campo de ataque. Vina, Bitello, Cristaldo e Pepê não guardavam posição fixa. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Também é preciso dizer que o jogo na Arena do Grêmio era bastante aberto. Bitello desperdiçou duas grandes chances na frente de Keiller e Bustos só não abriu o placar porque Fábio estava no caminho. Na prática, o panorama do GreNal 438 nos mostrava um Internacional mais forte nas saídas rápidas com Wanderson e Pedro Henrique e um Tricolor Gaúcho que se fazia presente na base do toque de bola e das trocas de posição. Exatamente como no golaço de Vina (marcado aos 48 mintuos da primeira etapa). O camisa 11 saiu da esquerda para dentro e recebeu passe açucarado de Cristaldo (que já havia se livrado de dois marcadores com um toque de letra). Gol que representa bem a proposta de jogo de Renato Gaúcho.

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Vina tabela com Cristaldo e recebe passe de letra do camisa 19 entre as linhas do Internacional. Gol que tem a “cara” do Grêmio de Renato Gaúcho. Imagens: Reprodução / Premiere / GE

Vendo que sua equipe precisava de mais criatividade no meio-campo, Mano Menezes sacou Baralhas e De Pena e mandou Maurício e Matheus Dias para o jogo. O Internacional passou a ficar mais com a bola, mas ainda sofria com as investidas de um Grêmio que marcava em bloco mais baixo para aproveitar os espaços às costas da última linha. Renato Gaúcho respondeu com as entradas de João Pedro e Ferreirinha nos lugares de Fábio e Vina e manteve a postura da sua equipe com valorização da posse da bola e muita intensidade nas trocas de passe no campo adversário. É esse volume ofensivo que faz com que o escrete gremista tenha números tão bons nesse início de temporada. E isso se reflete dentro de campo.

Acabou que o Grêmio pagou pelas chances desperdiçadas aos 30 minutos do segundo tempo com o gol marcado por Alan Patrick. Mesmo assim, o time não abriu mão da sua proposta de jogo (apesar de ter perdido um pouco de consistência e volume ofensivo com as entradas de Thiago Santos e Thaciano nas vagas de Pepê e Cristaldo). Aos poucos, o Tricolor Gaúcho também parou de explorar o espaço entrelinhas do seu grande rival, talvez uma das principais características da equipe nesse início de temporada. Sempre que explorou esse recurso, o Grêmio foi superior e conseguiu controlar seus adversários. E contra o Internacional não seria diferente. Os volantes avançam e os demais jogadores dão opção de passe por dentro.

Reinaldo tem a bola, Bitello abre pela esquerda e Pepê se alinha com Suárez e Vina. Um dos méritos do Grêmio é saber usar o espaço entrelinhas . Foto: Reprodução / Premiere / GE

Acabou que a Arena do Grêmio explodiu aos 48 minutos do segundo tempo depois da bela jogada de João Pedro pela direita e o chute salvador de Carballo. Notem que temos mais uma vez um volante pisando na área e participando das jogadas ofensivas no time de Renato Gaúcho. A vitória sobre o Internacional premia a boa atuação coletiva do escrete gremista e também pune a falta de criatividade da equipe de Mano Menezes. Está claro que o Colorado pode fazer muito mais do que fazer lançamentos longos para Wanderson ou ligações diretas para Luiz Adriano brigar contra a defesa. O gol de Alan Patrick saiu mais na base da jogada individual do que no trabalho coletivo. E isso é preocupante.

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O resultado obtido neste domingo (5) deu ao Grêmio a vantagem de decidir os jogos eliminatórios da fase decisiva do Gauchão nos seus domínios. Mas talvez a grande notícia seja o fato do modelo adotado por Renato Gaúcho se mostrou capaz de fazer a equipe competir num nível mais alto. E por mais que os ajustes ainda sejam necessários (principalmente na cobertura dos laterais e no encaixe da marcação no meio-campo), está claro para este que escreve que o Tricolor Gaúcho pode ir muito mais longe nessa temporada do que muitos estão pensando. A conferir.