Quatro anos depois de deixar o Grêmio, em uma passagem cercada de declarações polêmicas, o volante Edinho rompeu o longo silêncio em uma sincera entrevista neste domingo à Rádio Gre-Nal. Em tom de desabafo, pediu perdão aos colorados por ter dito que 5×0 no Gre-Nal na Arena de 2015 era o seu “maior título”, deixou claro que o grande momento da vida foi o Mundial de 2006 e se emocionou ao falar de Fernandão.
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A história do eterno capitão colorado com Edinho se iniciou antes mesmo do Inter. Ainda adolescente, o volante foi à Europa com a promessa de fazer testes, mas, enganado, passou sufoco sem ter o que comer ou onde ficar até pedir ajuda a Fernandão, que estava, à época, no Marseille, da França. Sem conhecê-lo, o ex-centroavante conseguiu a ele um teste em outro clube e ajudou financeiramente o futuro colega a voltar ao Brasil.
Em 2004, quando o capitão do Mundial chegou ao Beira-Rio, Edinho já estava no clube.
“O Fernandão foi um ser iluminado que Deus botou na minha vida. Sempre me emociono ao falar dele, porque era um cara diferente dentro e fora de campo. Ele tinha uma liderança que contagiava o elenco. O Fernando foi muito feliz naquele discurso antes de jogarmos contra o Barcelona. Ele dizia que nós tínhamos os nossos ídolos e quando chegava nesses momentos os nossos ídolos correspondiam. E ali era a nossa vez de representar o sonho de tanta gente. Eu cheguei em campo muito motivado. Juro pra você, se tivesse um leão me esperando em campo e eu com uma colher, eu ia pra dentro do leão”, disse.
Maior momento da carreira é o Mundial de 2006, diz Edinho
O volante diz ter sido vítima de “covardia” de uma manchete do jornal Zero Hora, em 2015, após o Gre-Nal, que chamava a reportagem da seguinte maneira: “O 5×0 é o meu maior título”. Neste domingo, Edinho voltou atrás, disse ter sido mal interpretado, explicou que passava dificuldades com Felipão o afastando no tricolor e que sem a menor dúvida a vitória sobre o Barcelona com o Inter é o seu grande momento na carreira.
“O melhor momento da minha vida foi o Mundial. Fantástico aquilo ali. Eu acabei entrando nas polêmicas jogando no Grêmio. Fui mal interpretado. Eu tive depressão, fiquei afastado. Comecei a beber, fiquei trancado em casa. Momento difícil que eu tive em casa, em Porto Alegre. Muitas pessoas me ajudaram e salvaram a minha vida. Ninguém me queria. Não fiz nada pra ninguém naquele momento. E passei por aquilo de ficar afastado, não treinar, sem saber de nada. E aquela declaração da vitória de 5×0 foi por isso. Ali, eu voltei pro mercado do futebol”, falou, para depois concluir:

“A chamada da matéria (feita pelo jornal Zero Hora) foi uma covardia grande. Fiquei chateado e magoado, porque quem me conhece sabe que eu gosto muito do Inter. Mas também sou grato pelo Grêmio. Se eu pudesse voltar atrás, eu não falaria as coisas daquele jeito. Eu mudei, entreguei minha vida pro Jesus. Fazia coisas erradas, mas agora estou em outro plano, com outro pensamento, focando nos meus filhos. Eu voltaria atrás em tudo que eu falei, mas não falei com maldade nenhuma. Sei que os colorados ficaram bravos, vão lá no meu Instagram, xingam, mas eu não tenho mágoa de ninguém”, destacou.
Em 2019, Edinho foi rebaixado à Série C jogando pelo Vila Nova. Ele deixou o clube e, aos 37 anos, buscava uma nova equipe para seguir a carreira antes da parada geral do coronavírus. Após o Grêmio, ainda passou por Coritiba, CSA e Ceará.
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