Presidente do Atlético-MG justifica investimentos em tempos de crise
Sette Câmara esclarece que reforços chegam mediante ‘ajuda’ de parceiros e garante que não ter nenhuma relação com atraso nos salários
Assim como em todos os clubes do Brasil, a crise na saúde também afetou diretamente as finanças do Atlético. Sem receitas, o clube se viu obrigado a cortar salários e até demitir funcionários para estancar a sangria. Dono de uma das maiores dívidas, superando a casa dos R$ 700 milhões, o Galo segue ativo no mercado e pode nas próximas horas fechar a terceira contratação deste a paralisação do futebol.
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Para viabilizar a chegada de reforços, o Atlético conta com a participação essencial de investidores. Presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara diz que este é um dinheiro separado via parceiros e que cabe a ele encontrar soluções para manter os salários em dia.
– Nossos parceiros não estão dispostos a colocar dinheiro para ficar pagando dívida. Se for para pagar dívida, ele não vai pôr. Esse dinheiro é feito para aplicar em jogadores que possam performar tecnicamente ajudando a conquistar títulos e, depois, trazer lucro para o clube. Não podemos parar de fazer isso, sob pena de ficarmos em situação complicada, não só em relação à participação dos campeonatos como também na questão de poder fazer dinheiro. Isso precisa ficar bem claro – afirma Sette Câmara, em entrevista à Rádio Itatiaia.
– Tenho que me virar para fazer o pagamento da folha, dos funcionários, dos atletas, das imagens, e tenho também que reforçar o clube. Este dinheiro de reforço, que vem através dos nossos parceiros, é um dinheiro que não é doado. Ele vem como mútuo, com juros lá embaixo, praticamente zero, quando não é zero. Quando a gente faz a venda do jogador, eu vou lá e pago de volta. Muitas vezes, eles reinvestem no clube. Temos que dividir bem isso aí para não achar que ‘ah não está pagando salário, mas está contratando’. Não há uma relação de uma coisa com a outra, não estou deixando de pagar os atletas para contratar – completou o mandatário.
Retorno futuro
No plantel atual do Galo, Guga é uma das grandes esperanças do clube para recuperar os investimentos. Constantemente, o jogador é sondado por equipes do exterior.
– Vamos imaginar o Guga, que nos custou R$ 7,5 milhões. Se amanhã, vier uma proposta de cinco ou seis milhões de euros, quanto é que o Atlético ganhou nessa história? Se não fizermos isso, não vamos conseguir ter a segunda perna – uma é de televisão, que boa parte já foi adiantada – e a outra parte é transferência de jogadores. Você não pode deixar a bicicleta cair.
Compreensão do elenco
Sette Câmara não crê que haverá um clima ruim entre os jogadores por conta dos investimentos. Sette Câmara diz que sua atenção está nas duas frentes: honrar compromissos internos e atender aos pedidos de Jorge Sampaoli.
– Primeiro lugar, jogador quer ganhar. Se ele sabe que o elenco está ficando fortalecido, ele gosta disso também. Segundo lugar, o Atlético não vai dar cano em ninguém. Quando o jogador não recebe, ele entra na Justiça do Trabalho e recebe o que é de direito dele. É uma coisa normal. Eu tenho que, ao mesmo tempo, estar efetuando o pagamento das imagens, CLT, também tenho que olhar o lado do reforço que foram pedidos e combinados com o treinador. Se não tudo conforme era planejado, porque mudou por conta do coronavírus, mas uma boa parte vamos tentar atender.
Na última semana, o Atlético acertou as chegadas de Léo Sena e Alan Franco, ambos para o meio campo. Agora, o alvo passou a ser Marrony, atacante do Vasco. Os valores da transferência giram na casa dos 20 milhões de reais.

