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Atleta de MMA com deficiência vende jujuba no sinal para competir no jiu-jítsu

Quanto vale a pena persistir por um sonho? Para o lutador de MMA,  jiu-jítsu e mestre de muay thai, Marney Maxx, não existe limitação para lutar, seja dentro ou fora do tatame. O atleta, que nasceu com má formação do braço esquerdo, diariamente vai até o  cruzamento da Rua Barão de Aratanha com a Avenida Treze de Maio, em Fortaleza (CE) para vender jujubas. Assim, seja embaixo de chuva, ou sol escaldante, ele veste o kimono e pede a contribuição para poder competir.

Jéssica De Paula Alves
Jornalista amapaense migrada em Belo Horizonte (MG). Nascida em março de 1990, é gremista e adora esportes desde a infância. Faixa branca em jiu-jitsu, também é fã de rock e ama unir suas paixões.

Marney Maxx nasceu com má formação do braço esquerdo e luta MMA e jiu-jítsu, além de ser mestre em muay thai. Persistência do atleta chama a atenção de moradores de Fortaleza

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Mas além do kimono, ele coloca algumas medalhas no pescoço e exibe um pedido no cartaz, vendendo jujubas pelo preço de 1 real. “Compre uma jujuba e ajude o atleta a participar de campeonato de jiu-jítsu”, diz a placa. O atleta contou sua trajetória para o site Combate.

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Disposto a disputar torneios de jiu-jítsu e eventos de MMA pelo Brasil, Marney vende o doce para cobrir os gastos com passagem. Pois segundo ele, poucas organizações no país pagam os custos de transporte para os atletas.

– Eu quero pegar ritmo de luta, então decidi vender jujuba para participar dos campeonatos pelo Brasil. Muita gente ainda pergunta: “Você é lutador mesmo? Como você luta?”. Eu respondo: “Coloque Marney Maxx no Facebook ou no Instagram, que o senhor vai ver. É difícil conseguir patrocínio, pagar inscrição”, contou Marney para o site.

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Mas a má formação no braço não impediu Marney Maxx de seguir na vida de lutador. E não só luta jiu-jítsu, como é mestre de muay thai e lutador profissional de MMA. Contudo, o esporte que não tem versão adaptada e por isso convive com o preconceito, muitas vezes vindo dos adversários.

Preconceito

Na última atuação, no Favela Kombat 32, realizado em agosto de 2019, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, foi ironizado por seu oponente, Charles Cowboy. Mas Marney o nocauteou no round inicial.

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“O Cowboy falou que ia me nocautear devido à minha deficiência. Eu não quis nem simpatia com ele. Ele me subestimou, me insultou. Ele foi totalmente anti-ético. Eu entrei para definir, para nocautear. A cada golpe que entra, me motiva a mostrar que sou capaz. Vem aquela imagem do meu sofrimento de cada dia. Foi uma das melhores lutas da minha vida. Quando tem uma luta marcada, falam: “Vou nocautear aquele aleijado no primeiro round”. “Não vou lutar com ele porque não vale nada. Se eu ganhar, vou ganhar de um deficiente, se perder, vou perder de um deficiente”. Todos criticam.

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Projeto social

Portanto, o atleta conseguiu ótimos resultados. Carrega os títulos de bicampeão mundial e tricampeão brasileiro no Muay Thai, campeão mundial e brasileiro de jiu-jitsu. Além de campeão estadual de Artes Marciais Mistas – Artes Marciais Mistas (MMA). Se prepara para o Campeonato Internacional da Primavera de Curitiba Open IBJJF Jiu-Jitsu No-Gi onde atuam homens e mulheres da categoria juvenil até o master 6.

Para completar, Marney montou uma escolinha de artes macias em 2014. Foi após pedidos de alunos da própria academia que conheciam outros jovens sem condições de manter ou pagar mensalidades.

Contudo, sem o apoio de patrocinadores, o projeto sobrevive de ajudas esporádicas de alguns alunos para inscrições em competições municipais e do “corte ceco filmes” para competições intermunicipais, internacionais e compras de equipamentos de treino.

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