Home Futebol Santos x Portuguesa decidiu o título do Paulistão de 1973, que acabou dividido entre os dois clubes; entenda

Santos x Portuguesa decidiu o título do Paulistão de 1973, que acabou dividido entre os dois clubes; entenda

Último título de Pelé pelo Santos ficou marcado por erro de matemática do árbitro Armando Marques na disputa de pênaltis

Adriano Oliveira
Sou colaborador do Torcedores.com desde 2018, com mais de 3.600 textos publicados, porém escrevo sobre futebol há mais de 15 anos. Mas é claro que a paixão por este esporte começou bem antes disso. Hoje, aos 51 anos de idade, o futebol ainda me faz sentir a mesma coisa que eu sentia aos 10.
Santos x Portuguesa decidiu o título do Paulistão de 1973, que acabou dividido entre os dois clubes

Divulgação/ Santos FC

Há 51 anos, em agosto de 1973, Santos e Portuguesa se enfrentaram no estádio do Morumbi, em São Paulo, em clássico que decidiu o Campeonato Paulista daquele ano.

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Na época, o torneio estadual era disputado entre 12 equipes, em dois turnos.

O primeiro turno foi vencido pelo Santos de forma invicta, com oito vitórias, três empates e goleadas como 3 x 0 no clássico contra o Corinthians, 6 x 0 diante do Juventus e 5 x 1 sobre a Ponte Preta.

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Já no segundo turno, a Portuguesa de Desportos sagrou-se campeã e se classificou para a final contra o Peixe.

Santos e Portuguesa protagonizaram uma grande decisão no Morumbi, que teve recorde de público com 116.156 torcedores presentes para assistir ao confronto.

Em campo, o Peixe de Pelé e a Lusa de Eneás empataram pelo placar de 0 x 0 durante o tempo regulamentar.

Como também nenhuma das equipes balançou as redes na prorrogação de 30 minutos, a decisão do título seguiu para as cobranças de penalidades.

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Do lado santista, o comandante Pepe escalou os cinco cobradores: Zé Carlos, Carlos Alberto Torres, Edu, Pelé e Léo Oliveira. 

Pelo time rubro-verde, Isidoro, Calegari, Wilsinho, Basílio e Tatá foram os escolhidos pelo técnico Oto Glória.

E a principal competição estadual do país ficou marcada por um erro grosseiro de matemática, quando o árbitro Armando Marques se equivocou na contagem dos pênaltis e o título acabou posteriormente sendo dividido entre Peixe e Lusa.

Decisão por pênaltis foi encerrada antes pelo árbitro

A Portuguesa iniciou a disputa de pênaltis com Isidoro, que teve a cobrança defendida pelo goleiro santista Cejas.

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Em seguida, Carlos Alberto Torres e Edu acertaram as redes para o Peixe e Calegari, do time luso, também desperdiçou sua batida.

Wilsinho, da Portuguesa, acertou a bola no travessão, selando a terceira cobrança desperdiçada pela equipe do Canindé.

Para ser campeão paulista, bastava então ao Santos converter o pênalti seguinte, que seria cobrado por Pelé.

Porém, o árbitro Armando Marques errou na contagem e encerrou as cobranças, apontando o time da Vila Belmiro como vencedor.

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Os jogadores e torcedores santistas passaram a comemorar o título, com direito à entrega do troféu e volta olímpica no Morumbi, mas algum tempo depois Armando Marques foi alertado sobre o erro.

O juiz então tentou reiniciar a disputa de penalidades. No entanto, a delegação da Portuguesa já havia deixado o estádio do Morumbi.

“Não foi um erro de direito, foi um erro matemático. Pensei que o Santos tinha uma vantagem matemática insuperável sobre a Portuguesa. A culpa foi toda minha”, declarou o árbitro Armando Marques após a decisão.

A diretoria da Lusa passou a exigir uma nova partida decisiva, enquanto os dirigentes do Santos queriam somente completar a disputa de pênaltis para sacramentar a conquista do título estadual.

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Porém, depois de bastante discussão, o presidente da Federação Paulista de Futebol, José Ermírio de Morais, partiu para uma decisão inusitada e, em comum acordo com os dois clubes, declarou Santos e Portuguesa campeões paulistas de 1973.

Ao ser perguntado por jornalistas se a torcida que compareceu ao Morumbi não foi prejudicada com a divisão do título, o presidente da FPF respondeu: “Que nada. A torcida até que viu futebol demais pelo preço que pagou”.

Nesta edição do Paulistão, Pelé assinalou 11 gols e foi o artilheiro da competição pela 11ª vez, além de ter sido o último troféu conquistado pelo Rei do Futebol vestindo a lendária camisa 10 do Santos.

As equipes

PORTUGUESA: Zecão, Cardoso, Pescuma, Calegari e Isidoro; Badeco, Basílio e Xaxá; Enéas (Tatá), Cabinho e Wilsinho; treinador: Oto Glória

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SANTOS: Cejas, Zé Carlos, Carlos Alberto Torres, Vicente e Turcão; Clodoaldo, Léo e Jair (Brecha); Eusébio, Pelé e Edu; treinador: Pepe

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