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Retorno de Thiago Silva pode resolver alguns problemas do Fluminense de Fernando Diniz

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as últimas atuações do Tricolor das Laranjeiras na temporada e a chegada de TS3

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
Retorno de Thiago Silva pode resolver alguns problemas do Fluminense de Fernando Diniz

Thiago Silva foi apresentado à torcida do Fluminense nesta sexta-feira (7). Foto: Leonardo Silva / Fluminense FC

É possível dizer que o torcedor do Fluminense viveu dias de luta e dias de glórias nessas últimas semanas. Se a relação com a comissão técnica azedou após o empate contra do Juventude, pelo Brasileirão, as esperanças se renovaram com o retorno de Thiago Silva nesta sexta-feira (7).

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É verdade que o Tricolor das Laranjeiras se classificou na primeira posição do seu grupo na Liberadores e está nas oitavas de final da Copa do Brasil. O problema está no Brasileirão, onde as coisas não andam tão bem.

O Fluminense está na 15ª posição da tabela com apenas seis pontos e ficou no empate contra o Juventude, em uma partida marcada por um erro do goleiro Fábio. É nesse contexto que o zagueiro Thiago Silva retorna ao clube.

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Boa parte da torcida tricolor anda insatisfeita com os resultados da equipe e com o comando técnicco de Fernando Diniz. A chegada do zagueiro, de quase quarenta anos, pode resolver alguns dos problemas crônicos da equipe e ainda trazer um novo ânimo para os torcedores nesta temporada.

Erros individuais, falta de intensidade e sequência de atuações ruins

Se o Fluminense superou o Alianza Lima, tendo como foco a qualidade do seu elenco, as coisas não funcionaram lá tão bem contra o Juventude. Isso porque a equipe comandada por Roger Machado entrou em campo com a clara estratégia de explorar as costas da defesa tricolor.

O grande obstáculo de Fernando Diniz é a lentidão na transição defensiva, principalmente pelo lado esquerdo. Em campo, Felipe Melo precisa cobrir as costas de Marcelo, o que estimula os adversários em possíveis contra-ataques.

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Problemas defensivos do Fluminense
O veterano Nenê ataca o espaço às costas de Marcelo e o Juventude consegue ter superioridade numérica sobre o Fluminense no campo de ataque. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Com Marquinhos na lateral, Alexsander e Martinelli no meio e Jhon Arias buscando o jogo, Fernando Diniz seguiu apostando na conhecida “paralela cheia”. O técnico aproximou os jogadores uns dos outros, com o intuito de facilitar o passe curto e abrir espaços na defesa em outro setor. A estratégia funcionou quando o Fluminense conseguiu colocar velocidade e intensidade na troca de passes. No entanto, essa não foi a tônica da atuação tricolor.

Formação ofensiva do Fluminense
Ganso recebe a bola pela esquerda e Alexsander, Keno, Marcelo, Martinelli e Arias se aproximam. É a conhecida “paralela cheia” do Fluminense. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Neste ponto, vale relembrar uma crítica deste que escreve feita nos tempos em que Fernando Diniz comandava a Seleção Brasileira. Por mais que se entenda (e se defenda) a manutenção de um estilo de jogo, de uma “assinatura” em cada trabalho, às vezes o campo nos mostra que é preciso mudar e/ou adaptar as coisas. A entrada de Thiago Silva no time vai elevar o nível do futebol jogado, mas é preciso ter em mente que todos os setores precisam de ajustes.

Se TS3 pode ajudar com sua experiência (e repondo a saída de Nino para o futebol russo), é preciso ter em mente que o estilo defendido por Fernando Diniz requer uma confiança grande por parte dos jogadores e que uma escolha ruim pode colocar tudo a perder. Exatamente como no passe errado do goleiro Fábio no lance que resultou em gol do Juventude. Escolher melhor e ter confiança nessas escolhas é um processo que demanda tempo.

Lance que originou o gol do Juventude
O goleiro Fábio tinha opções mais seguras do que tentar o passe forçado em Jhon Arias. Jadson antecipou e empatou a partida para o Juventude. Foto: Reprodução / Premiere / GE

A necessidade de conquistar a vitória fizeram com que Fernando Diniz apostasse em mexidas já conhecidas do torcedor tricolor: a saída de um zagueiro para a entrada de um atacante e o recuo de um dos volantes para a defesa. Por mais manjado que seja, essa nova configuração traz sim mais qualidade ao passe e intensidade nas transições. No entanto, o problema do Fluminense parece ser mais de execução do que propriamente tático.

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Formação ofensiva do Fluminense depois das mexidas de Fernando Diniz
Fernando Diniz apostou nas entradas de Diogo Silva, Renato Augusto e John Kennedy e organizou sua equipe numa espécie de 2-3-5 bem ofensivo. Foto: Reprodução / Premiere / GE

Não parece que Fernando Diniz precise repensar os seus conceitos e o seu trabalho como treinador. Isso porque os problemas do Fluminense giram em torno de lesões, saída de jogadores que ainda não foram repostas e má fase de nomes que seguravam a bronca até pouco tempo atrás. Ao mesmo tempo, as adaptações feitas pelo treinador também não têm funcionado como o esperado. Thiago Silva pode (e vai) ajudar muito. No entanto, nem tudo passa por ele.

A importância de Thiago Silva na retomada das boas atuações

A paz com a torcida tricolor só vai voltar quando o Fluminense apresentar um futebol intenso e vistoso. É possível sim se manter fiel a um estilo de jogo e ver os resultados acontecendo dentro de campo. Nesse ponto, Thiago Silva será importantíssimo para trazer ainda mais experiência ao time comandado por Fernando Diniz.

A chegada de TS3 e o iminente retorno do volante André já são um alento e tanto para o elenco Tricolor. Mas é o no veterano zagueiro que as esperanças estão depositadas por conta da falta de nomes confiáveis para compor o setor defensivo. Thiago Silva era titular no Chelsea até pouco tempo arás.

Seja como for, Fernando Diniz sabe que precisa transformar seu plano de jogo em vitórias e boas atuações. É isso ou sofrer o mesmo processo pelo qual passou no comando do São Paulo e de outros clubes.

A equipe atingiu um ápice, agradou todo mundo e depois ficou estagnada, sofrendo com derrotas dentro de campo. Thiago Silva chega para somar (e muito) num elenco já recheado de experiência.

Better Collective