Home Mercado da Bola Ex-zagueiro critica parceria entre Fluminense e Unimed: “Foi muito ruim para o clube”

Ex-zagueiro critica parceria entre Fluminense e Unimed: “Foi muito ruim para o clube”

Flávio Tinoco iniciou a carreira de técnico em 2020; nesta temporada comandará o Tupi-MG no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão

Wilson Pimentel
Jornalista esportivo desde 1998. Cobriu os principais eventos esportivos da última década. Passou pelas redações do SBT, Record TV, CNT, Esporte Interativo, Rádio Tupi, Rádio Brasil e Rádio Manchete. É correspondente de veículos de comunicação da Colômbia, Croácia, Paraguai e Portugal. Está no Torcedores.com desde 2019.

A passagem da Unimed pelo Fluminense foi marcada por altos e baixos entre 1999 e 2014. Tudo começou em 1999, no limbo da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. O clube vinha de três rebaixamentos seguidos, em 1996, 1997 e 1998.

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A empresa médica bancou a contratação de astros do futebol. Celso Barros, presidente da empresa e tricolor fanático, contratou Romário, Edmundo, Roger Flores, Ramón Menezes, Petkovic, Fred, Deco, Darío Conca, Thiago Neves, entre outros.

No entanto, a parceria rendeu poucos títulos em 15 anos: o Campeonato Brasileiro (2010 e 2012), a Copa do Brasil (2007), o Campeonato Carioca (2002, 2005 e 2012) e a Série C do Campeonato Brasileiro (1999). E foi só.

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O investimento de Celso Barros barrou o surgimento de muitos jogadores. Poucos atletas tiveram a sorte de chegar ao elenco profissional para vestir a camisa tricolor. Em decorrência disso, alguns atletas foram negociados, outros emprestados e uns dispensados.

“O Fluminense teve um divisor de águas com a entrada da Unimed. Isso falando em investimento, poderio financeiro e em potencializar sua equipe profissional. Mas especificamente voltado para a base, a Unimed foi muito ruim para o Fluminense, porque não fazia investimento na base, algo que eu entendo ser fundamental para a vida de qualquer clube, principalmente a saúde financeira”, revelou o ex-zagueiro Flávio Tinoco em entrevista ao canal “OurSports”, no YouTube.

Ex-presidentes respaldaram medalhões bancados pela Unimed

O Fluminense revelou muitos jogadores nas gestões de David Fischel e Roberto Horcades: Flávio, César, Flávio Tinoco, Roger Flores, Carlos Alberto, Marcelo, Antônio Carlos entre outros. A empresa médica, com a anuência dos presidentes, insistia em contratar medalhões.

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“Se você não forma atletas, dificilmente você consegue ter uma saúde financeira boa para arcar com o futebol profissional. Nos tempos da Unimed, havia grupos diferentes. Um grupo de atletas recebia da Unimed e um outro grupo recebia do clube, então era uma gestão muito difícil e complexa. Eu que vivi tudo aquilo lá dentro posso dizer que nunca vi a Unimed com bons olhos para a vida futura do Fluminense. A gente via muito impedimento de atletas de grande potencial que não tinham chance nos profissionais”, disse ele, acrescentando:

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“Naquele período ali, eu fui o único naquela virada que chegou a jogar no profissional. A dificuldade de alguns atletas de chegarem no profissional para jogar e consolidar a sua formação era muito grande. Muito difícil mesmo. Para eu chegar ao profissional, três atletas tiveram que ter problemas de lesão. Se isso não acontecesse, eu não ia ter a oportunidade de chegar no profissional”, desabafou.

A maioria das contratações bancadas pela Unimed não vingou. Jogadores como o goleiro Diego, o meia Pedrinho e o atacante Cláudio Pitbull tiveram vida curta nas Laranjeiras. A presença deles barrou o surgimento de muitos outros atletas vindos de Xerém.

“Muitos atletas com potencial enorme não foram aproveitados por conta dessa parceria com a Unimed, que potencializava a marca, mas prejudicava a base. Se isso fosse feito de uma forma melhor, dividindo o investimento, a gente ia ter uma estrutura muito melhor do clube hoje. Agora, vejo o Fluminense em um bom caminho, de recuperação da parte financeira”, finalizou.

Better Collective