Ex-TNT, ‘Estagiário’ opina sobre transmissões de esportes na internet: “É um caminho sem volta”
Allan Rodrigues, o Estagiário, conta sua trajetória até o sucesso na Twitch e apoia transmissões esportivas na internet; confira
Reprodução / Instagram - @oestagiario
A princípio, ser “taxado” de forma definitiva como estagiário poderia incomodar alguns profissionais, mas este não foi o caso de Allan Rodrigues. Hoje influenciador digital, com quase 120 mil seguidores no Instagram, Allan recebeu o apelido após passar pela função no Esporte Interativo – hoje TNT Sports- e o carrega com muito orgulho em suas redes sociais.
Atualmente um streamer consolidado na Twitch – se aproximando da marca de 300 mil seguidores na plataforma – Estagiário conta em entrevista exclusiva um pouco mais de sua trajetória como comunicador, sua experiência durante a última Copa do Mundo, além de comentar sobre sua paixão por esportes.
De estagiário no EI a sucesso na Twitch
De fato estagiário em seus tempos de Esporte Interativo, Allan ganhou o apelido após se mascarar como personagem de mesmo nome em vídeos e transmissões do EI na internet. Hoje, este mesmo apelido representa e apresenta então o verdadeiro Allan Rodrigues ao grande público da Twitch.
Mateus Pereira: Allan, conta pra gente um pouco da sua história. Qual caminho você trilhou em sua carreira até chegar aqui hoje, com mais 200 mil seguidores na Twitch até então?
Allan Rodrigues: Eu comecei completamente fora desse universo. Trabalhava formalmente como jornalista, no início como estagiário mesmo, no antigo Esporte Interativo – atual TNT Sports – e de lá surgiu a oportunidade de me aproximar dos conteúdos de games no canal deles no Youtube. A partir da participação nos quadros do EI Games na época, eu comecei também com a criação de conteúdo nas Lives. Um pouco do público de lá passou a me acompanhar, fui tendo continuidade e, com o tempo, passamos assim de 15/20 pessoas para 3/4 mil.
Nem de longe esperava trilhar esse caminho e ter as lives como meu principal trabalho, mas meio que a vida me abriu essa oportunidade e eu abracei!
Experiência nos gramados e paixão pelo Futsal
Vascaíno fanático, Allan, assim como diversos garotos, tentou a sorte no futebol e até passou pelo seu time do coração e por rival em sua infância, mas não se concretizou como profissional.
Ainda sobre seu amor pelo esporte, Estagiário é um dos nomes mais influentes a apoiar a evolução do futsal como produto no Brasil, chegando a transmitir de forma oficial a liga nacional do esporte em seu canal durante os últimos anos e agora apresenta uma parceria importante com nada menos que seu clube do coração.
Mateus Pereira: Podemos dizer então que o “Estagiário” nasceu no Esporte Interativo, certo? Antes disto, futebol e os esportes em geral sempre estiveram de fato presentes em sua vida?
Allan Rodrigues: Sim. Desde os meus 7 anos de idade eu já jogava e era apaixonado por futebol. Joguei pelo Fluminense, pelo Vasco e tentei o sonho de ser jogador. Acabou não dando certo […] Hoje posso dizer que sou realizado com o que eu faço, comentando e transmitindo esportes no meu canal.
Eu já transmiti alguns jogos de futebol do Brasileirão, corri atrás de transmitir futsal […] uma paixão minha de infância. Consegui uma parceria com a LNF (Liga Nacional de Futsal) e transmitimos assim a Liga em 2021 e 2022 – espero que 2023 venha aí – e, por agora, fechei uma parceria com o Vasco Futsal para algumas transmissões de jogos da equipe em meu canal.
Estagiário na Copa do Mundo
Presente no Catar durante o último mundial, Allan viu de perto o triste desfecho do torneio para a Seleção Brasileira e a festa argentina pelo título em território árabe. No entanto, o comunicador relata que teve a oportunidade de realizar sonhos durante sua estadia no país, além de viver experiências inéditas em sua profissão.
Mateus Pereira: Você esteve presente no Catar durante a última Copa do Mundo. O que achou da experiência no país e do desempenho de nossa seleção?
Allan Rodrigues: Foi a minha primeira Copa presencialmente […] Pra mim foi uma baita realização profissional. Tive a oportunidade ver de perto grandes jogos, muitos dos meu ídolos, como Messi e Cristiano Ronaldo. Sem dúvidas foi uma experiência marcante. Sobre a Seleção, infelizmente a Copa do Mundo tem dessas. Eu achava que éramos favoritos, pela consistência do time pré-copa, além dos talentos individuais. Mas, infelizmente, aqueles 4 minutos acabaram nos separando de uma semifinal histórica contra a Argentina. Não acho que foi de todo ruim, mas foi decepcionante. A expectativa era alta. Mas futebol é isso, nem sempre o melhor vence. É aguardar a renovação, o novo treinador e torcer pelo ciclo de 2026.
Transmissões esportivas na internet
Um dos principais responsáveis pelas transmissões do futsal brasileiro na internet durante os últimos anos, Estagiário faz parte de um movimento que busca disponibilizar ao público o poder de conferir o seu esporte favorito de forma online e, muita das vezes, gratuita, com exceção das transmissões por serviços de streaming.
Assim como ele, grandes influenciadores tem buscado direitos de transmissões de diversas competições. Casimiro Miguel, amigo pessoal de Allan, chamou a atenção ao conseguir transmitir nada menos que partidas da Copa do Mundo de forma inédita no YouTube, obtendo enorme sucesso de audiência.
Por fim, para Allan Rodrigues, todo este movimento é um “caminho sem volta” nas transmissões esportivas, principalmente pela preferência do público mais jovem por assistir online.
Mateus Pereira: Falando em Copa, recentemente tivemos o Casimiro transmitindo o torneio de forma inédita e gratuita por streaming. Assim, outros esportes também vem ganhando esse espaço na internet, como a Fórmula 1 com o Gaulês e o futsal com você. Em sua visão, qual a importância desse movimento para vocês como comunicadores digitais e para o público em geral?
Allan Rodrigues: É um movimento muito importante para as transmissões digitais. Acho que a tendência é termos cada vez mais eventos esportivos nas plataformas de streaming e, consequentemente, nas mãos de criadores de conteúdo também.
É um caminho sem volta. Tem uma proposta diferente da tradicional e atende muitas vezes a um público jovem que, por vezes, não se identifica mais com os meios tradicionais de transmissão.

