Home Esportes Olímpicos 5 momentos que mostraram o que é o espírito olímpico

5 momentos que mostraram o que é o espírito olímpico

O espírito apareceu de várias formas nas Olimpíadas

Eduardo Statuti
Estudante de jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei. No Torcedores desde 2019.

A Olimpíada é um evento carregado de história, personagens e momentos marcantes. Além disso, a competição carrega algo místico que só se sente ou observa durante os jogos olímpicos. Sendo assim, o espírito olímpico é uma das coisas inexplicáveis que acontecem durante todas as Olimpíadas, e quando ele aparece, fica marcado para a história com seus momentos e protagonistas.

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Persistência de Diego Hypólito

Em 2008 o atleta brasileiro chegou as Olimpíadas da China como um dos grandes favoritos a ganhar medalhas. Com 22 anos de idade, Diego tinha a responsabilidade de ser o atual campeão mundial na categoria. Sendo assim, o ginasta se classificou para a final com a melhor nota na classificatória. Entretanto, na final, errou seu último movimento, caiu e encerrou a competição com uma amarga sexta colocação.

Em Londres, Diego Hypolito não chegou como favorito, mas ainda tinha bons resultados em Mundiais, como o bronze em Tóquio-2011. Porém, a frustração na Inglaterra foi ainda maior para o atleta, que caiu de frente ainda na fase classificatória e sequer avançou para as finais. Esse foi um golpe muito duro na carreira de Diego, e após os jogos, muitos acreditavam que ele não voltaria a competir em alto nível.

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Porém, o brasileiro não desistiu e tentou novamente no Rio em 2016. Entretanto, nessa oportunidade evitou criar expectativa e deixou claro que a principal meta era não cair novamente. Todavia, com uma ótima apresentação, permaneceu em pé e teve 15,533 de nota, que lhe rendeu a segunda colocação. A medalha de prata com certeza foi a concretização de sua volta por cima, e uma demonstração do quão grande foi e é sua carreira. “Foi minha terceira Olimpíada. Na primeira eu caí de bunda, na segunda caí de cara e nessa cai em pé”, disse o medalhista olímpico. E completou, pedindo à todos que “acreditem em seus sonhos”.

A família de Simone Biles

A ginasta mais querida dos Estados Unidos, chamou atenção no Rio em 2016 com suas ótimas performances. A jovem ganhou cinco medalhas na competição, feito que ninguém da modalidade havia alcançado. Entretanto, o que a atleta fez fora das provas também mostrou sua grandeza.

Nascida em 1997, Simone Biles foi adotada por seus avós biológicos em 2003. Durante as Olimpíadas de 2016 uma comentarista estadunidense disse que enquanto a ginasta chamava Nellie e Ron Biles de pai e mãe, eles definitivamente não eram seus pais. A jornalista recebeu muitas críticas pelo seu comentário na época, porém, Simone não pareceu ter se incomodado muito com o assunto. Quando um jornal a perguntou se ela tinha uma resposta para o que a comentarista havia dito, a ginasta simplesmente disse, “meus pais são meus pais, e é isso”. E com toda certeza, todas as famílias com filhos  adotivos se sentiram muito bem representadas pela fala da jovem que até então tinha 18 anos.

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A liderança de de Aly Raisman

Com duas medalhas de prata (individual geral e solo) a estadunidense foi a capitã do time que conquistou a medalha de ouro na competição por equipes. Durante as competições se observava que Raisman incentivava e inspirava suas companheiras a todo momento. Sendo assim, sua habilidade e sua liderança foram muito exaltadas durante os Jogos. Desta forma também pensavam suas parceiras na equipe de ginástica dos Estados Unidos.

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Duas jovens atletas escreveram um bilhete para sua capitã, a quem chamavam carinhosamente de “Mama Aly”. Laurie Hernadez e Madison Kocian, deixaram o escrito na cama de Raisman para que ela pudesse lê-lo assim que voltasse para a Vila Olímpica. “Aly, não poderíamos estar mais felizes por você! Todo seu trabalho duro está valendo a pena, e agora você é uma super medalhista de prata olímpica!! Nós olhamos para você desde o início de nossas carreiras e você nos inspirou de muitas maneiras! Estamos muito agradecidas por ter você ao nosso lado, torcendo por nós, e nos ajudando com esta viagem Olímpica! Nós te amamos, Mama Aly. Com amor, Maddie e Laurie”, dizia o bilhete.

 

O espírito olímpico no companheirismo de Abbey D’Agostino e Nikki Hamblin

Uma colisão entre corredoras marcou a corrida de classificação dos 5000m feminino em 2016. A estadunidense Abbey D’Agostino e a neozelandesa Nikki Hamblin se trombaram no meio da competição. O acontecimento poderia ter estragado o clima da prova, porém, ficou para as história das Olimpíadas pelo que aconteceu depois. A atleta dos Estados Unidos se levantou e continuou na prova, mas antes de seguir na corrida, ajudou sua adversária a se levantar. “Levante-se. Temos que acabar com isto”, disse a corredora para Hambllin. Sendo assim, as duas voltaram para a prova.

Ambas encerraram a corrida, e mesmo longe da classificação, os dirigentes olímpicos resolveram dar-lhes um lugar no evento final. “Quando alguém me perguntar o que aconteceu no Rio, daqui 20 anos, essa é minha história… Essa menina balançando meu ombro, [dizendo] ‘vamos lá, levante-se” disse Hamblin após a prova.

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Jesse Owens calando o autoritarismo

Durante a década de 1930, Adolph Hitler tentava provar sua teoria da raça ariana, e os Jogos Olímpicos seriam uma das melhor oportunidades para isso. Contudo, nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, Jesse Owens, atleta estadunidense negro, silenciou a teoria ariana. O corredor venceu os 100 m e 200 m rasos, revezamento de 4×100 m e salto em distância, desbancando os atletas alemães.

Quando Owens venceu a prova dos 200m, olhou para a tribuna do COI e não avistou Hitler, que estava ausente no dia. Na prova, o alemão Lutz Long chegou na segunda colocação e foi aclamado junto ao estadunidense por várias nações presentes no estádio. Naquelas Olimpíadas, os Estados Unidos ganharam dez provas no atletismo, sendo seis medalhas conquistadas por atletas negros. Desta maneira, as teorias de superioridade branca e ariana caiam por terra.

 

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Entretanto, o maior feito de Owens não foi contrapor Hitler, mas sim abater a noção racista dos estadunidenses no século XX. Tempos depois, o atleta afirmou que o fato de o presidente de seu país, Franklin Delano Roosevelt, não ter lhe dado nenhum tipo de felicitação por sua conquista foi o que mais o magoou. “Não foi Hitler que me ignorou, quem o fez foi Franklin Delano Roosevelt. O presidente nem sequer me mandou um telegrama”, disse o medalhista olímpico tempos depois.

 

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