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Arsenal trava o Manchester City com atuação perfeita do seu sistema defensivo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Pep Guardiola e Mikel Arteta no jogo deste domingo (31)

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
Arsenal trava o Manchester City com atuação perfeita do seu sistema defensivo

Arsenal e Manchester City empataram sem gols no Etihad Stadium. Foto: Reprodução / X / Manchester City

Poucas equipes podem se orgulhar de terem conseguido um “clean sheet” depois de enfrentar o Manchester City dentro do Etihad Stadium. Eu e você vimos o Arsenal realizar esse feito através de um trabalho defensivo notável e muita disciplina tática de todo o time. E olha que os Gunners ainda encaixou bons contra-ataques.

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No entanto, o domingo (31) só não foi perfeito para os comandados de Mikel Arteta por conta da vitória do Liverpool sobre o Brighton antes da bola rolar em Manchester.

O empate sem gols na partida válida pela 30ª rodada da Premirer League deixou Arsenal e City estacionados na tabela enquanto os Reds seguem na liderança da competição e dependendo apenas de suas forças para conquistar o “Inglesão”na despedida de Jürgen Klopp.

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Mesmo assim, o jogo no Etihad Stadium nos mostrou a incrível capacidade de adaptação de um time muito bem montado e treinado por Mikel Arteta (um dos “discípulos” de Guardiola).

Vale destacar aqui a grande atuação de Saliba e Gabriel Magalhães na proteção da área e polivalência de Declan Rice no meio-campo. Faltou mesmo o gol.

Sistema defensivo do Arsenal se impõe e deixa o Manchester City sem opções

Quem lê os primeiros parágrafos desta humilde análise pode até pensar que o Arsenal entrou em campo para jogar no “erro” do Manchester City. Não foi o que vimos neste domingo (31).

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Por mais que o time de Pep Guardiola tenha sim ficado mais com a bola, os Gunners conseguiram sim levar perigo ao gol de Ortega. O time de Londres subiu o bloco de marcação e encaixou boas escapadas pelo lado direito com Ben White subindo bastante e explorando o corredor aberto por Saka.

Formação ofensiva do Arsenal
Saka abre o corredor para Ben White enquanto Gabriel Jesus e Havertz atacam o espaço às costas da última linha do Manchester City. Foto: Reprodução / YouTube / ESPN Brasil

Sem a bola, o Arsenal se compactava na frente da sua área e fechava as linhas de passe do Manchester City. Tudo com muita concentração e disciplina tática para não permitir que De Bruyne e Haaland tivessem espaços para tabelar.

Nesse ponto, precisamos falar da entrega de Gabriel Jesus no trabalho defensivo. Além de dobrar a marcação pelo lado esquerdo com Kiwior, o brasileiro se manteve atento às escapadas de Akanji e Bernardo Silva pelo seu setor. Baita atuação.

Arsenal se fecha na defesa contra o City
Gabriel Jesus fechou bem o lado esquerdo, dobrou a marcação com Kiwior no setor e ajudou a conter o volume de jogo dos Citzens. Foto: Reprodução / YouTube / ESPN Brasil

É interessante notar que, mesmo não sendo um dos pilares dos conceitos de Mikel Arteta, o Arsenal levou bastante perigo nas transições rápidas a partir da pressão pós-perda mais frouxa do City em determinados momentos. E o “cara” do passe era o norueguês Odegaard.

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O camisa 8 dos Gunners quase sempre encontrava algum dos três atacantes da sua equipe se lançando às costas da defesa dos Citzens. Faltou apenas um pouco mais de capricho nas tomadas de decisão.

Contra-ataque do Arsenal puxado por Odegaard
O Arsenal retoma a posse da bola e Odegaard rapidamente aciona Havertz, Trossard e Gabriel Martinelli nos passes em profundidade. Foto: Reprodução / YouTube / ESPN Brasil

Já o Manchester City criou menos do que o esperado. No primeiro tempo, a equipe de Pep Guardiola só conseguiu levar perigo com Aké (depois de escanteio cobrado por De Bruyne da esquerda).

Com Akanji e Gvardiol bem espetados, Foden e Bernardo Silva ganhavam espaço para circular por dentro. Kovacic ocupava bem os espaços, Rodri se aproximava de Kevin de Bruyne, mas a equipe de Pep Guardiola não conseguia executar as jogadas por dentro. Méritos da marcação do Arsenal.

As entradas de Rico Lewis, Doku e Grealish deram mais agressividade aos Citzens, mas Mikel Arteta renovou o fôlego dos Gunners com as entradas de Tomiyasu e Partey nos lugares de Kiwior e Jorginho.

Depois, foi a vez de Gabriel Jesus (exausto) dar lugar a Trossard no ataque. O panorama continuou o mesmo. O Manchester City empurrava o Arsenal para trás, mas não conseguia encontrar espaços para entrar na área. E Haaland ainda perdeu um gol incrível no final.

E o Liverpool agradece…

Por mais que o Arsenal tenha feito uma grande partida no âmbito tático e até criado oportunidades para vencer os Citzens fora de casa, a grande verdade é que o empate não foi bom para nenhuma das duas equipes.

Com a vitória sobre o Brighton antes da bola rolar em Manchester, o Liverpool abriu dois pontos de diferença na liderança da Premier League. E sem confrontos diretos entre os líderes, as coisas se complicaram um pouco para Arsenal e City.

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Por mais que as atuações de Saliba, Gabriel Magalhães, Odegaard, Gabriel Jesus e Declan Rice tenham sido muito boas, a grande verdade é que o Arsenal falhou quando teve as chances.

Ao mesmo tempo, o Manchester City não conseguiu sair dessa retranca dos Gunners e por pouco não saiu de campo derrotado. Seja como for, o Liverpool agradece e MUITO por esse empate.