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O técnico Lúcio Flávio, ex-Botafogo, participou de uma entrevista no Charla Podcast, no YouTube. Durante o bate-papo, o ex-comandante alvinegro abriu o jogo sobre a sua demissão após uma sequência negativa de resultados.
Lúcio atuou no Glorioso como jogador e iniciou a sua carreira como treinador em General Severiano. Segundo o ex-funcionário, ele se sentiu injustiçado após perder o comando técnico do Botafogo.
“A questão é que eu era auxiliar do clube e fui colocado para ser treinador naquele momento. O único que foi demitido fui eu, no processo todo do clube. Me senti injustiçado. De tudo que aconteceu, em nenhum momento disseram que eu era o técnico e poderia trazer minha comissão. Como comecei com vitórias, foi seguindo”, declarou.
O Glorioso buscou novas alternativas no mercado da bola. Lúcio Flávio soube que deixaria o cargo no dia 12 de novembro, quando o Botafogo empatou com Red Bull Bragantino em 2 a 2. Segundo o ex-técnico, o clube o prometeu uma vaga de auxiliar.
“Fui comunicado em Bragança que teríamos um novo treinador, mas que continuaria no clube como auxiliar, por isso que digo que me senti injustiçado. Mas o clube tem todo direito de mandar embora. O tempo mostrou que não era eu o culpado. O time não ganhou nenhum jogo. O processo do futebol está ligado à pressão, e quando você não quer ela do seu lado, você joga para outro lado”, lamentou Lúcio.
História com o Botafogo
Lúcio Flávio conquistou o seu espaço no elenco profissional após comandar o sub-23 do Botafogo. O ex-jogador auxiliou Bruno Lage em sua curta e polêmica passagem por General Severiano. O ex-técnico do Glorioso avaliou o comportamento do português, que insinuou renunciar o cargo após resultados adversos.
“Ninguém sabia nada daquilo. Chamou atenção até para nós. Disse que queria chamar a responsabilidade para ele porque ele vinha sentindo essa pressão e obrigação de ganhar o campeonato. Isso repercutiu no grupo. Alguns jogadores não gostaram da forma como ele se pronunciou. Aos poucos tentamos ajustar. Para um grupo, isso não soa bem. Os jogadores se falam, grupo de WhatsApp. As primeiras falas minhas foram no sentido de tentar refazer o clima e foi acontecendo aos poucos”, explicou.
Outro obstáculo na gestão de Bruno Lage foi a ausência de Tiquinho Soares no primeiro tempo do jogo entre Botafogo e Goiás. Esta foi a última vitória do Glorioso, que conquistou o triunfo com um gol do artilheiro durante o segundo tempo. Lúcio abordou a decisão que contribuiu para a demissão do português.
‘Bruno, esse é um jogo que a gente pode jogar com os dois, recuamos um pouco o Eduardo”. Mas ele disse na véspera que estava mais propenso a jogar com Diego. Eu disse que Tiquinho poderia ter ido para a Seleção, e que machucou, mas estava aos poucos se recuperando. Disse que ainda existia a expectativa e que era o artilheiro do time, ídolo da torcida, e de grande parte dos jogadores do elenco, e que isso poderia mexer no vestiário”, concluiu.
Por fim, o ex-técnico destacou a imaturidade do Botafogo durante o segundo turno do Brasileirão. Para Lúcio Flávio, o fator emocional contribuiu para a queda do rendimento alvinegro.
“Esse jogo em questão (Palmeiras) emocional foi muito forte. Foi muito trabalhada essa questão. Jogadores têm consciência do que erraram e deixaram de fazer. Só que sai do jogo do Palmeiras e tem o jogo contra o Vasco. Um não pode perder porque tomou a virada, o outro está na zona do rebaixamento. Era o jogo de um erro, e quem errasse dava a chance para o adversário. Não fizemos falta”, finalizou.

