Chegava ao Grêmio para abrir a temporada de 2012 um nome que era praticamente unanimidade entre a torcida. Bravura, entrega em campo, personalidade forte e gols: Kleber Gladiador era o “cara” do tricolor naquele ano, mas a passagem frustrou os tricolores e até ele mesmo.
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Muito por causa das lesões. Logo em março daquele ano, o jogador fraturou a fíbula em um jogo contra o Cruzeiro-RS no Gauchão, fez cirurgia e depois nunca mais conseguiu ser o mesmo.
“Eu lembro que a torcida criou muita expectativa na contratação. Eu também estava muito empolgado naquele momento, com a construção de um novo estádio. Era um momento muito importante para o Grêmio. Foi um dia especial a minha chegada”, disse o atual jogador do Austin Bold, dos Estados Unidos, antes de acrescentar:
“Uma coisa em cima da outra. Os primeiros jogos foram bons. O Gauchão e o início da Copa do Brasil eu estava tendo bom rendimento. Naquela lesão, realmente me atrapalhei muito. Quase três meses parado. Quis acelerar a volta pra jogar as finais da Copa do Brasil. Atropelamos algumas coisas pra voltar logo e não voltei como vinha jogando. Eu ainda sentia dificuldades físicas e técnicas. No final do Brasileirão ainda fiz outra cirurgia, que atrapalhou mais ainda. Foram muitas lesões. Então eu voltava, regredia a lesão e não conseguia jogar”, comentou ao Bola Nas Costas, da Atlântida.
O Grêmio não venceu títulos no período entre 2012 e 2014, datas da passagem de Gladiador. Ele considera uma “pena” não ter dado certo o casamento.
“Foi uma pena. O meu estilo de jogo casava muito com o estilo do Grêmio. A torcida, a imprensa e eu também, todos nós criamos uma expectativa grande com o clube. Mas as lesões atrapalharam demais”.
Gladiador faz críticas a Felipão e elogia Renato
Antes de ir para o Grêmio, Kleber Gladiador construiu uma história de altos e baixos no Palmeiras e, no final, se estressou com a postura do técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, em não proteger o elenco.
“O meu problema com o Felipão foi no Palmeiras. Sempre fui um cara de me posicionar. Isso incomoda muita gente. Tive problemas na minha carreira porque eu não falava o que queriam ouvir. Eu discordo quando um treinador perde um jogo e vai na imprensa dizer que pediu ciclano, mas recebeu o fulano. Isso acontecia no Palmeiras. A torcida do Palmeiras gritava pelo Felipão e pelo Marcos, só, e vaiava e xingava o time inteiro. Esse era o meu maior problema com o Felipão. E nós tivemos um jogador agredido por torcedores, e acho que muito por causa disso. Tive uma discussão feia com o Felipão no vestiário por causa disso”, explicou.
Ainda jogador do tricolor, Kleber viu Felipão chegar ao clube algumas semanas depois do 7×1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa. E, com a chegada do novo treinador, sua passagem se “encerrava” no segundo semestre de 2014. Ele lamenta até hoje a direção da época não ter tido pulso firme em chamar ambos para conversar.
“Saí do Palmeiras e fui pro Grêmio. Quando o Felipão chegou no Grêmio, me afastou imediatamente por causa desse problema do tempo no Palmeiras. Acho um erro de diretoria, porque o Grêmio está acima de qualquer pessoa. Pode ser o ídolo que for, mas o clube está acima. Vem o Felipão e afasta um jogador que, teoricamente, tem salário alto, é ativo do clube. Aí o Grêmio desvaloriza o jogador, parou de me pagar, me puniu com o afastamento e não tive escolha a não ser entrar na Justiça. Tudo por causa de vaidade de um treinador por conta do que aconteceu em outro time. Faltou um dirigente chegar e dizer pros dois que ambos eram funcionários do clube. Que não precisavam ser amigos, mas que tinham que trabalhar e fazer o melhor pro Grêmio”.
O atacante também trabalhou em 2013 no Grêmio com Renato Portaluppi, a quem rasga elogios:
“Nunca vi o Renato dar um tipo de declaração assim. Ele pode até não estar gostando do jogador tecnicamente. Mas não se vê ele na imprensa dizendo que “pedi o Sheik e me deram o Diego Souza, aí vocês querem que eu faça o quê?”. Então eu sou contra isso, entende? O Renato foi assim sempre. Em 2013 trabalhei com ele no Grêmio e a gente sabia que às vezes ele não estava contente com alguns jogadores, mas sempre respeitou. Ele sabe trazer o jogador pro lado dele. E fomos vice-campeões brasileiros. A gente corria pelo Renato. Era parceiro e ajudava a gente. Ia liberar uma folga, uma saída, ia proteger a gente contra a imprensa”, concluiu.
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