Cansado de “ser questionado em tudo”, o técnico do Botafogo colocou seu cargo à disposição na coletiva após à derrota para o Flamengo.
Bruno Lage mostrou-se muito triste com as cobranças. O português afirmou que frente ao ótimo desempenho de seu antecessor, os torcedores do Botafogo acreditam que ele assumiu um time que “já estava campeão”. Porém, o treinador acredita que essa não é a realidade do Botafogo.
Ele disse também que teve uma boa sequência de resultados no Botafogo, porém, mesmo com esse desempenho há uma “pressão muito grande nos jogadores”. Por isso, segundo ele, para evitar que essa pressão cresça, o português paradoxalmente decidiu colocar seu posto “à disposição”.
Para ele, apesar de todos os esforços, nada é “suficiente”. Lage disse que essa cobrança e a expectativa de um time que para a torcida já é campeão está colocando uma pressão muito grande sobre o elenco e que sua decisão seria, pelo que foi possível entender, uma tentativa de preservar os jogadores.
O treinador disse que “tem contrato com o Botafogo até dezembro” e também afirmou já há prêmios garantidos, como o da classificação para a Libertadores, porém, Lage disse ainda que “não tem nenhum problema de abdicar disso” porque não é “guloso pelo dinheiro”.
O português encerrou a coletiva afirmando que o lugar dele no clube estava à “disposição de quem manda”.
Comentaristas e jornalista criticam Bruno Lage
Foram diversas as críticas à estranha coletiva do técnico português. Roger Flores, por exemplo, no programa Troca de Passes do SporTV, disse que John Textor deveria demitir o português e trazer de volta Claudio Caçapa.
Segundo Roger Flores, o treinador “pediu o boné”. Já André Rizek afirmou que a fala de Lage era a de “alguém muito pressionado”. Porém, para Rizek “era óbvio” que “todo mundo iria cobrar para manter a excelência”. O apresentador do SporTV disse que qualquer um que assumisse o Botafogo acabaria sendo cobrado.
Rizek também apontou que as afirmações do treinador eram paradoxais porque, conforme observou o apresentador do SporTV, a torcida do Botafogo foi apoiar o time de madrugada após a equipe ter sido eliminada da Sul-Americana sob o comando de Lage.
Para Flores, Lage disse que ele aguentava a pressão mas “foi o primeiro a correr”. Para o ex-jogador, “o Botafogo tem que posicionar e trocar o treinador”. O ex-jogador disse que Lage “não tem força psicológica” para a sequência do campeonato.
Já no programa Linha de Passe, o time de comentaristas ficou perplexo após ouvir a coletiva. O apresentador Paulo Andrade começou a análise da fala de Lage com a seguinte expressão: “Gente! Pera aí! Vamos lá!” Já outros membros da bancada diziam: “loucura, loucura”.
Andrade apontou que a coletiva parecia a de um treinador de “um time em crise” e não do líder com folga do Brasileirão Série A.
Já Leonardo Bertozzi questionou de onde vinha a “pressão” à qual Lage se referia. Segundo Bertozzi, “a torcida estava lá, abraçou e recebeu o time com carinho depois de uma eliminação”.
Paulo Calçade, por sua vez, disse que Bruno Lage precisará de “uma coletiva para explicar a coletiva”. Para Calçade a fala do treinador português foi “um negócio muito estranho”.
Outros jornalistas e comentaristas se manifestaram pelas redes sociais:
Assim, com um depoimento recheado de paradoxos, Bruno Lage disse que estava colocando o cargo à disposição para retirar a pressão sobre seus atletas, porém, obviamente agora a pressão sobre os atletas deve inevitavelmente aumentar.
O português fez uma coletiva desastrosa e colocou o time que lidera com folga o Brasileirão Série A em meio a uma crise.
