A projeção de Fabiano Baldasso para o jogo no Beira-Rio - Foto: Reprodução/YouTube
A noite de terça-feira foi longa para o jornalista identificado com o Internacional, Fabiano Baldasso, que afirmou não ter conseguido dormir depois de escutar um trecho da entrevista do volante Fernando ao programa “Bola da Vez”, da ESPN Brasil. Nela, o experiente jogador afirma que a direção do clube “se precipitou” com a rescisão contratual e ainda deu a entender que queria seguir jogando na equipe, desde que pudesse tratar a sua lesão no joelho em Goiânia, com amigos e familiares próximos.
A grave lesão ocorreu durante uma derrota para o Fluminense, no Beira-Rio, antes da parada do Mundial de Clubes. Segundo Fernando, ele estará apto a jogar dentro de um mês. A diretoria colorada, por não aceitar que o tratamento fosse feito longe do clube, sugeriu a rescisão “amigável”, que foi acatada pelo atleta.
“Até para a incompetência há limites. A diretoria do Internacional, que nos surpreende a cada dia, arrombou esses limites. Que a direção é incompetente, a gente sabe que isso não vai mudar. Mas não precisávamos de tantas surpresas. Eu vou ser bem sincero para vocês: não consegui dormir essa noite. Eu ouvi esse áudio do Fernando ontem e isso me abalou de tal forma, me gerou uma irritação tão grande, que eu quis ouvir de novo hoje pois de repente eu estivesse irritado e estressado, tendo entendido errado”, disparou Baldasso, no programa “Debate Raiz”.
“Mas a minha irritação só aumentou. Eu quero ser mais claro: a diretoria do Internacional demitiu o Fernando, pois não gostou do fato do jogador querer fazer um tratamento próprio na sua cidade em Goiânia. Isso é um absurdo por vários motivos. ‘Ah, Baldasso, mas aí tu passa um exemplo para os demais’. Não. Se o Ricardo Mathias chegar amanhã e dizer que quer se tratar na sua cidade igual o Fernando, tu diz para ele que primeiro ele tem que construir uma carreira como a do Fernando, principalmente na Europa”, acrescentou.
Baldasso “sugere” impeachment do presidente do Internacional
Mesmo sabendo da impossibilidade jurídica de uma situação como essa, Baldasso admitiu que o “caso Fernando” deveria gerar o impeachment do atual presidente colorado Alessandro Barcellos, cujo mandato acaba no fim de 2026.
“Além disso, o Fernando tem um processo de recuperação irrepreensível na carreira. Mas a direção espantou esse jogador do Beira-Rio. Um jogador de rara técnica. Mas não há desculpa. O jogador fala: eles quiseram comum acordo. E outra, foi um diagnóstico médico equivocado. Ele mesmo diz que em um mês poderá jogar. Isso é um escândalo. Me perguntaram ontem: ‘Baldasso, isso não dá impeachment do presidente?’. Juridicamente não. Mas deveria dar”, finalizou o jornalista.
O que disse Fernando sobre a saída do Internacional?
No trecho já divulgado pela ESPN, Fernando dá o seu ponto de vista sobre a saída do Colorado e dá a entender que gostaria de ter permanecido no clube por mais tempo:
“A situação foi de comum acordo. Eu queria continuar recuperando a minha forma em Goiânia com calma e tranquilidade. A direção não achou isso viável para o clube e aí acabou que entramos em comum acordo. Na minha visão, a diretoria se precipitou. Eles falaram que a lesão era de quatro a seis meses, mas eu acredito que daqui a um mês eu estarei 100%, apto a jogar”, destacou o jogador, que acrescentou:
“Então, se eu voltasse dia 15 de outubro, eu jogaria mais 10, 12 jogos. Acho que, para o clube, isso seria muito bom. Eles poderiam ter esperado um pouco mais. Mas não deu certo. Em uma lesão de joelho como essa, você precisa estar bem de cabeça também. Foi feito em comum acordo. Para mim, foi bom. Para o Inter, vamos ver daqui para frente se foi bom ou não”.

