Vagner Mancini é uma figura conhecida no futebol nacional. Natural de Ribeirão Preto, despontou como promessa ao ganhar a Copa do Brasil com o Paulista de Jundiaí em 2005 em cima do Fluminense.
De lá para cá, Mancini teve passagens por vários times das séries A e B, como Paulista, Vitória, Cruzeiro, Sport, Náutico, Botafogo, Chapecoense, São Paulo, Atlético-MG e Corinthians, além do Al-Nasr da Arábia Saudita.
Em entrevista ao Globo Esporte, Mancini criticou duramente o que ele chama de “momento de desvalorização do profissional brasileiro” ao mencionar o número cada vez maior de técnicos estrangeiros no Brasil.
O jornalista do SporTV André Rizek criticou a posição de Mancini alegando que a própria entrevista em si já mostra que o treinador está preso a um conceito ultrapassado.
Mancini afirmou que não vê diferença entre a qualidade dos profissionais: “A dificuldade que eu enfrento quando jogo contra o Dorival, Fernando Diniz, Cuca, Rogério Ceni, não vou lembrar o nome de todos, e quando enfrento o Abel Ferreira, Jorge Jesus, Pedro Caixinha, Pepa, Luis Castro, é igual.”
Profissionalização do futebol
Grande parte das críticas feitas por Mancini tem a ver com a estrutura do futebol brasileiro: “Nós jogamos um futebol profissional no Brasil, com atletas extremamente profissionais hoje em dia, e eu sou de uma outra geração, posso afirmar, com técnicos estudiosos, com alguns executivos profissionais, mas em um ambiente amador.”
André Rizek rotineiramente se posiciona a favor da vinda de profissionais estrangeiros pra o futebol nacional como maneira de renovar os conceitos e trazer conhecimentos de outros mercados.
A fala de Mancini faz eco com uma das questões que é amplamente debatida no meio do futebol: a profissionalização das áreas de gestão dos clubes.
Mancini critica instabilidade
Mancini destacou que a instabilidade da profissão não surpreende, mas é um fator decisivo para a deterioração dos projetos em longo prazo: “Tudo converge para que caia em cima do treinador. E o [técnico] brasileiro sofre mais do que o estrangeiro, porque o estrangeiro é protegido pela opinião pública, porque [o público] não conhece a fundo o profissional.”
Para o técnico, contratar estrangeiros pode ser uma estratégia de dirigentes para desviar o foco das críticas ao clube para o treinador: “Se contrato um estrangeiro, estou tirando a minha responsabilidade e jogando no momento atual do futebol brasileiro. Estou tirando o meu peso de contratação e falando: “olha, é um estrangeiro que está aqui”
Ao ser questionado sobre a escolha de Carlo Ancelotti, para a Seleção Brasileira, Mancini foi enfático ao dizer que prefere um técnico brasileiro familiarizado com o futebol nacional.

