Home Futebol Reforços de peso e intercâmbio em Manchester: Bahia prepara mudança de patamar

Reforços de peso e intercâmbio em Manchester: Bahia prepara mudança de patamar

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca a janela de transferências do Tricolor de Aço e as opções de Rogério Ceni após período de treinos junto ao City

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
Reforços de peso e intercâmbio em Manchester: Bahia prepara mudança de patamar

Rogério Ceni em treino do Bahia durante intercâmbio em Manchester, na Inglaterra. (Crédito: Letícia Martins/EC Bahia)

O Bahia é um dos times entre todos os brasileiros que mais vem chamando a atenção deste que escreve neste início de 2024, por conta da atuação do clube soteropolitano no mercado da bola durante a útlima janela de transferências.

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As chegadas de Everton Ribeiro, Jean Lucas e Caio Alexandre se somam à permanência de jogadores importantíssimos na manutenção do Tricolor de Aço na primeira divisão, como Cauly, Biel, Marcos Felipe, David Duarte, Gilberto e Luciano Juba.

Mesmo estando “fora do eixo” e longe das atenções da grande imprensa esportiva, é possível sim colocar a equipe comandada por Rogério Ceni como uma das que merecem atenção e respeito nessa temporada de 2024.

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É lógico que todo o planejamento, todas as contratações e tudo aquilo que foi treinado em Salvador (e também no intercâmbio em Manchester) será colocado à prova no momento em que o time entrar em campo.

Vale lembrar que o Bahia terá pela frente a Copa do Nordeste, o Campeonato Baiano, a Copa do Brasil e o Brasileirão em 2024. Por mais que o planejamento da diretoria tricolor esteja mais voltado em classificar a equipe para as competições internacionais de 2025, há como se pensar um pouco mais alto.

Principalmente se Rogério Ceni conseguir encaixar os reforços que chegaram e aqueles que ainda estão por chegar nesse início de ano.

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Goleada histórica do Bahia sobre o Atlético-MG como base

O Tricolor de Aço teve a sua melhor atuação coletiva em 2023 na goleada sobre o Atlético-MG, dentro da Arena Fonte Nova. Por si só, o resultado diante da torcida tricolor já seria histórico pela permanência do clube na elite do Brasileirão e por vencer um dos postulantes ao título.

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Só que ele também deixou um caminho a seguir para Rogério Ceni. Seu 3-4-2-1 sem uma referência fixa no ataque funcionou como o esperado pelo treinador.

Ocupação das entrelinhas, infiltrações, contra-ataques bem encaixados e muita intensidade na pressão pós-perda. Destaque para os alas Gilberto e Luciano Juba, assim como para o trio ofensivo formado por Cauly, Biel e Thaciano.

Time do Bahia que goleou o Atlético-MG na última rodada do Brasileirão de 2023. O 3-4-2-1 de Rogério Ceni teve intensidade na marcação, velocidade e muita organização ofensiva.
Time do Bahia que goleou o Atlético-MG na última rodada do Brasileirão de 2023. O 3-4-2-1 de Rogério Ceni teve intensidade na marcação, velocidade e muita organização ofensiva.

Da mesma maneira que o Vasco, o Bahia viveu o alívio da permanência na primeira divisão. No entanto, o Tricolor de Aço vê o desafogo virar esperança depois da chegada de Everton Ribeiro no início do ano.

Difícil não fazer um paralelo com a chegada de Diego Ribas ao Flamengo em 2016, ano em que o clube da Gávea ainda equilibrava as finanças e montava o elenco que ganharia tudo a partir de 2019.

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Aliás, a atuação do Bahia nesta janela de transferências possui características semelhantes com a atuação de outros clubes em anos passados.

Janela de transferências com reforços de peso

Trazer jogadores experientes e vitoriosos para servir de referência para os mais novos. Everton Ribeiro tem possibilidade de ser essa referência e o convívio com Rogério Ceni em 2020 e 2021 pode ser muito útil.

Além de Everton Ribeiro, o Bahia acertou a permanência de David Duarte e a contratação do volante Jean Lucas. Por mais que sua segunda passagem pelo Santos não tenha sido das mais felizes (jogou bem menos do que já jogou em outros tempos), é o tipo de atleta que chega com status de titular.

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Junto ao ex-Santos, Yago Felipe, Rezende e Thaciano reforçam o setor mais forte da equipe tricolor na visão deste que escreve.

Jogadores úteis, que exercem mais de uma função dentro de campo e que sempre somam quando estão em campo. Para Jean Lucas, no entanto, pode ser a oportunidade de se afirmar no futebol brasileiro e deixar a “alcunha” de promessa para trás.

Difícil não ficar curioso com esse time do Bahia. Ainda mais com a permanência de Cauly em 2024, talvez o grande nome da equipe soteropolitana no ano passado.

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Possibilidades para o Bahia em 2024

É possivel imaginar o mesmo 3-4-2-1 com Everton Ribeiro e Biel jogando logo atrás de Cauly, Gilberto e Luciano Juba nas alas e Jean Lucas pisando na área.

Sem a bola, um estilo mais semelhante ao da Argentina de Lionel Scaloni na Copa do Mundo: linhas fechadas e compactadas, muita marcação e Everton Ribeiro cumprindo um papel semelhante ao de Messi em 2022.

Aliás, ter o camisa 10 do Tricolor de Aço num meio-campo que já conta com Cauly e Jean Lucas é privilégio que poucos times têm.

E ainda há Caio Alexandre, jogador de muita técnica, leitura de jogo apurada e que fez grandes jogos pelo Fortaleza de Juan Vojvoda na temporada passada. É mais um que se encaixa quase como uma luva dentro da proposta tática que o time deve adotar em 2024.

O que falta para Rogério Ceni?

Na visão deste que escreve, o treinador ainda necessita de um “homem-gol” para montar o Bahia. Um nome de confiança para assumir o comando de ataque e permitir que Rogério Ceni possa escalar sua equipe num 4-4-2/4-2-3-1, com Everton Ribeiro, Biel e Cauly na frente dos volantes Caio Alexandre e Jean Lucas e o aproveitamento de Caio Roque ou Ryan na lateral-esquerda com Gilberto, David Duarte e Kanu completando a linha defensiva.

Seja como for, hoje vemos o Bahia com um elenco robusto e repleto de boas opções táticas. A atuação mais agressiva do clube nessa janela de transferências já nos mostra a intenção clara do clube em mudar de patamar e se colocar entre os postulantes a títulos nos próximos anos.

Também não deixa de ser uma grande oportunidade de redenção para Rogério Ceni após a saída conturbada do São Paulo e a atuação como “bombeiro” no ano passado. Pelo que se vê até o momento, o Tricolor de Aço tem tudo para vir forte em 2024. A conferir.

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