Hoje jornalista e comentarista da Band, João Paulo Cappellanes por muito pouco não foi jogador de futebol. E, o que atrapalhou, curiosamente, foi a sua cor.
Quem contou isso foi o próprio jornalista. Ele foi convidado do podcast “Tomando Uma Com”, onde falou sobre sua carreira e sobre futebol em geral.
Então, Capellanes revelou que quase foi jogador de futebol, antes de virar comunicador. Ele jogava na base do São Caetano e estava prestes a jogar uma Copinha pelo Azulão. Até que foi dispensado, segundo ele, por ser branco.
“Eu era zagueiro, jogava na base do São Caetano. Mas eu tive uma decepção bizarra, as pessoas nem acreditam quando eu conto, mas foi o que aconteceu. Eu tinha uns 17 anos, estava na época de jogar a Copa São Paulo. Era novembro, estava me preparando para jogar a Copinha, eu até tinha colocado uns dreads azuis no cabelo para chamar a atenção. A gente estava treinando, eu treinava bem, ia jogar a Copinha, estava tudo certo”, contextualizou Cappellanes.
Como foi a dispensa
Então, o jornalista revela o que ouviu do dirigente do São Caetano sobre o motivo que ele seria dispensado.
“Um dia, a gente fez um jogo-treino contra o CRB e eu tinha ido muito bem, tinha feito um gol. Então, depois, simplesmente um sujeito que eu nem sei mais se trabalha com futebol, me chamou de canto e disse que eu não iria mais jogar a Copinha. Eu não entendi nada, porque eu vinha jogando, treinava bem, o treinador gostava de mim… ele disse que quem comanda a parte financeira do clube, gostaria que fosse um zagueiro preto. Falou que zagueiro branco não passa credibilidade. Falou com essas palavras, juro.”
“Falou que quem comandava, quem colocava o dinheiro no clube, tinha esse entendimento. Juro por Deus. Não sabia nem o que fazer. Eu debati na hora, mas não tinha como reverter. Não sei se posso dizer que sofri racismo, sofri preconceito, só sei que isso aconteceu”, disse.
Cappellanes revela curiosidade em saber como seria o seu futuro
Por fim, o jornalista da Band falou que é uma pessoa feliz, mas que tem a curiosidade em saber como seria o seu destino caso tivesse disputado aquela Copinha.
“Hoje eu sou muito feliz, graças a Deus, ainda bem. Eu poderia de repente ter jogado aquela Copinha, ter chamado a atenção e tá jogando bola até hoje. Não sei se feliz ou triste, não sei se com dinheiro ou sem. Hoje, graças a Deus, eu tenho a vida que levo hoje. Mas, tenho a curiosidade de saber o que aconteceria se eu tivesse tido aquela oportunidade que me tiraram de forma covarde e ridícula”, finalizou.
Assista o vídeo abaixo: