Após o presidente Andrés Sanchez ter afirmado que não demitiria Tiago Nunes, uma derrota para o arqui-rival Palmeiras, foi o suficiente para que a diretoria mudasse de ideia. O treinador foi demitido nesta sexta(11), e não comandará mais o Timão.
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Aproveitando este momento, o Torcedores.com tenta desvendar quais foram os erros de Tiago Nunes no comando do Corinthians.
Não assumiu o Corinthians assim que chegou
Assim que Fábio Carille foi demitido no final de 2019, o Corinthians logo tratou de anunciar Tiago Nunes como seu novo técnico. Mas faltando algumas rodadas para terminar o Brasileirão, o ex-treinador do Athletico não assumiu a equipe de cara, iniciando seu trabalho apenas no começo de 2020. Mesmo com o time mal na tabela, era a chance de Tiago Nunes ter o primeiro contato com o elenco, e aos poucos implantar seu estilo de jogo. Mas não! Ele preferiu assumir no início da temporada, onde teve pouco tempo de treinamento e já encarou uma Pré-Libertadores de cara. Resultado? Eliminação precoce e campanha ruim no começo de Paulistão. E o pior de tudo: Tiago Nunes já declarou que teve pouco tempo pra implantar suas ideias. Sem comentários!
A forma como dispensou Ralf e Jadson do Corinthians
Em seu primeiro dia de trabalho, Tiago Nunes anunciou que não contaria com os experientes Ralf e Jadson para 2020. Até aí tudo bem. Segundo o comandante, ambos não se adequavam ao seu estilo de jogo. Mas a forma como se deu esta saída, até hoje é questionável.
– Se Tiago Nunes estava desde novembro no Corinthians, por que os jogadores não souberam antes que não seguiriam no elenco?
– Jadson e Ralf não eram úteis naquele momento. Mas jogadores como Camacho e Richard fizeram papel melhor do que os veteranos fariam?
– Foi Tiago Nunes mesmo que dispensou os dois? Ou foi a diretoria que queria se livrar de altos salários, botou na conta do novo treinador?
Mudou jogadores, mas não mudou o esquema tático
Depois da volta do futebol pós-paralisação devido à pandemia do coronavírus, o técnico alvinegro montou um time diferente, mais fechado e com resultados positivos. De virtual eliminado, o Timão foi finalista do Paulistão, mas perdeu nos pênaltis para o Palmeiras. Desde então, Tiago Nunes não repetiu mais a escalação. O treinador variou em quase todas as posições, e não achou seu time ideal. Porém, em nenhum momento abriu mão do seu 4-2-3-1. Com as peças que tem, Tiago poderia colocar três volantes e fortalecer a zaga, voltar para o tradicional 4-4-2, testar Jô e Boselli juntos no ataque… Diversas variações! Mas em oito jogos de Brasileirão, a equipe não mudava de postura, mesmo com os resultados negativos.
Insistência em jogadores específicos
Mudou, mudou, mudou, e não mudou nada! Dar chances para jogadores reservas, realmente não é o problema. Mas alguns jogadores com diversas chances, continuam com seu lugar cativo no time, e participando mais ativamente dessa variação que Tiago Nunes implantava. Os principais deles são: Danilo Avelar (na zaga), Gabriel e Ramiro. Além dos veteranos Cássio e Gil que falharam diversas vezes nos últimos jogos. Então, para alguns, cabe a variação de peças. Jogou mal, tem que sair. Mas para outros, não valia?
Faltou assumir sua parcela de culpa
O principal erro, que talvez tenha sido fator primordial para a demissão de Tiago Nunes, foi certa soberba em sua fala. E tal atitude se dava principalmente nas entrevistas coletivas. “Jogamos bem!”, “Estamos no caminho certo!”. Essas e outras frases ‘revoltavam’ a torcida do Corinthians. Mas o estopim, veio após a derrota para o Palmeiras por 2×0 nesta quinta(10). Tiago Nunes apontou diversos erros individuais, mas não assumiu sua parcela de culpa. Seja por escalação, seja por falta de comando. Como ‘chefe’ que é, o trabalho do comandante deveria ser preservar seus comandados, e não os expor em público, chegando até pedir reforços em suas entrevistas.
Tiago Nunes mostrou potencial, e tem tudo para ser um grande técnico no futuro. Mas precisa corrigir esses ‘defeitos’ para não ser o ‘bode expiatório’ da má fase de mais uma equipe.
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