Dono de uma grande experiência nos gramados, Zico lidou com pancadas e entradas duras em campo. Porém, o ídolo do Flamengo, na maior parte das vezes, não costumava discutir com os árbitros e procurava sempre responder com a bola nos pés. Sendo assim, em sua visão, Gabigol precisa adotar a mesma conduta, já que o atacante acumula um grande número de cartões pela postura enérgica em relação aos profissionais do apito.
Revelando que aconselhou um comportamento mais discreto em campo, Zico apontou que Gabigol, de forma obrigatória, não precisava de autorização para vestir a camisa 10 do Flamengo. Por conta da grande entrega em campo, o Galinho destacou que a mudança de numeração era mais que merecida.
“Eu gosto muito dele, é um cara espetacular, um jovem cheio de sonhos. Tem sua personalidade, mas é um cara que entendeu o que é vestir a camisa do Flamengo. Quando ele quis mudar para a 10, disse que tinha que pedir permissão. Não tinha nada que pedir permissão. O que você faz, quando entra em campo, defende o clube… tem direito de usar qualquer número de camisa. Ele entendeu o que é ser jogador do Flamengo. Se entrega, se determina, sua, corre, luta… vai fazer coisas boas e ruins, isso é normal“, disse ao podcast “Cheguei”, do narrador Garotinho.
“Quando falo com ele (digo): ‘Calma, cara. Tem coisas que é melhor não se meter para não se desgastar com a arbitragem. Fica na tua, espera uma brecha para meter o gol e fica tudo bem’.”, completou.
Posição de Gabigol
Sobre o posicionamento de Gabigol, Zico manifestou preferência pela função de articulador de jogadas. Diante disso, ele relembrou que o estilo de abrir espaço no setor ofensivo não vem da parceria com Pedro, tendo em vista a tática utilizada por Jorge Jesus com a presença de Bruno Henrique na área.
“Eu gosto mais dele armando porque ele sabe e sempre chega de surpresa. Gabigol começou (assim) no Santos, na seleção olímpica e no Flamengo. Todo mundo fala do Pedro, mas esquecem do Bruno Henrique, que ele fazia a mesma coisa. Ele ficava pelo lado direito, quando ia para o meio, o Bruno abria. Quando ele ia para a direita, o Bruno ia pro meio com o Jesus. Ele faz muito bem isso. É um cara que não é egoísta, se puder passar (a bola), ele faz. É um cara que eu gosto muito, é um ídolo da garotada e representa muito bem o que o torcedor do Flamengo quer dentro de campo“, concluiu.

