Da diversão no videogame aos conselhos para vida. Das palhaçadas nos momentos de folga ao ensinamento de que nada é para sempre e, que, assim como dentro de campo, é preciso lutar em busca dos sonhos. O Fernandão dos gramados, que aconselhava os jogadores mais jovens, era o mesmo de dentro de casa. E está permanentemente nas melhores lembranças de sua filha Thayná Rodrigues, de 21 anos, mais velha que os gêmeos Eloá e Enzo – este jogador do sub-17 do Inter.
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A estudante de jornalismo e YouTuber tratou o pai como “uma das pessoas mais sensacionais” que existia e admitiu, em entrevista ao Torcedores.com, que virou colorada, com um carinho “indescritível” pelo Inter por toda a história que o pai construiu no clube entre 2004 e 2008.
“Com certeza. Desde quando meu pai jogou no Inter nunca mais mudei de time. Meu pai fez uma história no Inter muito bonita e talvez por causa disso todo o carinho que comecei a ter pelo clube é indescritível”, disse a jovem, antes de relembrar a convivência e os ensinamentos do pai:
“Meu pai era muito brincalhão, nos dias bons, claro. Se algo desse errado no trabalho, o time perdesse, ele machucasse, etc, era melhor nem chegar perto. Mas na maioria dos dias, era uma das pessoas mais sensacionais que existia. Fazia palhaçada, competia no videogame. Mas também era rígido quando precisava. Sempre ensinou a gente a ir atrás do que desejávamos. Ele mesmo falava “essa vida aqui não é para sempre”. Acho que como uma forma de mostrar para a gente que ele não ficaria aqui muito tempo e teríamos que ir atrás dos nossos sonhos por conta própria”, explicou.
Thayná vê traços do pai em D’Alessandro dentro de campo
Após encerrar a carreira de atleta, Fernandão topou o desafio de se tornar diretor de futebol do Inter entre 2011 e 2012, quando D’Alessandro já era o principal jogador do time. No meio de 2012, com a demissão de Dorival Jr, o ex-centroavante virou o treinador da equipe, mas, sem grandes resultados, foi demitido há duas rodadas do fim do Brasileirão.
Eles não chegaram a jogar juntos por questão de semanas. Em junho de 2008, o Inter anunciou a venda de Fernandão ao Al-Gharafa, do Qatar. No mês seguinte, D’Alessandro desembarcava em Porto Alegre.
“O D’Alessandro é um grande líder dentro de campo. Ele faz total diferença no campo. Meu pai era assim também, mas de alguma forma, meu pai conseguia mesmo estando no banco de reserva fazer a diferença”, frisou Thayná.
Fernandão voltaria ao Inter?
Pouco tempos depois de sua trágica morte em acidente de helicóptero em Goiás, em junho de 2014, quando se preparava para comentar a Copa do Mundo no Brasil pelo SporTV, o capitão do Mundial de 2006 foi eternizado com uma estátua no pátio do Beira-Rio.
De lá, erguendo a taça obtida sobre o Barcelona, ele jamais vai sair.
Mas, após brilhar como jogador, se tornar o grande ídolo da torcida e não obter o mesmo sucesso como diretor e depois treinador, ainda voltaria ao Inter caso a trajetória não fosse interrompida?
“Muito difícil afirmar isso. Meu pai sempre foi uma pessoa que ele fazia o que queria, então se chegasse em um determinado momento e surgisse a oportunidade, se fosse o que ele queria, iria sim. Independente do que falariam. Mas isso é meio utópico, né?”, admite Thayná.
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