Depois de estrear no Torcedores.com trazendo a notícia de que os bandeirões com mastro voltarão aos estádios de São Paulo, o blog entrevistou Celso Jatene, vereador da capital paulista e secretário de esportes de 2013 a 2016, para falar sobre política, torcida e a situação do Santos, com eleição marcada para o fim do ano.
Diferentemente do que circula em grupos por aí, Jatene não é pré-candidato à presidência do clube. “Quero deixar claro. Eu não sou pré-candidato à presidência do Santos. Se meu nome aparecer em alguma enquete, nota, fica claro que eu não sou pré-candidato à presidência do Santos. Por quê? Porque eu sempre fiz parte de um grupo de santistas que quer, acima de tudo, o bem do clube. Não dá para a gente partir de candidaturas, nomes e depois chegar no clube. A gente tem que achar todos os segmentos, buscar todas as opiniões, todas as tendências possíveis do clube e tentar unir o máximo possível para conseguir o bem do Santos”, disse, em entrevista exclusiva à coluna.
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“Já vivi vários momentos da vida do Santos. Acho que o clube está em um momento muito delicado, se fragmentando internamente. Hoje, a gente tem, em fevereiro — a eleição é em dezembro –, seis pré-candidaturas colocadas”, acrescentou.
Conselheiro do Santos desde 1986, Celso Jatene também foi presidente da Torcida Jovem no final da década de 70. Ele é um dos responsáveis, por exemplo, pela criação da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg).
Perguntado pelo blog sobre o retorno dos bandeirões com mastro aos estádios de São Paulo, noticiado em primeira mão na semana passada, Jatene pediu responsabilidade das partes envolvidas.
“Naquela época (de torcida), a gente criou essa situação de divisão de estádio, a festa maior na arquibancada, aqueles equipamentos todos, bandeirões. Só que isso é uma relação de responsabilidade total. A partir do momento que a gente (eu digo a gente porque me sinto parte disso e foi a minha vida) conseguir reconquistar, tem que ter responsabilidade de todos os lados, para que nunca mais a gente perca essa possibilidade de poder incentivar o clube com a maior força possível. Força no sentido de festa, de alegria, de bandeiras”, afirmou.
Jatene ainda avaliou a situação do Santos. Para o vereador, José Carlos Peres, presidente atual, está isolado no comando. “Trabalhamos bastante nisso na última eleição, para tentar levar um nome bom para a presidência do Santos, que pudesse levar um grupo de santistas para ajudar a fazer a gestão do Santos. E aí, o que aconteceu? Furou esse acordo, e o presidente que está lá hoje está isolado, totalmente isolado.”
Vida como vereador de São Paulo
Prestes a completar seu quinto mandato como vereador da cidade de São Paulo, Celso Jatene disse que irá deixar a vida política ao fim de 2020. Ele quer mais tempo para ficar com a família.
“Quinto mandato, sensação de missão cumprida. São cinco eleições, cinco mandatos. Ao final desse ano, são 20 anos de trabalho como vereador em São Paulo. Vou me voltar mais para a minha vida pessoal, minha família e não vou disputar a próxima eleição. Acho que, na politica, tem que ter o desapego também. Quer dizer, depois de 20 anos, o que você conseguiu fazer, parabéns para você. O que você não conseguiu fazer, não vai conseguir em mais 20. Então vou parar de disputar a eleição.”
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