Home Automobilismo Quem foi Mike Beuttler, o único piloto homossexual da Fórmula 1?

Quem foi Mike Beuttler, o único piloto homossexual da Fórmula 1?

Das 28 corridas disputadas, Beuttler esteve cinco vezes entre os dez primeiros e contabilizaria pontos na atual F-1; saiba mais

Bruno Bravo Duarte
Bruno Bravo Duarte é um jornalista que atua como editor, redator e repórter há mais de dez anos. Formado em Comunicação Social com habilitação em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá em 2004, teve passagens por EQI Investimentos, Naspistas.com, Jornal Povo, Jornal do Rock e Niterói TV. Atualmente no Torcedores.com

A Fórmula 1 dos anos de 1970 tinha um grande apelo masculino, seja nos carros, na postura de alguns pilotos – vide as histórias do campeão James Hunt, ou nas belas grid girls que utilizavam peças de roupas decotadas, com estampas da indústria tabagista. Neste contexto machista, apenas um piloto revelou a sua homossexualidade em 74 temporadas: O inglês Mike Beuttler.

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Nascido no Egito em 1940 e filho de um militar britânico, que servia no continente africano, Michael Simon Brindley Bream Beuttler retornou a Inglaterra após a Segunda Guerra Mundial. Em 1960 demonstrou interesse pelas corridas de automóveis e abandonou os seus estudos para se dedicar ao esporte.

O inglês obteve resultados expressivos na Fórmula 3 e somou duas vitórias em dois templos do automobilismo britânico: Silverstone e Brands Hatch, no ano de 1969.

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Mike Beuttler na Fórmula 1

O piloto chegou à Fórmula 1 em 1971, ao contar com o patrocínio de amigos que atuavam no mercado imobiliário. A equipe montada por Beuttler contava com um March alugado e os resultados não foram satisfatórios.

Ao todo foram quatro corridas e quatro abandonos. Uma destas foi o Grande Prêmio da Alemanha, em Nürburgring, onde inglês foi desclassificado por cortar caminho ao ter um pneu furado. Na realidade, Mike não queria percorrer os 22,8 km do “Inferno Verde”, que é considerado um dos circuitos mais extensos da história da Fórmula 1.

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A temporada de 1972 trouxe novos ares e um desempenho melhor, mas a instabilidade do carro e a falta de maturidade da equipe eram obstáculos. Apesar das adversidades, Beuttler concluiu duas corridas entre os dez primeiros: foi oitavo no Grande Prêmio da Alemanha e décimo no GP da Itália.

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Uma característica do inglês eram as suas disputas na pista. Mike costumava dificultar as ultrapassagens e fechava os seus adversários, o que não rendia punição naquela época. Este estilo pitoresco de pilotagem lhe rendeu o apelido de “blocker”, ou bloqueador.

Fim de carreira

Para prosseguir na F-1, o piloto manteve o aluguel de carros para 1973 e obteve o seu melhor resultado no GP da Espanha, que era realizado no circuito de Montjuich. Na ocasião, Beuttler chegou em sétimo, após ser ultrapassado pelo campeão mundial Denny Hulme, que corria na McLaren.

O inglês encerrou a sua carreira aos 34 anos em 1974, após a crise no mercado imobiliário britânico – o que financiava a sua equipe e trabalho na Fórmula 1. Das 28 corridas disputadas, Mike Beuttler esteve cinco vezes entre os dez primeiros.

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Sexualidade e morte

As festas nos finais de semana de grande prêmio alimentavam rumores acerca da sexualidade de Mike Beuttler. Em uma sociedade mais conservadora, o contato com membros da comunidade LGBTQIA+ era sinônimo de preconceito.

Para evitar certas críticas, o piloto tentava associar a sua imagem às mulheres e sempre era visto com modelos cobiçadas. Optou em assumir a sua orientação sexual no final de sua carreira na Fórmula 1..

Após a aposentadoria, o piloto trocou as pistas pelos negócios e escolheu a cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, como casa. O inglês faleceu em 1988, por complicações decorrentes da Aids. Mike Beuttler tinha 48 anos.

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