Home Extracampo Colunistas do Torcedores opinam: O quanto a pressão sobre treinadores no começo de temporada pode ser prejudicial para os clubes?

Colunistas do Torcedores opinam: O quanto a pressão sobre treinadores no começo de temporada pode ser prejudicial para os clubes?

5 equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro já demitiram seus treinadores neste início de ano

Matheus Expedito
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. 24 anos.

O ano acabou de começar no futebol brasileiro e muitos clubes já tiveram que redefinir o planejamento para toda a temporada. Times como Corinthians, Fluminense e Atlético-MG se despediram de competições importantes nesse mês e colocaram uma grande pressão em cima dos seus treinadores e elencos. No caso do Galo, o técnico Rafael Dudamel não aguentou duas eliminações e foi demitido nesta quarta-feira (26).

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Pensando nisso, os colunistas do Torcedores opinaram sobre o assunto e argumentaram se essa pressão neste início de temporada pode ser prejudicial aos clubes. Lembrando que só nesses primeiros dois meses foram cinco demissões em equipes da primeira divisão: Guto Ferreira (Sport), Cristóvão Borges (Atlético-GO), Alberto Valentim (Botafogo), Argel Fucks (Ceará) e Dudamel (Atlético-MG).

“O começo de temporada não pode sempre servir de parâmetro para o restante do ano. Imagina se o Corinthians tivesse demitido o Tite após eliminação para o Tolima? Imagina se Sampaoli tivesse caído após ser goleado por um time de menor investimento no Estadual? A pressão deveria ser nas diretorias, que, muitas vezes, escolhem de forma errada seus treinadores, sem pensar na forma que querem que o time jogue etc”.

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“Então, acho bem prejudicial, mas a pressão e avaliação devem ser feitas com critério. Por exemplo: Acho que Tiago Nunes fará bom trabalho no Corinthians, consigo visualizar isso. Então, acho necessário paciência e tempo. Ao contrário do Abel ano passado no Flamengo, que era notório que não melhoraria o time, pelo contrário. Nesse caso, até demorou a troca. De maneira geral, é prejudicial essa pressão, mas existem exceções”.

André Schmidt (Garone)

“Acredito que a pressão seja o ano todo. Vejo muitos afirmando que os estaduais só servem pra demitir técnicos, mas a verdade é que Copa do Brasil, pré-Libertadores e Sul-Americana também demitem – vide Dudamel no Atlético Mineiro. Se o Campeonato Brasileiro começasse em janeiro teria o mesmo efeito”.

“No futebol nacional até jogo-treino causa saída de treinador, porque a questão não é o período ou a competição, mas sim a falta de convicção dos dirigentes nas próprias escolhas. A cada fracasso enxergam a necessidade de uma resposta rápida ao seu torcedor. Nesse cenário, nada mais imediato que uma demissão. O famoso ‘jogar aos leões'”.

“É o ciclo burro do futebol brasileiro, infelizmente”.

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Arnaldo Ribeiro

“É assim desde que o calendário brasileiro se acomodou desta forma. A pressão em cima dos técnicos nesse período da temporada, sobretudo naqueles que não estão classificados na fase de grupos da Libertadores. Esses terão tarefas difíceis pela pré-Libertadores, Sul-Americana e Copa do Brasil e os resultados nessas decisões precoces vão determinar a continuidade ou não desses treinadores”.

“Acredito que o clube que contratou um novo treinador sem estar na fase de grupos da Libertadores já sabia dos riscos de não ter resultados imediatos e várias vítimas já foram ficando pelo caminho. Não vejo outro caminho para esse calendário. Se o clube tiver convicção, ok. Mas vários vão ficar pelo caminho. O calendário se estabeleceu dessa maneira e assim será”.

Gabriela Brino

“Está cada vez mais comum cobrar um treinador recém-contratado para resultados imediatos com pouco tempo de trabalho. No Santos, especificamente, as pessoas se surpreenderam com Jorge Sampaoli, que foi um ponto fora da curva, e exigiu de Jesualdo Ferreira os mesmos resultados. Porém, como já ressaltei, Sampaoli foi um ponto fora da curva. O português não tem nem dez jogos pelo Santos e já está sendo pressionado pela torcida por uma demissão. É um absurdo”.

“Acho totalmente descabido. Uma coisa é fazer protestos, outra coisa é fazer campanha para um treinador contratado em janeiro ser demitido no final de fevereiro. O Galo cedeu à pressão e agora terá que correr contra o tempo para encontrar um novo treinador, que chegará com outra metodologia, em meio a um início de temporada sem pré-temporada… É um risco desnecessário, a meu ver”.

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Maurício Capela

“Pode ser prejudicial aos clubes, porque corre-se o risco de se interromper os trabalhos de reestruturação da equipe. Sempre que me perguntam sobre, lembro de Tite, Corinthians e Tolima. Se a diretoria do clube tivesse tomado outra decisão, talvez Tite nem estivesse na Seleção Brasileira. Tempo, com trabalho sendo realizado, de fato, é o principal reforço de qualquer equipe de futebol no Brasil e no mundo.

Vitor Guedes

“Eu estou na contramão de quem defende que o treinador tenha 200 anos para trabalhar. O Dudamel mal foi contratado, então tinha que manter para dizer que não errou? Já que errou tem que ser escravo do erro? Eu acredito que treinador bom deve ser mantido, quanto mais tempo melhor. E quando é ruim ou estava fazendo um trabalho ruim, quanto mais cedo for demitido melhor. E antes agora do que no meio do Brasileiro. Não vejo problema nenhum”.

“Treinadores que não querem ter pressão em time grande podem treinar um time de segunda divisão e sem torcida. Eu acho muita frescura, em qualquer área de trabalho quem não apresenta resultado é demitido. Vê o caso do Corinthians, em que o treinador teve dois meses no ano passado para assumir o time e não assumiu porque não quis, e a diretoria, de forma patética, aceitou. Foram dois meses jogados no lixo”.

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