Flávio Prado abriu o jogo e revelou seu lado torcedor. Diferente de grandes jornalistas da mídia esportiva, ele não teve medo de contar detalhes sobre o clube do coração. Na verdade, o profissional que hoje trabalha na Jovem Pan teve algumas mudanças de mentalidade ao longo de sua vida.
Com 69 anos de idade atualmente, Flávio Prado naturalmente foi influenciado pelo fenômeno Pelé nas décadas de 60 e 70. Apesar disso, não se tornou torcedor fanático do Santos e teve o São Paulo como clube do coração por muito tempo. No entanto, ele deixou de torcer para o Tricolor Paulista em certo momento e passou a ter carinho pela Ponte Preta em um período de sua vida.
“Eu nasci ‘pelezista’ (em referência ao Pelé), como todos os torcedores da minha idade. A minha família, porém, teve a infeliz ideia de torcer para o São Paulo, inclusive doando dinheiro para o clube nos anos 1940. A família fazia quermesse e dava dinheiro para o clube, que não tinha grana nenhuma”, explicou ele ao “Esporte em Discussão” tempos atrás.
“Eu cresci, virei jornalista esportivo e fui cobrir a Portuguesa e o São Paulo. Conheci muito o São Paulo até ter uma eleição entre Juvenal Juvêncio e Antônio Lemos Galvão. Escolheram o primeiro e, a partir dali, eu comecei a ter dúvidas se a minha família fez bem em ajudar financeiramente o clube”, citou o jornalista, que prosseguiu:
“Quando eu era criança, morei em Campinas e meu pai era muito ligado à Ponte Preta. Eu sempre tive um amor pela Ponte, que era meu segundo time. Aí, eu comecei a conhecer profundamente o São Paulo. Quanto mais eu conhecia, mais eu me afastava”, disse Flávio Prado, que se afastou também do clube de Campinas por outro motivo:
“Já a Ponte Preta, que eu segui muito, optou por ser eternamente pequena quando ela abre mão de ser Red Bull. Aí, eu larguei mão porque eu não vou seguir pequenez de clube nenhum”, disparou o jornalista, que optou por escutar um grande companheiro no jornalismo:
“Resolvi seguir um conselho do mestre Sílvio Luiz: ‘torça pelos amigos’. Agora, eu só torço para os meus amigos”, cravou Flávio Prado.
