Home Futebol Gamarra, o zagueiro que apagou o passado no rival para brilhar com a camisa do Palmeiras

Gamarra, o zagueiro que apagou o passado no rival para brilhar com a camisa do Palmeiras

Imagine ter a oportunidade de voltar ao final dos anos 90, início de 2000, e perguntar a qualquer torcedor sobre ter em seu time o zagueiro Carlos Alberto Gamarra. Possivelmente, muitas das respostas demonstrariam desejo pelo acontecimento. Pois, no Brasil, quatro torcidas tiveram esse privilégio, sendo uma delas a do Palmeiras, que recebeu de braços abertos o paraguaio que fez história no rival Corinthians.

Felipe Pacheco
Jornalista graduado pela Universidade Federal de Viçosa. Tem no esporte uma "paixão não correspondida", já que a habilidade trai na hora de praticar. Se jogar não é o forte, por que não falar sobre?
Gamarra

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Carlos Alberto Gamarra Pavón foi um zagueiro que marcou suas passagens pela classe com que desempenhava a função. Possuía técnica apurada e atributos que transformavam seu jogo em uma aula para qualquer zagueiro. Tinha o dom de fazer poucas faltas, desarmando os adversários de forma limpe e leal. Ficou marcado por passar uma Copa do Mundo sem cometer uma falta sequer, em 1998 na França, tendo entrado em campo nos quatro jogos – e enfrentado jogadores como Stoichkov, Raul, Trezeguet e Kanu.

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A chegada ao Palmeiras ocorreu em 2005. Antes disso, o paraguaio vestiu as camisas de Internacional, Corinthians e Flamengo, no Brasil, Cerro Porteño (PAR) e Independiente (ARG), na América do Sul), e os europeus Benfica, Atlético de Madrid, AEK (GRE) e Internazionale de Milão. Após o fim de contrato com o clube italiano, assinou com o Alviverde, maior rival corintiano, onde viveu grande momento. Para conquistar a torcida logo de cara, o zagueiro afirmou que o uniforme verde caía melhor logo em sua apresentação.

Em seus últimos anos de carreira – chegou ao Palestra Itália aos 34 anos de idade -, Gamarra não conseguiu repetir o sucesso que teve em outros clubes em termos de título. Em compensação, foi um dos grandes nomes em meio a um elenco questionável que conseguiu terminar o Brasileirão no quarto lugar, garantindo vaga para a edição seguinte da Libertadores da América. Ele ainda foi eleito para a seleção do campeonato entre os zagueiros.

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O ano seguinte começou com boas expectativas. Logo no primeiro compromisso oficial, marcou um dos gols na estreia vitoriosa pelo Paulistão. A trajetória inicial no estadual empolgava e na pré-Libertadores o time avançou com tranquilidade. Só que os resultados finais não foram os esperados. Pelo torneio continental, o Palmeiras se classificou em segundo lugar e pegou o São Paulo nas oitavas de final, sendo eliminado precocemente pelo time que seria campeão. Já no estado, o clube acabou em terceiro lugar, sete pontos atrás do campeão Santos.

O zagueiro chegou a atuar ainda pelo Campeonato Brasileiro, mas após a Copa do Mundo, sua última com a seleção paraguaia, Gamarra não retornou ao Alviverde. Foi dessa maneira que ele encerrou seu ciclo pelo Porco, totalizando 57 jogos e quatro gols marcados. Passou ainda pelo futebol grego antes de encerrar a carreira no Olímpia, do Paraguai.

Mesmo sem ter dado um troféu ao torcedor palmeirense, Gamarra conseguiu em sua passagem uma proeza que é para poucos: convencer a massa alviverde de que poderia ser importante para o clube e conquistar a todos, independente de seu passado corintiano. E assim ele o fez, desarmando qualquer receio das arquibancadas com a mesma categoria com que fazia dentro do gramado.

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Foto: Reprodução/Facebook