É óbvio que ainda é muito cedo para se fazer análises mais profundas sobre o trabalho de António Oliveira no Corinthians. Por outro lado, é possível afirmar que algumas mudanças já são perceptíveis. Principalmente dentro de campo. E essa talvez seja a melhor notícia da estreia do novo técnico do Timão.
A vitória sobre a Portuguesa de Desportos neste domingo (11), também serviu para aliviar um pouco a pressão sobre os jogadores e também para tirar (ainda que momentaneamente) o Corinthians da zona do rebaixamento no Paulistão. Por mais que estejamos falando de um início de trabalho num contexto muito complicado, António Oliveira se saiu bem por fazer o simples com o material que tem em mãos. Não foi por acaso que sua equipe mostrou mais competitividade.
Só os próximos jogos (principalmente contra adversários mais fortes) vão dizer se António Oliveira vai conseguir recuperar o bom futebol do Corinthians. No entanto, o resultado positivo em cima da frágil Portuguesa alivia o ambiente e já serve para dar um pouco de tranquilidade nesse início de trabalho.
Mudanças na escalação inicial e postura agressiva sem a bola
António Oliveira apostou numa formação semelhante à utilizada por Mano Menezes. Um 4-1-4-1 que trazia Raniele, Rodrigo Garro e Maycon no meio-campo, Wesley muito participativo pelo lado esquerdo e Yuri Alberto jogando mais pelo lado direito por conta da lesão do paraguaio Romero. Mais atrás, Caetano jogava na lateral-esquerda e dava mais liberdade a Fagner do outro lado. Já a Lusa entrou em campo num 5-4-1 e buscava as bolas longas para o trio ofensivo.
É verdade que os espaços entrelinhas continuaram aparecendo ao longo da partida. Tanto que Cássio salvou chute de Chrigor logo aos seis minutos de jogo. Aos poucos, no entanto, o Timão foi se encontrando no 4-1-4-1 de António Oliveira com marcação mais alta e sufocando a saída de bola da Portuguesa. Falta acertar ainda a compactação entre os setores e os espaços atrás de Rodrigo Garro e Maycon, mas foi bom ver o Corinthians com outra postura.
Lesionado, Pedro Raul deixou o jogo para a entrada de Rojas. A partir daí, o Corinthians ficou mais equilibrado. Yuri Alberto se movimentava bastante na frente da linha de cinco defensores da Portuguesa e abria espaços para as chegadas dos companheiros de equipe. O primeiro gol do domingo (11) veio em penalidade discutível sofrida por Fagner e cobrada com segurança por Maycon. Era o que o Timão precisava para controlar o jogo.
Corinthians segura a Lusa e mostra consistência
Apesar dos problemas defensivos que ainda precisam de tempo para serem resolvidos, podemos sim afirmar que o Corinthians fez bom jogo diante da Portuguesa. Raniele ficou um pouco sobrecarregado na cobertura dos espaços no meio-campo, mas não comprometeu. Assim como Fagner, jogando com um pouco mais de liberdade na direita. Além disso, o 4-1-4-1 ganhou mobilidade com Wesley (depois Gustavo Mosquito) e Rojas pelos lados.
Depois que Yuri Alberto fez o segundo gol corintiano aos 33 minutos da segunda etapa, António Oliveira sacou Rodrigo Garro, Maycon e Caetano para as entradas de Ryan Gustavo, Vera e Hugo. O 4-1-4-1 básico foi mantido assim como a ideia inicial do treinador português. Gustavo Mosquito e Rojas cortavam para dentro e abriam o corredor para a subida dos laterais. Ao mesmo tempo, Yuri Alberto descia e buscava o espaço entrelinhas da Portuguesa.
Conforme mencionado anteriormente, a grande notícia deste domingo (11) para a torcida do Corinthians nem foi a vitória sobre a Portuguesa. António Oliveira mostrou nessa sua estreia que o elenco que tem em mãos tem qualidade e plenas condições de jogar mais e melhor. Além disso, alguns jogadores (principalmente Yuri Alberto, Raniele e Rojas) atuaram com mais confiança e buscaram algo diferente do que vinha sendo feito com Mano Menezes.
A grande missão de António Oliveira no Corinthians
Sem pensar muito, é possível dizer que esse time do Corinthians pode fazer muito mais do que vem fazendo nesse Paulistão. Ainda que o desempenho esteja bastante abaixo do desejado, o que se viu nesse domingo (11) foi uma equipe que pelo menos parecia disposta a ser competitiva. E essa é a grande missão de António Oliveira (pelo menos nesse início de trabalho). Fazer o elenco competir, brigar por cada lance e apresentar um mínimo de organização.
Fato é que o Timão e António Oliveira não têm muito tempo. Faltam apenas cinco rodadas para o fim da primeira fase e a equipe precisa tirar uma diferença de quatro pontos para Mirassol e Inter de Limeira se quiser se garantir na fase de mata-mata do Paulistão. E ficar de fora das quartas de final seria terrível. Mesmo nesse inicio de trabalho do treinador português.