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Internacional inicia ano com reforços de peso e objetivos claros nessa temporada

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca o grande número de alternativas de Eduardo Coudet na montagem do Colorado Gaúcho

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
Internacional inicia ano com reforços de peso e objetivos claros nessa temporada

Ricardo Duarte / SC Internacional

Assim como o Bahia de Rogério Ceni, o Internacional de Eduardo Coudet vem atuando forte nessa janela de transferências. As chegadas de Robert Renan, Lucas Alario, Ivan e Hyoran (além do possível acerto com o colombiano Borré e com o volante Thiago Maia) colocam o Colorado Gaúcho num patamar diferente nesse início de temporada.

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Portanto, não somente pela manutenção do elenco, que chegou nas semifinais da Libertadores do ano passado, mas pela continuidade de um trabalho que ainda pode trazer muitas alegrias para o torcedor Colorado, o time vem forte. Não é difícil concluir que Eduardo Coudet ganhou boas opções para deixar o Internacional ainda mais competitivo em 2024.

A impressão, deste que escreve, é a de que o Colorado Gaúcho acabou não indo tão longe quanto pretendia na temporada passada por conta da falta de alternativas no banco de reservas. As partidas contra o Fluminense (pelas semifinais da Libertadores) mostram bem isso. O time dominava as ações e conseguia a vantagem no marcador seja em jogada trabalhada por Enner Valencia, Maurício e Allan Patrick ou na forte bola aérea com Gabriel Mercado.

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Porém, na metade da segunda etapa, Eduardo Coudet se via obrigado a mexer na equipe por conta do desgaste. E sem opções de confiança no banco, o nível de intensidade do Internacional caía bastante durante as partidas.

O técnico do Internacional ‘ganha’ alternativas interessantes

Fato é que Eduardo Coudet conseguiu encontrar uma formação interessante, com Alan Patrick jogando bem avançado ao lado de Enner Valencia e Aránguiz saindo mais para o jogo no seu 4-1-3-2 costumeiro. O sistema defensivo ganhou bons reforços com as chegadas do goleiro Ivan (que pode ser um substituto de Rochet muito mais confiável do que Keiller foi no ano passado) e Robert Renan.

Vindo de empréstimo do Zenit e “figurinha fácil” nas seleções de base, o novo camisa 4 colorado já sai na frente na briga por uma vaga no time titular por conta da lesão de Vitão e pela qualidade na saída de bola por baixo. Pode formar boa dupla com o experiente Mercado.

Já Hyoran tem tudo para ser uma espécie de “décimo segundo jogador” de Eduardo Coudet. Os dois já trabalharam juntos no Atlético-MG e o treinador argentino sabe que o jogador de quase 31 anos joga em várias posições diferentes. Essa “polivalência” pode ser muito útil no momento em que for necessário dar fôlego novo ao meio-campo, sem perder a intensidade (problema crônico da temporada passada).

Hyoran sabe atuar por dentro e pode ser muito útil jogando como o volante que joga mais alinhado aos pontas no 4-1-3-2 conhecido e costumeiro de Coudet. Além disso, a identificação com o Internacional pode ajudar bastante na sua adaptação no elenco.

Mas o grande reforço do Internacional (pelo menos até o momento) se chama Lucas Alario. O argentino de 31 anos tem experiência no futebol europeu (foram sete temporadas jogando no Bayer Leverkusen e no Eintracht Frankfurt) e foi peça fundamental de Marcelo Gallardo na conquista da Libertadores de 2015 e da Recopa Sul-Americana de 2016.

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Mesmo não tendo sido titular em grande parte dos jogos, Alario tem boa média de gols nas duas últimas temporadas. Ele não é um atacante de movimentação, e sim a referência ofensiva da equipe. É o centroavante que dá o último toque na bola. Pode fazer boa dupla de ataque com Enner Valencia em determinadas situações.

Nesse primeiro momento, a tendência é que Eduardo Coudet encontre mais opções no início de temporada. Mesmo assim, montar o time titular não será tarefa das mais fáceis. Primeiro pela necessidade de se encontrar lugar para todos. Lembrem-se de que o posicionamento de Alan Patrick mais avançado foi um dos grandes acertos do treinador argentino na temporada passada.

Chegada de Borré eleva ainda mais o nível do elenco colorado

E para animar ainda mais a torcida colorada, a diretoria do Internacional anunciou a contratação do colombiano Rafael Borré junto ao Eintracht Frankfurt. Difícil não pensar no mesmo 4-1-3-2 costumeiro de Eduardo Coudet com Alan Patrick mais recuado (quase como um volante), Maurício e Wanderson pelos lados e Enner Valencia formando dupla de ataque com o mais novo reforço do Inter.

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Inicialmente, muitos que acompanham a equipe gaúcha podem pensar que a diretoria entrou com um “all in” nas contratações. Mas é preciso lembrar que 2024 é ano de Copa América e que alguns times do Brasil vão ficar sem seus principais jogadores por até nove rodadas. Reforçar o elenco num cenário como esse é fundamental.

A tendência é que eu e você vejamos um Internacional mais forte e mais consistente nesse ano de 2024. A boa atuação do clube na janela de transferências e a manutenção do elenco são ótimas notícias para Eduardo Coudet e para o torcedor colorado. Por outro lado, o jejum de títulos (a última conquista de expressão foi o Campeonato Gaúcho de 2016) e o sucesso do Grêmio (apesar do rebaixamento em 2022) nos últimos anos colocam ainda mais pressão no elenco nesse início de temporada. Ir bem no Gauchão e já avançar de fase na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana é fundamental para aliviar a pressão no início do Brasileirão Série A.

Mesmo assim, o Internacional é uma das equipes que vem agradando este que escreve pela proposta agressiva de contratações na janela de transferências. Se Coudet encontrar o equilíbrio necessário e encaixar bem as opções que tem, o Inter pode ir bem longe em 2024.

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