Fernando Diniz foi demitido do Fluminense na tarde desta segunda-feira (24), um dia depois da derrota por 1 x 0 no clássico contra o Flamengo, que manteve a equipe carioca na lanterna do Brasileirão.
O treinador já estava pressionado no cargo por conta do desempenho tricolor na temporada, principalmente no Campeonato Brasileiro.
Alguns fatores ajudam a entender o momento atual da equipe na temporada. Um dos principais é um time previsível na sua forma de jogar. O Fluminense tem um estilo de jogo bem claro, seguindo à risca as orientações de Fernando Diniz, buscando ter a posse de bola e evita chutões para sair da defesa.
A questão é que os adversários aprenderam como anular essa tática. Em várias partidas desse ano percebemos times que jogaram contra o Flu com uma marcação pressão no setor ofensivo. A perda da posse de bola na sua defesa faz com que muitas vezes os rivais tenham facilidade para criar lances de perigo.
Veja abaixo outros motivos:
Flu com defesa mais exposta
O Fluminense já sofreu 19 gols no Brasileirão, a segunda pior defesa do torneio, com desempenho melhor somente do que o Vasco, vazado em 22 oportunidades. Além disso, chama atenção a quantidade de chances que os adversários conseguem criar contra o Flu. São 167 finalizações sofridas em 11 jogos, média de 15,73 por partida, a segunda maior do Brasileirão, conforme dados do site Footstats.
Isso faz com que Fábio seja muito exigido nas partidas, sendo o terceiro goleiro com mais defesas no campeonato, conforme dados do mesmo site acima.
Utilizando como referência o desempenho nas últimas quatro partidas, o Fluminense sofreu 14 finalizações do Flamengo, 17 contra Cruzeiro e também Atlético-GO e 19 frente o Botafogo.
Ataque do Fluminense não empolga
O Tricolor carioca terminou a 11ª rodada do Brasileirão com 10 gols marcados, uma média inferior a um por jogo. Além disso, a equipe vem de apenas um gol marcado nos últimos quatro jogos.
Um dos mais prejudicados com o desempenho ruim do Fluminense no ano é o atacante Germán Cano, que balançou as redes em apenas cinco oportunidades, sendo duas no Brasileirão, uma na Libertadores e duas no Campeonato Carioca.
Desfalques e falta de reposição no elenco
Dois dos pilares defensivo do Flu em 2023 não estavam à disposição de Fernando Diniz. O volante André sofreu lesão no fim de abril e já está há mais de dois meses sem entrar em campo.
Além disso, o Tricolor vendeu Nino para o Zenit no começo do ano, mas até agora não conseguiu achar um substituto para sua posição. Antônio Carlos, contratado para essa temporada, Manoel, Thiago Santos e Felipe Melo já fizeram duplas de zaga, mas sem convencer.
O jogo contra o Flamengo foi um exemplo desse cenário. Diniz abdicou de jogar com três atacantes, mas teve um meio de campo exposto, com Gabriel Pires e Lima mais centralizados, com Renato Augusto e Ganso complementando o setor, Já Martinelli atuou improvisado na zaga, ao lado de Antônio Carlos.
Futuro do Fluminense
A diretoria carioca agora busca por um novo treinador para a temporada. Um dos problemas é a falta de nomes de destaque no mercado da bola. Outro ponto é a análise do elenco Tricolor. Isso porque os jogadores que chegaram ao clube foram pensando na forma como Diniz gosta de armar seus times.
Atletas experientes como Diogo Barbosa, Renato Augusto e Douglas Costa foram contratados no começo dessa temporada, além do investimento feito para contar com o meia Terans, que também não conseguiu repetir suas atuações da época do Athletico Paranaense.
Com problemas financeiros, o principal reforço do Flu para o segundo semestre deverá ser do zagueiro Thiago Silva, de 39 anos.
Marcão volta a assumir o cargo de interino e internamente parte da diretoria acredita que ele posa ser mantido para a temporada, principalmente por conta da falta de nomes de consenso. Porém existe a preocupação não só com o rebaixamento para a Série B como em relação aos duelos decisivos das oitavas de final da Copa do Brasil e Copa Libertadores da América, que acontecem no segundo semestre.